Sou neta de libaneses que chegaram no Brasil em 1913 vindos de Karafaka el Kura, Beirute, Líbano. Soda e Chafia Mattar desceram no porto de Santos/SP e fixaram residência na cidade portuária de Paranaguá/PR.
Lembro-me com saudade do casarão, do hábito quase sagrado de receber a todos que chegassem, com muita comida. Papai teve uma vida farta. Bem diferente da de minha mãe. Nunca conhecemos nossa avó materna. Mamãe, seu irmão e meu avô foram deixados por minha avó, em Porto Alegre, que partiu em busca de seu ideal. Ela juntou-se à Companhia de Rádio-Teatro de Manoel Durães. É a única coisa que sabemos. Eu e meus irmãos crescemos com o desejo de conhecê-la e até fizemos algumas investigações mas sempre sem sucesso. Espero realmente que vovó Arlete tenha sido feliz.
Toda minha família continua no Paraná. Somente eu passei por Manaus e agora João Pessoa, lugar de gente amistosa e praias belíssimas onde eu e meu marido vivemos com nossa filha Tiâna.