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História
Personagem: Adailton Silva
Por: Museu da Pessoa, 2 de junho de 2017

A música que chega

Esta história contém:

A música que chega

Vídeo

Meu pai era tabelião, Honório José da Silva, e Lúcia da Costa Silva, que era de casa, doméstica, das lides domésticas, que ainda está viva, está aqui comigo, completa 100 anos esse ano, um privilégio. Ela é um repositório de memórias que eu tenho aqui dentro de casa, né? Todos de Paracatu, todos nascidos aqui em Paracatu, lá no bairro do Santana. Eu sou filho adotivo, eu fui adotado com três, quatro meses de idade, por aí e tenho grandes laços de afetividade com a minha família [biológica], que é lá do Santana, mora no Santana, são todos meus amigos. O Dario Alegria, aquele jogador, é meu primo primeiro, e todos os irmãos deles, tenho bom relacionamento. A vertente musical é muito maior daquele lado lá ainda porque o pai dele, Luís Dario, era um sanfoneiro renomado aqui. Não tinha onde escapar muito [da música]. Meu pai também cantava em coral, tocava violão, cantava com mamãe, os dois, eu lembro dos dois cantando, fazendo dueto, sentados no fogão, na casinha simples, eles cantando. Eu não tinha muito como sair fora da música por causa dessa ancestralidade musical, quer de um lado, quer de outro.

Seu Honório e dona Lúcia me adotaram, foram legitimamente meus pais, eles que se dobraram sobre meu berço e fizeram mamadeiras nas madrugadas, então esses que acabaram sendo realmente meus pais. Isso nunca foi segredo, nunca teve melindre e, por isso, nenhum choque, nenhum trauma, nenhuma esquisitice na estrutura psicológica minha, nada que me molestasse. Aliás, soma, eu tenho duas famílias, eu tenho mais lucro do que muita gente.

A gente morava no Santana, que foi onde nasceu a cidade, onde começou a cidade. Todas as tradições daquela vida interiorana, singela, simples, a gente viveu tudo ali. E além disso eu morava no Beco da Bitesga, que só depois de adulto eu fui descobrir que bitesga significa beco sem saída e, realmente, não tinha saída. No final tinha um matagal que interrompia o beco. O Santana já era...

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Férias em Paracatu

Férias em Paracatu: em frente de casa, no Beco da Bitesga, 150, ainda com a bolsa da UFMG e o violão espanhol.

período: Ano 1973
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Esse troféu é meu!

Festival de Música de Paracatu no Auditório do Colégio Estadual: vencedor com a música "Recordando Lampião".

período: Ano 1980
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Alegria da vitória

Arnon (comerciante), Samuel (sobrinho), Didi, Xará (amigo), Rogério (de boca aberta, amigo). Estava acontecendo uma farra enorme com a premiação! Para comemorar, sempre era feita uma galinhada para ser comida no dia seguinte, com quem ganhava e com quem perdia!

local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Em serviço

No mesmo festival, na hora da apresentação da música Recordando Lampião, composta um mês antes: "Vou falar no momento De um fato do esquecimento Vou contar do sertão Na pessoa do cabra Lampião Vida agreste, com o Sol na caatinga Lamparina balançando na mão Do fuzil sai um clarão na noite Tem um corpo estendido no chão Seu chinelo faz rastro de sangue Capitão Virgulino é Lampião Bala come distância na mira Do caolho maldito capitão Virgulino vem vindo, cuidado! Cabra macho, malvado a valer! Braço dado com morena Maria Bonita como lua do sertão Imborná vem pregado na pele Onde cabra nenhum bota a mão Virgulino vem vindo, cuidado"

local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

O quilombo vai à praia

Foto com a família: casamento em Santos Cristiano da Costa Bezerra (tio materno), Juvenal (primo), esposa do primo Noba, Noba (primo), _____, ______, Lúcia da Costa Silva (mãe), Honório José da Silva (pai), Eurico Pereira de Souza (tio materno), ______ Ronaldo Costa Bezerra (primo) e Quita (primo). Didi não estava, pois ficou “aprontando em Paracatu”.

