P – Então a gente começa com a pergunta de praxe, nome completo, local e data de nascimento. R - Meu nome completo é Walmor Favero, sou de origem italiana, nasci numa cidade no médio vale de Santa Catarina, chamada Witmarsum, em 17 de 05 de 1961. P – E quando entrou no Aché? R - ...Continuar leitura
P – Então a gente começa com a pergunta de praxe, nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome completo é Walmor Favero, sou de origem italiana, nasci numa cidade no médio vale de Santa Catarina, chamada Witmarsum, em 17 de 05 de 1961.
P – E quando entrou no Aché?
R - Entrei no Aché em 1o de julho de 1987.
R - E de que forma?
R - Bem, eu trabalhava no Bradesco na época, e eu fazia a gerência de posto e fui transferido para a Agência Centro, onde eu trabalhava na área da gerência, que a gente chamava de “tapete verde”, isso porque o local era verde. E a nossa função dentre elas, uma era perceber se tinha alguém perdido na agência, ou não tinha alguém perdido na agência, porque era muito grande, na época tinha 240 funcionários na agência, e vários caixas assim, não sei se você pegou o tempo do Bradesco antigo, não era nada informatizado, estava começando a informatização naquele tempo, e aí eu percebi um cara meio perdido, tal, fui lá, perguntei, parece que ele queria sacar dinheiro, mas tinha muita fila e não tinha agência eletrônica na época, daí eu fui lá, saquei o dinheiro para ele, tal, na volta ele perguntou quanto eu ganhava, eu até menti, porque eu disse que ganhava 12 e na verdade eu ganhava oito mil, não sei se era cruzeiros, acho que era cruzeiros, na época, por mês. E ele fez uma proposta para mim entrar no Aché, a princípio não me interessou, porque eu tinha uma carreira boa dentro do Bradesco e eu gostava daquilo que eu fazia. Mas, aí veio o segundo convite, tal, meio que insistindo, daí fui para casa, falei com a minha esposa, e como sempre ela me apóia, “então vai, acredite, se você acha que dá.” Mas eu a princípio entrei porque a proposta salarial era muito boa. Não conhecia o Aché direito. Era uma empresa que na época tinha 15 anos de mercado aproximadamente, não era uma empresa muito bem conceituada, você vê que o risco foi grande. Mas eu arrisquei tudo e deu certo.
P – E além de você ter sido bancário, você fez outras coisas?
R - Olha, eu fiz, na época do Bradesco, paralelo, eu trabalhei um tempo em rádio, e é uma coisa que eu gostava muito de fazer mas não deu muito certo não. Porque eu tinha um programa das dez à meia noite sextas e sábados. E... gostava do que fazia mas só que não rendia, financeiramente não compensava. Você perder a tua sexta e o teu sábado lá fazendo o programa e... era um programa bastante divertido, que a gente entrevistava pessoas, musical e tal, mas acabei desistindo logo.
P – E no Aché você tem uma carreira de ascensão. Entrou como propagandista e logo depois você acabou subindo para supervisor. Tem algum fato marcante na tua carreira de propagandista, que foi curta?
R - Olha, você quer saber como foi a minha primeira propaganda? Na época a gente tinha um preparo, que era aquele curso básico, tudo o que acontecia no Aché era assim, você ficava meio assustado, e você não tinha uma grade promocional que dividia: isso você vai propagar para clínica, isso para pediatra, isso para ginecologia. Se propagava basicamente tudo para todos. O meu supervisor na minha primeira propaganda, para não me assustar, que esse supervisor não está mais na empresa, hoje, ele disse: “Olha, você vai lá, você propaga Necamin, você propaga Petisan, e você propaga Novofer líquido.” E gotas, que tinha na época. “Tudo bem, vou.” Só que, primeira propaganda eu fiz a primeira propaganda de Necamin, e o resto não... não entrou mais nada. Aí ele ficou fora, ouvindo, tal, e eu me despedi do doutor e saí da sala. Quando eu saí do consultório, ele disse: “E aí como é que foi?” “Dez, propaguei tudo”, mas na verdade tinha propagado um produto só que não tinha conseguido. Até hoje ele não sabe disso, mas tudo bem. (risos) Vai ficar sabendo.(risos)
P – E logo depois, quando você passou a ser supervisor, tem outras histórias interessantes, casos curiosos?
