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Por: Museu da Pessoa, 31 de maio de 2014

Alegria de viver, apesar de tudo

Esta história contém:

Alegria de viver, apesar de tudo

Vídeo

Meu nome é Antônio Freire de Andrade, nasci aqui em Matões, município de Caucaia (CE) em cinco de fevereiro de 1945. Meus pais, Adelino Freire de Andrade e Josefa Ribeiro de Andrade, eram daqui, sou filho nativo do lugar. Eles plantavam mandioca, o milho, o feijão, a batata, o arroz, a cana, enfim. A vida aqui era agricultura, não existia outro ramo que senão agricultura. Era trabalhar na roça, de dia na agricultura e de noite era na criatura. Catorze filho a minha mãe teve, mas só se criou 12 filho.

A casa, a casa era uma casa grande, porque tinha que ser grande pra modo de a família que era grande. Casa de palha, taipa. Naquele tempo era toda esburacada e coberta de palha. Cinco cômodos. Cada qual com a sua redinha. Minha mãe cuidava de nós todos e cuidando da casa, dos animais que pertencem à mulher, como galinha, peru, capote, porco, cabra. E o véio, meu pai, era trabalhando na luta, cuidava dos animais, como jumento, cavalo. Ele era muito trocador, ele tinha muito animal. E trabalhando na luta pra sobreviver.

A infância era uma delícia. Era um sofrimento gostoso. Foi uma infância sofrida, gostosa, mas era sofrida. Eu não tinha o direito a sair pra brincar, minha infância era na luta, trabalhando de sol a sol, dia a dia. Eu com 18 anos, dia de domingo era que eu pedia pro meu pai pra sair, dar um passeio, olhar um futebol dos amigos lá, mas tinha aquela hora marcada pra mim chegar e tinha hora marcada pra eu sair. E não chegasse, não. Se não chegasse na hora ele [o pai] tinha um puxão de orelha. E feliz quando não apanhava.

As festa eram os forró. Forró, o pé-de-serra, do barro batido, puxado na base do fole de oito baixo, violão e o zabumba e pandeiro. Eu gostava de um forró. Mas eu só tive liberdade de ir pro forró e curtir até a hora que eu quisesse, depois de casado, não vou mentir. Antes eu não podia ir porque toda minha vida eu respeitei meu pai, como era de costume, todo mundo respeitava os pai até depois...

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Documento de Reservista

Dados da imagem Documento de Reservista de Sr. Antônio.

Período:
Ano 1973

Imagem de:
Antonio Freire de Andrade

História:
Alegria de viver, apesar de tudo

Tipo:
Documento

Palavras-chave:
documento de reservista

Documento de Reservista de Sr. Antônio.

Família

Dados da imagem Família em frente da casa da família. Sr. Antonio, Maria (esposa), José (filho), Cristina (filha falecida), Antonio (esposo da filha) e netas.

Período:
Ano 1996

Local:
Brasil / Ceará / Matões - Caucaia

Imagem de:
Antonio Freire de Andrade

História:
Alegria de viver, apesar de tudo

Crédito:
Álbum de família

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
casa, neta, filha

Família em frente da casa da família. Sr. Antonio, Maria (esposa), José (filho), Cristina (filha falecida), Antonio (esposo da filha) e netas.

Dados de acervo

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P/1 – Seu Antônio, o senhor pode falar o seu nome completo?

R – Posso. Antônio Freire de Andrade

P/1 – O senhor nasceu onde?

R – Nasci aqui em Matões.

P/1 – Aqui no município?

R – Município de Caucaia.

P/1 – Qual é a data de nascimento do senhor?

R – A data do meu nascimento foi no dia cinco de fevereiro de 1945.

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – Adelino Freire de Andrade e Josefa Ribeiro de Andrade.

P/1 – Os pais do senhor eram daqui?

R – Eram daqui, filho nativo do lugar.

P/1 – O quê que eles faziam?

R – Plantavam. A vida aqui era agricultura, não existia outro ramo que senão agricultura. Era trabalhar na roça.

P/1 – E o quê que eles plantavam?

R – Plantavam mandioca, o milho, o feijão, a batata, o arroz, a cana, enfim.

P/1 – E os pais do senhor tiveram filhos além do senhor?

R – Tiveram.

P/1 – Quantos?

R – Esse daí é... Trabalhava na roça, de dia na agricultura e de noite era na criatura. Catorze filho a minha mãe teve.

P/1 –E todos os filhos viveram?

R – Não. É que nasceu mais ou menos 14 filho, mas só se criou 12 filho.

P/1 – Quantas mulheres e quantos homens?

R – Cinco mulher e oito... não, eu tô mentindo, não é assim, senão não dá 14. Foi cinco mulher e oito homem. Assim dá 12.

P/1 –Mas o senhor e todo mundo nasceu lá na casa de vocês?

R – Todo nasceram nesse mesmo local, aqui. Ou melhor, vocês passaram onde nós nascemos, bem vizinho onde nós nascemos. Na entrada de ir pra Dona Valda, na saída pra pegar a pista. Quem vai daqui pra lá é a entrada, saindo da pista, entrando naquele beco? Não tem uma mangueirona deste lado à direita que vai daqui pra lá? Pois aquela mangueira ficava no terreiro da cozinha dos meus pais, das nossas casa lá.

P/1 – O senhor lembra da casa, como que era?

R – Lembro. A casa, a casa era uma casa grande, porque tinha que ser grande pra modo de a família que era grande. Casa de palha, taipa. A taipa, porque sabe como é uma casa de...

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