O que é o tempo se não uma narrativa? O que é a vida se não uma jornada entre o nascer e o morrer que vai se transformando em nossas histórias?
Ao completar 60 anos, decidimos, eu e Marcelo, que sairíamos em uma viagem que nos permitisse reinventar o tempo da vida. Os planos, entrecortados pelas urgências da vida, eram breves rabiscos de ideias. Mas a viagem estava certa! Queríamos redescobrir as Américas. Assim começou!
Por que Américas? Assim como o Brasil, as Américas têm como legado uma colonização que atropelou povos e culturas. Cosmogonias inteiras se apagaram ou se tornaram altamente invisíveis. Hoje, misturadas e reinventadas, estão presentes nas vidas de pessoas.
Que Américas são essas? Não somos necessariamente uma única América, mas temos um território comum em tempo e espaço que, acredito, muito tem a dizer sobre o mundo. São formas e jeitos de viver que muito podem revelar a um mundo cada vez mais fragmentado e em perigo.
Partimos em busca do novo velho, ou melhor, do ancestral recriado. Partimos em busca de novas paisagens, humanas e desumanas, partimos em busca de nossas memórias, partimos em busca do outro e das fronteiras que podem nos levar além de nós mesmos e que podem fazer com que nos tornemos cada vez mais unos e únicos.
Como a memória, os relatos dessa jornada não serão lineares. São conexões e percepções que surgem a partir de paisagens, imagens e histórias.
Quem somos?
Karen Worcman – Tendo dedicado minha vida à criação e estruturação de um museu cuja principal motivação é promover a escuta do outro e transformar cada experiência humana em uma fonte de reflexão e aprendizagem, parto em busca do outro.
Marcelo Larrea – Acredito na transformação através da arte e considero cada pessoa uma fonte riquíssima e inspiradora. Busco nesta jornada descobrir histórias de vida dessa outra América dentro das Américas.