Sou do tempo que as TVs eram de válvulas e preto e brancas, que nem todo mundo tinha um aparelho em casa e que muitas vezes reuniam-se amigos e vizinhos na hora das programações preferidas nas casas de quem possuía o tão desejado aparelho de televisão.
A TV ficava ligada a um aparelho que ch...Continuar leitura
Sou do tempo que as TVs eram de válvulas e preto e brancas, que nem todo mundo tinha um aparelho em casa e que muitas vezes reuniam-se amigos e vizinhos na hora das programações preferidas nas casas de quem possuía o tão desejado aparelho de televisão.
A TV ficava ligada a um aparelho que chamava-se transformador de energia e às vezes tínhamos que regulá-lo conforme a corrente diminuía ou aumentava. Os aparelhos, por serem de válvulas, esquentavam muito e não podíamos passar o dia todo assistindo. Tínhamos que escolher a qual programação preferíamos assistir, pois ela precisava ficar algum tempo desligada para esfriar, senão queimava. Os aparelhos de Tv queimavam com muita facilidade.
Assistíamos a algumas programações de dia e desligávamos para que as novelas da noite pudessem ser assistidas, bem como o noticiário.
A programação era só até às 24h., depois só voltava a ter programas pela manhã.
Eu adorava assistir a Vila Sézamo, Perdidos no Espaço, Família Dó-Ré Mi, Terra de Gigantes, O Urso do Cabelo Duro, O Agente 86, Rim Tim Tim, os velhos e bons filmes de Faroestes, Kung-fu, os Waltons, Daniel Boone, A Feiticeira, Jenny é um Gênio e tantos outros que não me recordo agora.
Adorava o seriado do Batman com o seu menino prodígio dizendo “santa crueldade Batman”, “Santa barbaridade Batman” e os dizeres que acompanhavam as cenas de briga ilustrando o som dos socos e tapas trocados no filme.
Uma vez uma amiga minha de infância arrumou o endereço do David Cassidy da Família Dó-Ré-Mi. Tínhamos aquilo como um verdadeiro tesouro e depois de muito pensar no que fazer com ele, resolvemos escrever uma carta contando sobre todo nosso amor
e admiração. Ele era lindo e nós o adorávamos. Tínhamos certeza que ele iria nos responder. Perfumamos bem a carta, enchemos e beijos e esperanças e remetemos. Passamos mais ou menos uns dois anos na expectativa de chegar uma resposta que de fato nunca chegou.
Nadia TripenoRecolher