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Por: Museu da Pessoa, 5 de novembro de 2021

“Só porque eu moro num bairro nobre, eu não posso reciclar?”

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“Só porque eu moro num bairro nobre, eu não posso reciclar?”

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P/1 – Então, pra começar, eu queria que você se apresentasse, dizendo o seu nome completo, data e local de nascimento.

R – Sou Elismaura Pereira dos Santos, nasci em mil novecentos e setenta…

P/1 – Vai aí, vai tranquilo, pode repetir, fica à vontade.

R – Sou Elismaura Pereira dos Santos, nasci em 28 de outubro de 1974, fiz 47 anos esse ano…

P/1 – Em que cidade você nasceu?

R – Nasci na Bahia, lá na Santa Bárbara, lá do nordeste.

P/1 – E, Maura, qual é o nome dos seus pais?

R – No meu registro não tem nome de pai, só tem nome de mãe. A minha mãe chama Carmosina Pereira dos Santos.

P/1 – E o que ela fazia?

R – Minha mãe, não conheço muito bem, não, nós não tivemos muito convívio, eu e ela.

P/1 – Como foi isso, você foi pra outra família? Como que…

R – Como meu pai não me assumiu, minha mãe teve que sair da fazenda, então eu terminei ficando sem o nome paterno e fiquei só com o materno. E, como eu era muito pequena, acho que ela estava passando aperto na Bahia e a família a trouxe, pra ver se ela melhorava aqui em São Paulo, para depois ir lá me buscar.

P1 – Então, você ficou com seus avós?

R – Não, eu fiquei em casa de um parente lá dela, mas eu não sei quem era quem, não. Era muito pequena para saber.

P/1 – E você sabe um pouquinho da história da sua mãe?

R – Da minha mãe, muito pouco. Minha família esconde muito as coisas. Gente do passado esconde muita coisa, então você pega um toquinho dali, outro toquinho de cá. Então, não sei muito, não. A única coisa, a última conversa que teve dos meus mais velhos, foi que o meu pai tentou me matar com dois dias de nascida e ela teve que sair correndo comigo, nos braços. Só isso que eu sei, assim, por cima. Agora, se é real ou não, não sei.

P/1 – E você tem irmãos?

R – Tenho, tenho sim. Nós somos quatro....

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Dados de acervo

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Entrevista de Elismaura Pereira dos Santos

Entrevistada por Luiza Gallo

São Paulo, 05/11/2021

Projeto: Reciclagem: Cadeia Produtiva - Tetra Pak

Realizado por Museu da Pessoa

Entrevista n.º: PCSH_HV1141

Transcrita por Selma Paiva

Revisado por Bruna Oliveira

P/1 – Então, pra começar, eu queria que você se apresentasse, dizendo o seu nome completo, data e local de nascimento.

R – Sou Elismaura Pereira dos Santos, nasci em mil novecentos e setenta…

P/1 – Vai aí, vai tranquilo, pode repetir, fica à vontade.

R – Sou Elismaura Pereira dos Santos, nasci em 28 de outubro de 1974, fiz 47 anos esse ano…

P/1 – Em que cidade você nasceu?

R – Nasci na Bahia, lá na Santa Bárbara, lá do nordeste.

P/1 – E, Maura, qual é o nome dos seus pais?

R – No meu registro não tem nome de pai, só tem nome de mãe. A minha mãe chama Carmosina Pereira dos Santos.

P/1 – E o que ela fazia?

R – Minha mãe, não conheço muito bem, não, nós não tivemos muito convívio, eu e ela.

P/1 – Como foi isso, você foi pra outra família? Como que…

R – Como meu pai não me assumiu, minha mãe teve que sair da fazenda, então eu terminei ficando sem o nome paterno e fiquei só com o materno. E, como eu era muito pequena, acho que ela estava passando aperto na Bahia e a família a trouxe, pra ver se ela melhorava aqui em São Paulo, para depois ir lá me buscar.

P1 – Então, você ficou com seus avós?

R – Não, eu fiquei em casa de um parente lá dela, mas eu não sei quem era quem, não. Era muito pequena para saber.

P/1 – E você sabe um pouquinho da história da sua mãe?

R – Da minha mãe, muito pouco. Minha família esconde muito as coisas. Gente do passado esconde muita coisa, então você pega um toquinho dali, outro toquinho de cá. Então, não sei muito, não. A única coisa, a última conversa que teve dos meus mais velhos, foi que o meu pai tentou me matar com dois dias de nascida e ela teve que sair correndo comigo, nos...

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