Esta é uma história de amor iniciada em 28/07/2015, em uma manhã de terça-feira. Mas esta história só começaria ali por causa de uma série de felizes coincidências.
A primeira coincidência foi o meu interesse em me tornar “doador” de medula. Isto vem de 2007, quando um amigo, que r...Continuar leitura
Esta é uma história de amor iniciada em 28/07/2015, em uma manhã de terça-feira. Mas esta história só começaria ali por causa de uma série de felizes coincidências.
A primeira coincidência foi o meu interesse em me tornar “doador” de medula. Isto vem de 2007, quando um amigo, que residia em Curitiba, fez a doação para uma criança. Ele me contou a história deles, mas aquilo ficou guardado.
Em 2013, iniciei uma nova etapa da minha carreira profissional, de gestor público na Prefeitura de Curitiba. Naquele ano, fui atuar da área financeira da Assistência Social.
A segunda coincidência foi em 2015, ano em que fui indicado à presidência do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. Ali já conhecera o representante de um dos maiores hospitais oncológicos do país, com sede em Curitiba.
Como eu estava com dores no pescoço, fui à uma consulta médica e o médico recomendou o uso de um protetor de pescoço. Em uma das reuniões do Conselho, aquele representante do hospital me viu e ficou preocupado com a situação, me alertando para a necessidade de cuidados complementares.
Agendei uma consulta para mim, com um especialista em pescoço. Tempos depois, fui à consulta, com os exames que eu já tinha feito e descobri que meu problema era de coluna, sendo necessário ir a outro especialista.
Aí veio a terceira coincidência. Retornei em outra data e fui atendido. Como estaria no hospital, já havia pedido para aquele amigo do Conselho, que trabalhava no hospital, se eu poderia aproveitar a agenda para me cadastrar no banco nacional de doadores de medula óssea.
Terminada a consulta, fui agradecer-lhe pela ajuda e ele me levou até o banco de sangue do hospital. Era dia 28/07/2015.
Neste dia, surgiu mais uma coincidência. Isto porque quem iria me atender era a supervisora do setor, mas que por outros compromissos, delegou a função à supervisora do banco de sangue: a biomédica Elizabete De Marchi (fui saber desta coincidência tempos depois).
Entrei no banco de sangue e fiquei aguardando na sala de recepção, de frente para uma porta que dava entrada ao setor de coleta. A porta tinha aqueles plásticos duros, transparentes, um de cada lado.
Passado um tempo, vi duas mãos femininas puxando para os lados os plásticos, para passar: era uma morena, de cabelos castanhos escuros, com as unhas meio pintadas, meio sem esmaltes. Parecia literalmente cena de filme hollywoodiano, pois o tempo parecia seguir em câmera-lenta.
Nos apresentamos. Eu não conseguia parar de olhar para ela.
A seguir, ela me levou ao setor de triagem, para a entrevista. Eu não parava de observá-la, enquanto ela me fazia inúmeras perguntas sobre meu histórico de saúde. Depois, me levou para coletar o sangue.
Observei que ela não usava aliança. Nem na esquerda, nem na direita. Ela estava usando rabo de cavalo e tinha um sorriso encantador, de lado a lado.
Saí da triagem com algo fixo em mente: “Eu vou conhecer melhor a Elizabete!”. Mas, infelizmente, ela não tinha cartão para eu saber o seu nome completo. E eu não parava de pensar nela.
No dia seguinte, enviei um contato via site do Hospital, com algumas dúvidas sobre a doação de medula. Estava na esperança que fosse a Elizabete quem respondesse e, então, eu pudesse saber seu nome completo, para saber mais se ela era ou não compromissada com alguém. Entretanto, infelizmente, quem respondeu a mensagem foi a Ouvidoria. Tentativa sem sucesso...
Dias depois, à noite, eu tinha uma agenda para corte de cabelo com uma amiga de décadas. Conversei com ela e falei sobre aquela morena de sorriso encantador, que não tirava do pensamento. Ela me perguntou o nome completo dela e eu expliquei que só eu tinha entregue o cartão. Só sabia o seu primeiro nome e que ela trabalhava no banco de sangue do hospital. Minha amiga nada disse... Até o dia seguinte....
No dia seguinte, recebo um WhatsApp desta amiga, com o nome e sobrenome da Elizabete. Ela ligara para o hospital e perguntara. Como ela já me conhece de longos anos, sabia que eu realmente estava interessado. E na época, estava solteiro.
