Quando cheguei na hora de contar uma história de vida, pensei...volver a los 17 despuès de viver um ciclo ou encarar meus 60 anos recém completados? Fazer 60 anos é um marco de vida. Mas nunca pensei que tantas transformações pudessem acontecer simultaneamente. Minha mãe, que tem 88 anos pass...Continuar leitura
Quando cheguei na hora de contar uma história de vida, pensei...volver a los 17 despuès de viver um ciclo ou encarar meus 60 anos recém completados? Fazer 60 anos é um marco de vida. Mas nunca pensei que tantas transformações pudessem acontecer simultaneamente. Minha mãe, que tem 88 anos passou um ano e meio no Hospital HCor. Neste ano, próximo de meu aniversário, foi transferida para uma clínica de retaguarda. Um mini hospital, que achei que seria terrível e tem sido ótimo.
Apesar de ela estar com Alzheimer
e escaras no corpo ela sai em cadeira de roda estofada para o jardim, participa como ouvinte quando vem a cantora tocar violão na casa de idosos e me parece mais serena. Ainda que este “inimigo alemão” seja a morte em vida, já não tenho mais a mãe forte e determinada que sempre me acompanhou. Agora tenho uma senhora frágil, que hoje não me reconheceu, mas quando eu pedi a benção na hora de ir embora ela falou “Deus te abençoe minha filha” e isto vale muito, não tem preço. Vivendo com a mãe que pode ter dias, meses ou anos pela frente nesta situação, aprendi que não só de tristeza foi feito este ano.
No início do ano assinei contrato com a Editora Patuá para publicação de meu livro, é isto, o primeiro aos 60 tinha. Era para ser em março, depois julho e finalmente foi lançado em 21 de setembro. Sem dúvida, publicar um livro é uma batalha insana. Nem acreditei ao ver o exemplar impresso. Foram anos enviando para diversas editoras, até ter a indicação da Patuá. Depois de um ano e meio de bate-papo com o editor e conseguir ter o Prefácio de ninguém mais que Ignácio de Loyola Brandão, o livro saiu. Uhhuuul!!! Muita alegria. Como na véspera de qualquer festa, fiquei ansiosa. Eduardo Lacerda, meu Editor achava que venderia estourando uns 30 e poucos, 40 livros. Pois bem. Noite de autógrafos bombou no Bar Balcão. Estava tão nervosa para ver quem iria, mas não deu outra, foram mais de 80 pessoas. Escolhi este bar, para quem não conhece, um local com um amplo balcão em forma semicircular, que as pessoas sentam dos dois lados, todos se veem, há comidinhas deliciosas, o chopp é geladíssimo, sandubas como o de abobrinha com queijo da meia cura derretido; e foi chegando gente.
A primeira a chegar foi Malu Alves, poetisa de responsa, para quem fiz uma dedicatória com os olhos cheios d´água, depois o Fabinho Pace, o qual é tema de uma das crônicas. Depois sentei na mesinha de autógrafos e fiquei das 19 às 23h45 para ser mais precisa, me deliciando de escrever algo especial para cada um. Cada pessoa que vinha era uma emoção estavam comigo relacionada de uma maneira distinta. Amigos e amigas de várias tribos fizeram a festa, a real festa da minha primeira grande realização dos meus 60 anos. Completei no dia 14 de setembro e o lançamento foi uma semana depois. Foi lindo, quanta alegria! Teve um momento que o bar (eu estava no mezanino) que eu vi de cima só tinha amigos e amigas, uma grande festa, a festa dos meus 60 anos foi o lançamento de meu livro.
Ao entrar no carro para ir embora já passava muito da meia-noite. Estava até meio tonta com tamanha emoção. Já em casa, me lembrei de todas as carinhas queridas que nem esperava que fossem aparecer. Do prazer em receber tia Helena Zarvos, a melhor amiga de minha mãe, que a representou. O Mauricio Maia, filho do Carlito Maia, a quem dedico o livro que foi um amigo mais que querido, que me estimulou a escrever mais e mais e fez as vezes que meu pai faria se não tivesse falecido com apenas 40 anos nos meus 11 anos de idade. Carlito estava sim presente, minha mãe e meu pai também, todos no coração, que a gente carrega nossos amores de toda a vida, e leva junto, no tempo e no espaço quem quiser. E para coroar, as fotos de todo o evento foram feitas pelo meu eterno e terno enteado Daniel Guimarães, fotógrafo como o que, e ainda com a supervisão da sua Daniela e do pai Geraldinho, sempre irmão de fé.
Quer mais? Ainda nem tinha acontecido à noite de autógrafos, estava fazendo a divulgação do livro no Facebook e nos sites, jornais e rádios quando recebo dois convites bacanésimos: um para escrever crônicas de maneira profissa para o portal Sãopaulosão, um espaço diferenciado que trata só de matérias positivas, do que dá certo em SP em todas as esferas da cidade, e outra para um blog ilustre de literatura, o Musa Rara, criado pelo escritor Edson Cruz, onde a partir de 2016 ficarei ao lado de autores que admiro e respeito.
E, para coroar, farei um lançamento de Natal, no dia 06 de dezembro, na Biblioteca Villa Lobos, no deck externo, das 11h às 14h. Depois, às 14h haverá um Sarau dos autores da Editora Patuá, e ainda às 15h show do Lucas Bernoldi, que vi crescer e brilhar. Tudo organizado por mim, no meio de mãe na casa de saúde, mudança e reforma de apartamento, organizando aulas para dar em novembro e tendo o prazer de fazer o curso de Tecnologia Social de Memória com o Museu da Pessoa. Teve um momento que achei que iria pirar, mas no final tudo deu certo. E ainda fechei esta semana com a glória de ter meu livro “Petit-Fours na Cracolândia” amplamente comentado na Globonews, no programa Em Pauta pela Bete Pacheco. É mole? Isto é fazer 60 anos e viver um ciclo, com muita emoção.Recolher