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História
Personagem: Pedro Alves de Souza
Por: Museu da Pessoa, 1 de novembro de 2007

À caça da onça, das tropas e do ouro

Esta história contém:

À caça da onça, das tropas e do ouro

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Meu nome é Pedro Alves de Souza, sou de Oeiras de Piauí, nasci em 18 de novembro de 1942. Depois viemos para Pedreiras, no Maranhão, cidadezinha que tem aqui no interior do Maranhão, no Alto Mearim. Lá, eu regi uma temporada, me casei no Bom Jardim, quando não era cidade, pertencia a Monção nessa época, que era cidade. Eu me casei lá. E, de lá, mudei para Imperatriz e estou aqui agora na Açailândia.

Aqueles mais velhos sempre tinham uma história para contar, aquelas lendas que contavam para as crianças, falavam que existia lobisomem, que corria. Essas coisas que tudo é lenda. Do caipora, a gente que caça de noite vê. Eu gostava muito de caçar tatu mais aqueles vizinhos mais antigos, que tinham os cachorros bons de caçar tatu, paca.

Só [história] perigosa mesmo que eu fiz. De eu matar essa onça porque eu não enxerguei nem as pintas delas, eu pensei que fosse um gato. Depois que eu matei, fiquei com medo, porque, no que eu atirei nela, ela caiu, e um cachorro que eu tinha partiu em cima, e ela pegou o cachorro assim, e rasgou desse tanto a cabeça do cachorro. E eu estava na mata, cinco horas da manhã, eu arranquei o facão da cintura para bater no pé de pau que ela estava em cima, ela virou a cara e rosnou. Eu disse: “Vixe, isso é um gato.” Quando ela caiu no chão é que eu vi que era uma onça. Aí que me deu o medo. Mas já estava morta, não teve mais jeito. O jeito era apear e trazer para cá para tirar o couro. Foi só o susto que eu tomei. A presa da onça, tirei para não ficar por mentiroso. Cabra diz: “Não, isso aí você não matou.” Então, eu tirei a presa para mostrar. Guardo no bolso, quando terminar, guardo ali. Aí, os netos vão crescendo e vão vendo. “Esse foi o meu avô que matou.” Prossegue a história, passando, como se diz, de geração para geração, se tiver cuidado de guardar, como eu guardei, né?

Trabalhei de roça e de tropa, tropeando burro, tangendo burro do interior...

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Projeto Memória dos Brasileiros

Depoimento de Pedro Alves de Souza

Entrevistado por Winny Choe e Júlia Basso

Açailândia, 01/11/2007

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista número MB_HV_079

Revisado por Viviane Aguiar

Publicado em 21/05/2010

P1 – Seu Pedro, para a gente começar, eu queria que o senhor falasse seu nome completo, a cidade e a data de nascimento.

R – Meu nome é Pedro Alves de Souza, sou de Oeiras de Piauí, nasci em 18 de novembro de 1942.

P1 – E você poderia falar o nome dos seus pais?

R – José Bento de Souza e Romana Alves de Souza, ambos da mesma cidade.

P1 – Oeiras?

R – Oeiras de Piauí.

P1 – O senhor teve irmãos?

R – Treze irmãos.

P1 – E, desses 13, o senhor é o mais velho, mais novo, do meio?

R – Sou o mais novo, caçula.

P1 – Devia ter bastante irmão, então, para cuidar do senhor?

R – É. Morreram. Morreram 11, já morreram 11.

P1 – De pequeno?

R – Morreram de pequeno, e os outros morreram depois de grande. Só tem eu e outro irmão.

P1 – Mas vocês devem ter brincado bastante junto, né? De pequeno, lá em Oeiras?

R – Ah, brincamos.

P1 – Como era lá?

R – Bem divertido. Que criança sempre... Na adolescência da gente, era uma vida à vontade, principalmente no interior, porque a gente vivia uma vida, como se diz, banhando no rio, correndo de animal na praia, correndo atrás de gado. Muito bom.

P1 – E como era a sua casa, o senhor se lembra?

R – Lembro-me. Era uma casa de taipa, mas era bem ajeitadinha, coberta de telha. No interior, mas muito boa.

P1 – Você dormia junto dos seus irmãos?

R – Era. Nós dormíamos juntos. Só nós. As mulheres dormiam num quarto, nós dormíamos em outro, à vontade. Nós brincávamos até tarde, era muito bom.

P1 – Você se lembra do que o senhor gostava de brincar?

R - Nós brincávamos de esconde-esconde, cavalinho, correr cavalinho de pau. Brincadeira de criança, menino homem é sempre atrapalhado.

P1 – Subia em...

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Título: À caça da onça, das tropas e do ouro

Data: 1 de novembro de 2007

Local de produção: Brasil / Maranhão / Açailândia

Personagem: Pedro Alves de Souza
Autor: Museu da Pessoa

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