Nesse meio tempo, no mesmo dia, o amigo que trabalhava no hospital e integrava o Conselho da Pessoa Idosa manda mensagem no WhatsApp, me convidando para almoçar com ele em um restaurante perto do hospital, pois precisava conversar comigo.
Marcamos o almoço e durante o almoço ele me explicou o motivo do convite: uma colega de equipe do setor dele, que me viu quando fui conversar com ele, e ficou interessada em mim. Ok, mas tínhamos um problema inconciliável ali, afinal, eu estava absolutamente interessado em apenas outra mulher, a Elizabete.
A situação era a seguinte: ele tinha combinado com sua colega de trabalho, que iria me levar depois do almoço para conhece-la, pois ela insistira. Por ter sido uma pessoa gentil, comigo, eu fui conhecer a moça, mas não havia nenhuma chance de eu sair com ela. Zero. Não por ela, mas por mim.
Nos apresentamos, conversamos amenidades e eu expliquei que precisar ir, pois estava em horário de almoço.
Ao chegar no carro, nova mensagem dele: era o número telefônico daquela moça. Ele insistia que eu a convidasse para sair. Então, eu respondi para ele, que eu tinha é interesse em outra funcionária do hospital: a Elizabete.
Entretanto, entre o fim da conversa com a colega de trabalho deste amigo e a minha ida até o carro, passei novamente no banco de sangue, pois queria era mesmo conversar com a Elizabete. Infelizmente, ela não estava lá naquele momento.
Passei a quarta-feira pensando em como fazer para rever a Elizabete. No dia seguinte, fui até uma chocolateria em um shopping e fiz uma encomenda de uma caixa de chocolates. Embalagem preta, com uma sacola com laços dourados. Escrevi duas cartas. E a orientação ao entregador era claríssima: entregar apenas para a Elizabete e ninguém mais do banco de sangue.
Havia um motivo: apesar de ela não usar alianças, ela poderia ter namorado. E eu não queria causar nenhum tipo de desconforto para ela, até porque a conheci no ambiente de trabalho e não em local mais informal.
Por isto, fiz duas cartas. Uma, destinada à equipe do banco de sangue. A outra, destinada à Elizabete. Na primeira, um agradecimento mais formal, à toda equipe, pelo trabalho importante de colaborar nos cuidados de pacientes e familiares de pacientes.
Já a segunda carta, fora escrita em um tom bem mais informal. Expliquei à Elizabete que não parava de pensar nela e que gostaria de sair com ela. Expliquei também que não vi alianças nas mãos dela (e citei os detalhes das unhas, umas pintadas, outras não; sobrancelhas bem-feitas; o sorriso encantador), assim como detalhei sobre o cabelo, jaleco, calça jeans e tênis brancos, além do sorriso encantador.
Ao falar sobre alianças, disse que não tinha certeza se ela era compromissada, inclusive com um namorado. Mas resolvi arriscar mesmo assim em escrever para ela. E que não pretendia incomodar de forma alguma. Então, se ele tivesse algum companheiro, que ela me perdoasse, mas que aproveitasse os chocolates, que eram excelentes!
Assinei e deixei o meu telefone.
O dia passou e nada e retorno. Fiquei pensativo, achando que ela tinha namorado. Então, por volta das 20 horas, recebo uma mensagem eletrônica. Vi no telefone: Elizabete De Marchi, endereço do hospital. Ela havia sido extremamente formal, agradecendo em nome da equipe e dizendo que era obrigação deles atenderem bem a todas as pessoas. “Todas as pessoas”... Onde ela achara meu endereço eletrônico? É claro, no meu cartão que lhe havia entregue, dias antes.
Entendi o recado da resposta forma. E fiquei decepcionado, é claro. Bastante, é óbvio!
Por volta das 22 horas, quase 23, o telefone toca um som de mensagem. Fui ver e era ela! Mas desta vez, em um tom muito diferente, nada formal: ela explicara que ficou pensando e descumpriu a ordem da supervisora dela (a de me acionar, por assédio no local de trabalho). Ela havia sido orientada a responder formalmente a mim.
Ela me disse: aqui, te respondendo agora, é a verdadeira Elizabete. É assim que sou.
Ficávamos conversando todas as noites, mas ela tinha compromissos familiares e pessoais. Enfim, marcamos nosso primeiro encontro dias depois, em 12/08/2015. Ao final do encontro, fizemos um acordo: de nos vermos mais uma vez, se da vez anterior tivesse sido prazeroso e não pesaroso.
Desde então, ela é a Estrela dos Meus Sonhos e o sorriso dela todo dia me faz mais feliz desde então. Atualmente, estamos casados e felizes. É o que realmente importa nesta vida.
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