Eu, Isaac Carvalho Corrêa venho através deste
documentário falar da mina avó Valdice, que é uma
pessoa negra.
PERGUNTA 1: Vó, qual sua data de nascimento?
RESPOSTA 1: 30 de Setembro de 1960. Tenho 64 anos.
PERGUNTA 2: Vó, quem são seus pais, seus avós e seus
bisavós?
RESPOSTA 2: Sou filha de Adão Ezequiel de Souza e Lucy
Luisa Pereira de Souza (uma negra). Neta de Ambrosina
Maria de Jesus e Joaquim Rufino de Souza (filho da Ana
Moura) e Bisneta de Ana Moura e João Rufino de Souza.
PERGUNTA 3: Vó, me conta um pouco da sua história?
RESPOSTA 3: Eu nasci em Timóteo, no bairro Ana Moura
que tem o nome da minha bisavó, uma mulher de fibra e
muito guerreira que veio de Mesquita e ocupou as terras
em torno no Pico do Ana Moura em 1906, pico inclusive
que tem esse nome em homenagem a pessoa dela. Nessa
região ela junto com seu esposo criou gados, plantou
café, produziam cachaça e rapadura. A minha bisavó
tinha muitos agregados, que eram escravos de senzalas
que trabalhavam para ela, muitos tiveram sua liberdade
alcançada e não tinham para onde ir por isso trabalhavam
em troca de moradia e comida.
Quando eu ia visitá-la eu tinha muito orgulho de tê-la
como minha bisavó, eu brincava pela sua fazenda e via
muitos baús de coisas que ela guardava com muito
carinho, presentes ganhado desses agregados como:
vasilhas feitas pelos escravos, pano de prato bordados e
passadeiras de mesa que ela usava pra enfeitar.
Eu tenho muito orgulho em ter uma pessoa famosa na
minha família, ela fornecia água de graça das suas terras
para a siderúrgica mais importante e renomada da cidade
que na época de chamava ACESITA, essa empresa
empregava muita gente. A empresa prometeu em troca
da água fornecer luz elétrica, mas nunca cumpriu com o
acordo que tinha, mas mesmo assim ela (Dona Ana
Moura) nunca cortou a água e voltou atrás na sua
palavra, pelo contrário, continuou fazendo valer a sua
palavra.
PERGUNTA 4: Vó, o...
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Eu, Isaac Carvalho Corrêa venho através deste
documentário falar da mina avó Valdice, que é uma
pessoa negra.
PERGUNTA 1: Vó, qual sua data de nascimento?
RESPOSTA 1: 30 de Setembro de 1960. Tenho 64 anos.
PERGUNTA 2: Vó, quem são seus pais, seus avós e seus
bisavós?
RESPOSTA 2: Sou filha de Adão Ezequiel de Souza e Lucy
Luisa Pereira de Souza (uma negra). Neta de Ambrosina
Maria de Jesus e Joaquim Rufino de Souza (filho da Ana
Moura) e Bisneta de Ana Moura e João Rufino de Souza.
PERGUNTA 3: Vó, me conta um pouco da sua história?
RESPOSTA 3: Eu nasci em Timóteo, no bairro Ana Moura
que tem o nome da minha bisavó, uma mulher de fibra e
muito guerreira que veio de Mesquita e ocupou as terras
em torno no Pico do Ana Moura em 1906, pico inclusive
que tem esse nome em homenagem a pessoa dela. Nessa
região ela junto com seu esposo criou gados, plantou
café, produziam cachaça e rapadura. A minha bisavó
tinha muitos agregados, que eram escravos de senzalas
que trabalhavam para ela, muitos tiveram sua liberdade
alcançada e não tinham para onde ir por isso trabalhavam
em troca de moradia e comida.
Quando eu ia visitá-la eu tinha muito orgulho de tê-la
como minha bisavó, eu brincava pela sua fazenda e via
muitos baús de coisas que ela guardava com muito
carinho, presentes ganhado desses agregados como:
vasilhas feitas pelos escravos, pano de prato bordados e
passadeiras de mesa que ela usava pra enfeitar.
Eu tenho muito orgulho em ter uma pessoa famosa na
minha família, ela fornecia água de graça das suas terras
para a siderúrgica mais importante e renomada da cidade
que na época de chamava ACESITA, essa empresa
empregava muita gente. A empresa prometeu em troca
da água fornecer luz elétrica, mas nunca cumpriu com o
acordo que tinha, mas mesmo assim ela (Dona Ana
Moura) nunca cortou a água e voltou atrás na sua
palavra, pelo contrário, continuou fazendo valer a sua
palavra.
PERGUNTA 4: Vó, o que a senhora aprendeu de maior
lição de vida com sua bisavó?
RESPOSTA 4: Minha bisavó Ana Moura morreu residindo
no local das suas terras com 107 anos em 1972, mesmo
ela sendo dona de grande parte das terras de Timóteo,
sempre fez o bem pras pessoas sem visar algo em troca.
Sempre estava ajudando as pessoas.
Vó, obrigado pela entrevista, eu gostei muito de saber
dessa sua história de vida e que a Ana Moura é minha
tataravó.
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