local: Brasil / São Paulo / Santos
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Hotel Goiás

Amigo do pai quem fez a foto para deixar de lembrança. Esquerda para direita: ______, fazendeiro Pio Fernandes (no cavalo), Honório (pai) e Antônia (irmã). Nos fundos do Hotel Goiás que, na época, o pai e a mãe trabalhavam.

local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Rua Direita

Lucas e Antônia, irmãos de Didi, no fundo do quintal da residência na Rua Direita, antiga Rua das Flores.

período: Ano 1955
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

O início

Didi na Rua Direita, no fundo da residência, vendo a paisagem do cerrado do bairro Alto do Córrego.

período: Ano 1960
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Posse na Academia de Letras do Noroeste de Minas

Um momento de honraria, quando Didi se tornou membro da Academia na cadeira de Guimarães Rosa, por conta do estilo da música e também a construção.

período: Ano 2008
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Lenda das Lagoas de Paracatu

Apresentação da música Lendas das Lagoas de Paracatu durante a cerimônia.

período: Ano 2008
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Fotografia

Aperfeiçoamento instrumental

Certificado de participação no XI Festival de Inverno de Belo Horizonte. Didi estudou com o Amilcar Inda, violonista uruguaio e outros. No recital de encerramento, Didi tocou três peças inéditas do compositor Eládio Peres.

período: Ano 1977
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Documento

Carteira estudantil UFMG

Carteira estudantil emitido pelo DCE da UFMG em 1978.

período: Ano 1978
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Documento

Quintal das Memórias

CD Quintal das Memórias, com composições e fotografias próprias.

período: Ano 2002
imagem de: Adailton Silva
história: A música que chega
tipo: Documento

Dados de acervo

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Projeto Kinross Paracatu

Depoimento de Adailton Silva (Didi)

Entrevistado por Marcia Ruiz e Luís Gustavo Lima

Paracatu, 02/06/2017

Realização Museu da Pessoa

KRP_HV03_Adailton Silva (Didi) PARTE 1

Transcrito por Karina Medici Barrella

P/1 – Didi, em primeiro lugar eu queria agradecer em nome do Museu da Pessoa e da Kinross por você ceder seu tempo e abrir sua casa maravilhosa pra gente. E eu gostaria que você dissesse o seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Eu sou Adailton Silva, eu nasci em Paracatu, mineiro da gema. Nasci em 55, aqui em Paracatu.

P/1 – Que dia e mês?

R – Foi dia seis de maio.

P/1 – Foi recente então.

R – Recente, recente, outro dia (risos).

P/1 – Qual é o nome dos seus pais e qual era a atividade deles?

R – Meu pai era tabelião, Honório José da Silva e Lúcia da Costa Silva, que era de casa, doméstica, das lides domésticas, que ainda está viva, está aqui comigo ainda, completa cem anos esse ano, um privilégio. Todos de Paracatu, todos nascidos aqui em Paracatu, lá no bairro do Santana.

P/1 – E seus avós, você chegou a conhecê-los ou não?

R – Não, não, não. Mas tenho notícias porque mamãe está viva, então ela é um repositório de memórias que eu tenho aqui dentro de casa, né? Minha avó, minha bisavó por parte de mãe chamava Antônia das Lanças Mercês, que é uma família, esse sobrenome eu sei que um dia eu vi, em Sabará, uma rua, Rua das Lanças Mercês. E é uma negra com sobrenome das Lanças Mercês. Já pesquisei e não consegui saber ainda a ligação disso. E o pai era barqueiro, Benedito Barqueiro, uma coisa assim, o tataravô. Por parte do pai, eu conheci a avó Adelina, uma velhinha de ouro que, das coisas sui generis que eu lembro dela é que ela não sabia ler e deram pra ela uma bíblia de presente, ela ficou manuseando aquela bíblia e quando foi um belo dia ela estava lendo. E morreu já idosa sabendo inúmeros salmos de cor muito mais do que a...

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Título: A música que chega

Data: 2 de junho de 2017

Local de produção: Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Personagem: Adailton Silva
Autor: Museu da Pessoa

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