Me Chamo Daniel e moro em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Sou Branco, descendente de portugueses e também de Indigenas pois tenho uma tetravó que é uma indígena da tribo Caigangues da região de Araranguá, Santa Catarina. Conta a historia que esse meu avô de quarta geração ou seja , 4 gera...Continuar leitura
Me Chamo Daniel e moro em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Sou Branco, descendente de portugueses e também de Indigenas pois tenho uma tetravó que é uma indígena da tribo Caigangues da região de Araranguá, Santa Catarina. Conta a historia que esse meu avô de quarta geração ou seja , 4 gerações passadas, por volta do ano de 1890, trabalhava numa empresa que foi contratada para fazer uma estrada naquela região e acabou conhecendo minha tetravó nesta função. Ele de algum jeito que eu não sei, trouxe ela para a cidade e casaram-se em 1894 . Esse é um pouco do que eu sei sobre as misturas famíliares que existem em nosso país. De lá pra cá, passaram-se gerações inteiras e hoje eu tenho tios, primos, chunhados negros que são resultados de misturas entre as raças que temos em nosso país. Eu sou casado a 23 anos com uma mulher loira com descendencia polonesa, mas poderia muito bem ter casado com uma negra também pois tive uma namorada que por pouco não evoluiu para uma coisa mais séria na época. Eu sou bastante interessado em genealogia, tenho minha arvore familiar montada por várias gerações e ao estudar as famílias compreendemos melhor a falta de sentido que é essa coisa que hoje conhecemos como racismo. Eu não gosto quando leio comentários na internet em algum post pertinente pessoas de outras regiões do país apontam o dedo para nós gaúchos dizendo que somos o povo mais racista que há no Brasil. Aqui na minha cidade há gente de todo lado, recentemente recebemos milhares de irmãos venezuelanos inclusive e eles sempre deixam claro a maneira como foram recebidos aqui, eu acredito que somos bons em receber as pessoas, não consigo imaginar pessoas sendo discriminadas na minha presença pois minha criação me ensinou sobre a raça humana e não sobre todas essas divisões que foram criadas por homens sem amor em seus corações . Acho que nossa sociedade esta doente, e isso se espalhou de tal forma que atingiu até mesmo os proprios pretos. Tinha um amigo muito chegado durante minha adolescencia , um preto , alto, que tinha sucesso com as garotas. Nunca namorava mulheres negras, normalmente estava de olho nas loiras. Uma vez questionei ele sobre isso e ele me disse algo que nunca esqueci, me disse assim: \\\"Claro que vou querer as loiras, né ! Elas são muito mais bonitas.\\\" Assim ele me ensinou que pode haver racismos mesmo entre os próprios pretos. Isso é uma cultura que tentam impor nas pessoas. Um preto deve ter orgulho de si mesmo, deve amar a si próprio e não permitir que ninguém diga algo contrário. Não é algo impossível, mas acho que vai levar muitos e muitos anos pra que isso seja vencido. Eu tenho muitas críticas ao sistema, não vejo as coisas como muitos conseguem ver, porque pra mim é mais dificil ver o racismo de certa forma, talvez por eu ser Branco e por ter um convívio grande com negros e estes serem pessos com personalidades fortes e conseguem se impor as dificuldades, talvez isso mascarou um pouco a minha percepção do quanto o racismo ainda persiste na sociedade, mas vejo que todos fazem parte de um sistema e esse sistema já esta comprometido com discursos inclusive políticos que de certa forma se beneficiam das divisões que nos foram impostam neste modelo de sociedade atual. Espero que tenha conseguido escrever sobre a idéia que tenho sobre este tema de difícil compreensão mas de vital inclusão em nossas atividades, seja ela escolar, familiar, profissional ou qualquer outro espaço que possa existir. O Racismo deve ser estudado e compreendido, porque somente assim ele vai cada vez mais ser apenas uma palavra a ser estudada e não mais uma atitude da nossa sociedade.Recolher