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Por: Museu da Pessoa, 3 de julho de 2018

A fé, a vida e as feridas do meu filho Gabriel

Esta história contém:

A fé, a vida e as feridas do meu filho Gabriel

Vídeo

Teve uma época em que o meu filho Gabriel se perdeu um pouco. Ele se envolveu muito pela fé, passou a ir a uma igreja que passava na televisão - e, nesse tempo, eu questionava alguns valores. Todo domingo ele frequentava, mas eu não.

Até que um dia ele falou para mim: “Mãe, eu tenho 16 anos. Os médicos falaram que a dermatite atópica que eu tenho não tem cura e eu me vejo, às vezes, me acabando de tantas feridas!”

Às vezes, ele fala: "Nossa, eu sinto que estou apodrecendo”. E falou também que podia fazer de tudo, como virar rebelde sem causa e usar droga, fazer qualquer outra coisa na vida. “Mas eu estou buscando a Deus, fervorosamente buscando a Deus. E você, que sempre foi uma mãe muito presente não está indo comigo”. Nem eu, nem minha mãe, e nem a minha menina ia. E, realmente, eu pensei “Eu não fui, eu não conheço, por que eu estou julgando sem conhecer? E se estão tratando ele tão bem, por que eu não vou?” E eu comecei a ir e vi que não é aquilo que a mídia fala tanto. Meu filho foi muito acolhido e muito bem tratado. As igrejas maiores têm os propósitos financeiros, mas você não é obrigado a fazer nada.

Mas ele teve um envolvimento emocional muito grande com a igreja bem na época de alguns exames. E ele apostou muito na fé: achou que os resultados iam dar bem menos do que deu. E quando chegou a hora, os valores tinham aumentado muito. Ele ficou muito chateado, mas não demonstrou tanto. No retorno da viagem do hospital das Clínicas, em São Paulo, para casa, em Araçatuba, nós paramos em um posto para comer e deu uma crise de choro nele, um desespero, que todos que estavam ali naquela lanchonete choraram. O motorista desceu e foi ficar com ele, o dono da lanchonete foi abraçar ele, ficar com ele, porque realmente foi muito chocante ver o desespero. Aí ele até deu uma esfriada, sabe? Hoje, não que ele não tenha fé, mas não tem aquele fervor que teve naquela época.

...

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Família

Cíntia no colo do pai (Jacintho) e da mãe (Márcia), em frente da casa onde passou a infância. Na época, máquina fotográfica era rara e, uma amiga (Valdecir) tinha uma e fez o registro; era a única do bairro Jussara que tinha uma câmera.

período: Ano 1974
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Minha primeira gestação

Cíntia grávida do Gabriel. Estava na casa que ele morava, na época, na rua Monteiro Lobato, 81, em Araçatuba.

período: Ano 1998
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Um sonho: ser mãe

Cíntia com Luís Gabriel (com três meses)

período: Ano 1999
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Parque de diversões

Com Luís Gabriel e a Dafne na barriga. Estavam numa feira agropecuária. Tinha ido levar Gabriel no parque de diversões.

período: Ano 2003
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Feira agropecuária

Também na feira agropecuária, Cíntia foi levar os dois no parque de diversões da feira.

período: Ano 2005
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Formatura

Formatura de processamento de dados. Foi um dia triste, pois tinha perdido o pai há dois meses. Cíntia, inclusive, nem queria fazer as fotos.

período: Ano 1992
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Casamento

Casamento de uma amiga. O casamento foi um conto de fadas e a Dafne era a fada.

período: Ano 2008
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Família reunida

Minha família: minha mãe, meu padrasto Roberto, o Gabriel e a Dafne

período: Ano 2016
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Amigos do Trabalho

Pessoal que trabalha com Cíntia e também a comunidade Assentamento Hugo Silveira Herédia.

período: Ano 2017
local: Brasil / São Paulo / Araçatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Praia

Primeira vez que levou os filhos à praia. Foi uma aventura! Gabriel tinha uma consulta numa terça-feira e depois, na quinta-feira, Dafne foi fazer uns exames de sangue, assim como Gabriel. Aproveitamos e descemos para o litoral. Minha amiga que morava lá nos buscou na porta do Hospital!

local: Brasil / São Paulo / Caraguatatuba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Dados de acervo

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Programa Conte Sua História

Depoimento de Cíntia Torres

Entrevistada por Carolina Margiotte e Denise Cooke

Araçatuba, 03 de julho de 2018

Entrevista nº PCSH_HV655

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Obrigada, Cíntia. Cíntia, boa tarde.

R - Boa tarde.

P/1 - Obrigada por receber a gente aqui hoje na sua casa.

R - Eu que agradeço.

P/1 - E para começar, o seu nome completo?

R - Cíntia Helena Batista Torres.

P/1 - Local e data de nascimento?

R - Araçatuba, 21 de março de 1974.

P/1 - E você sabe porque seus pais te batizaram de Cíntia Helena?

R - Bom, meu pai sempre gostou de Helena, sempre gostava desse nome, e meu pai se chamava Aracinto, mas ele tinha o apelido de Cíntio, e veio a Cíntia.

P/1 - E seus pais contam ou contavam alguma história do dia do seu nascimento, como foi?

R - Meu pai estava viajando, minha morava em um bairro aqui de Araçatuba, mas naquela época era bem assim, ela não tinha carro próprio, e ela passou mal, meu avô que levou, e já chamou, foi de taxi, porque morava em um bairro mais distante, não era uma cidade igual é hoje. Mas foi tranquilo.

P/1 - E falando nos seus pais, qual o nome deles?

R - Minha mãe é Márcia Pedrina Batista, e meu pai é falecido, Jacinto Arias Torres.

P/1 - Conta um pouco sobre eles.

R - Eu tenho o privilégio de contar que eu tive dois pais, eles foram maravilhosos, a minha mãe sempre muito amiga, muito companheira, ela era assim, a parte mais centrada, mais assim, que chamava mais na educação, era mais ela. Meu pai era mais o cúmplice. Mas eu tenho o privilégio de falar que eu tive assim, infelizmente ele faleceu, eu tinha 18 anos, mas tenho ela até hoje, eu não imagino a minha vida sem ela.

P/1 - Qual profissão deles, Cíntia?

R - Meu pai na época era fazendeiro, e minha mãe é do lar, sempre cuidando da casa e da família, como é até hoje.

P/1 - E você sabe como eles se conheceram?

R - Bom, a minha mãe era muito...

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Título: A fé, a vida e as feridas do meu filho Gabriel

Data: 3 de julho de 2018

Local de produção: Brasil / São Paulo / Araçatuba

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Entrevistador: Denise Cooke
Autor: Museu da Pessoa

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