R - Não. Ah, tem um caso, mas antes, na minha primeira viagem, que eu nunca tinha viajado assim, eu fiz curso pelo Bradesco, que a gente ficava nos hotéis cinco dias, tal, mas eu não gosto, hoje em dia não tenho mais esse problema, mas eu não gostava de ver pessoa morta de jeito nenhum. Tanto é que em velório eu não ia, se eu fosse num velório ficava assim um mês sem dormir direito. E numa das primeiras viagens que eu fiz a Itajaí, a BR-101, que na época não era duplicada, e logo na frente assim começaram os carros a desviar, então olhei, tinha um atropelamento. Parei, fui obrigado a parar, olhei, assim, o cara estava acabando de morrer. O cara estava se passando, aí começou a ficar todo branco, tal, morreu, mas com o olho bem arregalado, assim, e parecia que estava olhando para mim. Olhei para aquilo e disse: “Pronto, não vai prestar”, mas tudo bem. Saí dali, liberou o trânsito, viagem. Eu fiquei três noites dormindo em Itajaí, quer dizer, três noites sem dormir. Eu apagava a luz, fechava o olho, e aquele cara vinha na minha frente. Eu tentava dormir de luz acesa, fechava o olho e era a mesma coisa. Não tinha jeito. Sei que quando voltei para casa na quinta-feira à noite, eu estava louco para dormir, desesperado, e com o tempo isso aí foi perdendo. Mas eu tinha assim, um remorso muito grande dessas coisas. Meu Deus. Isso, um acidente aqui, eu preferia desviar o caminho para nem passar perto.
P – E além de Itajaí, a região em que você trabalha, ou atuou?
R - Eu comecei trabalhando no setor de Joinville, Itajaí, Camboriú que é o filé de Santa Catarina, eu acho que é o setor que era redondinho, e depois, quando fui promovido peguei o estado inteiro. Comecei a fazer Santa Catarina inteiro na supervisão, aí teve uma época que fui fazer Curitiba também, foi a época que eu mais tive representantes sob o meu comando, foram 14. Eu ficava com uma equipe toda em Curitiba, e mais o estado de Santa Catarina inteiro. Foi a época, assim, mais trabalhosa para mim, mas muito gratificante. Aprendi muito com isso.
P – Comandou muitas pessoas?
R - Olha, a maior equipe que tive foi essa dos 14, depois fiquei com 12 no ano passado, e hoje estou com oito pessoas sob o meu comando. Mas, eu já fiz história também, muita gente já, que trabalhou comigo hoje é gerente junto comigo, trabalhando lado a lado, isso é gratificante, estão fazendo sucesso também.
P – Tá certo. E qual você acha que é a característica mais marcante do Aché?
R - Do Aché ou do homem do Aché?
P – Podem ser ambas as coisas.
R - Olha, uma das características que se tem, de se enaltecer no Aché é a oportunidade que o Aché dá para quem não tem, assim, porque ninguém sabe, ninguém nasceu propagandista, pouca gente sabe, fora do ramo, que existe uma profissão de propagandista de Laboratório Farmacêutico. E o Aché abria a porta para muita gente. Ia lá e pegava um bancário, pegava aquele cara que nunca tinha trabalhado com isso e dava oportunidade, enquanto as outras empresas, na verdade, admitiam só com experiência. Essa é uma característica do Aché. E também de ser uma empresa dinâmica. O Aché cresce muito, muda muito e muito rápido, pensa muito rápido, isso é muito bom. E o homem do Aché, o que eu posso destacar, é o jogo de cintura. O homem Aché você conhece de longe. Você pode chegar numa cidade, se eu não conheço o representante do Aché, em meia hora você olhando você identifica. Pela forma de atuar, pela postura, pela forma de se vestir, isso aí é a característica do homem Aché.
P – E por fim, queria a sua opinião sobre esse projeto de memória. O que você acha da oportunidade que o Aché está te dando de você contar a sua história?
R - Olha, eu, apesar de ser pego de surpresa, acho que é uma coisa muito boa, mais uma vez mostra o que é o Aché. Acho que como eu, muita gente gosta de contar como entrou no Aché, como ele conseguiu conquistar o espaço dele dentro do Aché. Acho isso muito importante para todo o mundo. Não sei quantas entrevistas vocês fizeram, mas que esse projeto tem que continuar, tem, e acho muito bom.
P – Então está bom. É isso.Recolher