Projeto Memória Petrobras
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Rafael Eira
Entrevistado por Morgana Mazeli e Elisa Crestana
Rio de janeiro, 06 de maio de 2009.
Código: MPET_COMPERJ_HV012
Transcrito por ?
Revisado por Jordana de Oliveira Pradal
P/1 – Queria começar então Rafael...Continuar leitura
Projeto Memória Petrobras
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Rafael Eira
Entrevistado por Morgana Mazeli e Elisa Crestana
Rio de janeiro, 06 de maio de 2009.
Código: MPET_COMPERJ_HV012
Transcrito por ?
Revisado por Jordana de Oliveira Pradal
P/1 – Queria começar então Rafael, pedindo para você dizer o seu nome completo, o local e a data de seu nascimento.
R – Meu nome é Rafael Eira da Silva. Eu nasci aqui no Rio de Janeiro, no dia 3 de janeiro de 1976.
P/1 – O nome de seus pais?
R – Meu pai é José Augusto Salgado da Silva, e minha mãe é Dozinda Rosa Eira da Silva.
P/1 – E o que eles fazem, qual é a atividade profissional?
R – A minha mãe hoje em dia é aposentada. Ela trabalhou no Banerj [Banco do Estado do Rio de Janeiro] a “vida inteira”. Começou trabalhando no BEG, que era o Banco do Estado da Guanabara, e depois daí virou Banerj. Meu pai é da Petrobras [Petróleo Brasileiro S.A]. Entrou na Petrobras em 1968, se não me falha a memória. Trabalhou muito tempo na Engenharia, trabalhou bastante no Cenpes [Centro de Pesquisas] e hoje ele permanece na Petrobras . Continua trabalhando, ele é aposentado e continua na Petrobras.
P/1 – E você tem irmãos, Rafael?
R – Eu tenho uma irmã, Marcela Eira da Silva, que também trabalha na Petrobras. Ela trabalha no setor jurídico. Ela é petroleira, entrou na Petrobras há um ano, dois anos, assim, na carreira do meu pai.
P/1 – A Petrobras está na história da família, então?
R – É. Na veia não corre só sangue, "corre um pouquinho de petróleo, com gás”, dá uma misturada.
P/1 – Rafael, conta um pouco pra mim como é que foi a sua infância. Onde é que você morava, como é que era a sua casa?
R – Bem, eu morava na Tijuca. Fui criado e morei até meus 20 anos na Tijuca, estudei no São José, o Colégio Marista São José, onde acho que passei os melhores momentos da minha infância, acho que onde tenho os amigos que tenho até hoje. A maioria dos meus amigos de infância vem do colégio, vem do prédio em que eu morava na Tijuca. É, foi uma infância e adolescência maravilhosas sabe? Privilegiadas. Acho que Deus me iluminou, me colocou na família que eu tenho. Tenho dois pais ótimos, uma irmã maravilhosa, e uma sobrinha linda. Mas foi sempre tudo muito bom, sempre fazendo muito esporte. Jogava muita bola, waterpolo, tênis, até estudava de vez em quando, né [risos]?
P/1 – E de brincadeira na infância, era brincadeira na rua? O que é que era?
R – É. Eu gostava de jogar bola. Tinha um campo no meu prédio, e no clube próximo de onde eu morava. E a gente viajava muito para uma casa fora, dos meus pais, na Região dos Lagos. E lá, aquela vida boa: praia, soltar pipa, balão, né? Só coisa boa, sempre botando o pé na terra, muito bom.
P/1 – E aí você falou agora a pouco, que você: “Até estudava um pouquinho”?
R – Até estudava, dava até tempo pra estudar!
P/1 – E que lembranças você tem da escola? Onde você estudou?
R – Eu sempre estudei no São José, um colégio de padres, na Tijuca. Acho que foi onde me deu base pra tudo que hoje eu desenvolvo, acho que o colégio que me deu toda essa base. Sempre fui um bom aluno, nas áreas de Matemática, Física, História, e nem tão bom assim em Português e Inglês. Na parte de línguas sempre "penava" um pouquinho, meus pais tinham que me botar para estudar senão o negócio não saía direitinho [risos].
P/1 – Mas você tem alguma lembrança, alguma história pra contar da época de escola? Você era muito arteiro?
R – Caramba, história de arteiro? Teve uma vez que eu tava no recreio e aí a gente tava com um buscapé, que é um artefato de fogos de artifício; quando você acende a base do buscapé, ele sai buscando o rumo dele. A gente acendeu, e quando ele saiu, ele parou no olho do padre! Do padre que tomava conta de todo mundo! Aí foi complicado ter que explicar pra ele o que é que a gente tava fazendo. Mas tirando isso, ele adorava a gente.
P/1 – Rendeu um bom castigo?
R – Deu um bom castigo, deu uma boa suspensão. Mas nada que não pudesse retornar pro colégio.
P/1 – Você falou que já gostava muito da parte de exatas. Você acha que essa época de estudo já influenciou a sua vida profissional mais à frente?
R – Sem dúvida nenhuma, acho que quando eu era mais novo, quando eu tava acho que na oitava série, e meu pai trabalhava no Cenpes [Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello] , o colégio tinha um programa de visitar onde os pais trabalhavam. E aí meu pai conseguiu da gente ir pro Cenpes. Fomos conhecer o Cenpes, e foi ali que eu tive o meu primeiro contato, digamos assim, com a indústria de petróleo. Aí fui eu, e toda a minha turma, pro auditório do Cenpes ver uma apresentação. A gente começou a entender um pouquinho como é que funcionava aquilo tudo, de uma forma um pouco mais lúdica, mas foi bem interessante. Eu acho que daí que começou esse lado um pouquinho mais de exatas. Acabei me formando em Administração, e enveredando pelo lado de consultoria.
P/1 – E tinha na sua família uma expectativa de que você seguisse alguma carreira específica assim?
R – Não. Meus pais nunca me obrigaram a seguir nenhuma carreira. Pelo contrário, sempre me deram total liberdade pra eu escolher. Tanto é que quando eu fiz vestibular pela primeira vez, pra Engenharia; fiz um ano de Engenharia, e vi que aquilo não era muito o que eu tava esperando da minha vida profissional. Tive uma conversa com meus pais, e falei assim: “Ó, vou pra Administração porque eu acho que na Administração é que eu vou me encaixar mais, é mais o meu perfil”. E sem dúvida nenhuma acredito que tenha sido uma ótima escolha.
P/1 – E aí você se formou em Administração. E quando é que você começou a trabalhar aqui na Petrobras?
R – É. Eu me formei em Administração em 1999. E foi exatamente o ano que eu comecei a trabalhar, vamos chamar assim, para o sistema Petrobras. Foi a primeira vez que eu trabalhei pra Indústrias Petróleo e Gás. Foi na TBG, na [Tryroxine-binding gllobulin]. Então, o gasoduto ainda nem tava pronto, e eu comecei a trabalhar lá no dia 26 de setembro de 1999. Trabalhei na área de Desenvolvimento de Mercado, que era uma área nova. O gasoduto estava cortando estados que não tinham a cultura do gás natural, como por exemplo, o Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e parte também de São Paulo. E a gente estava desenvolvendo um programa, chamado “Rede Gás Energia”, que era exatamente de fomento à indústria do gás natural. Então, o gás natural tinha uma participação pequena dentro da matriz energética nacional, e o objetivo desse programa era efetivamente aumentar a participação do gás natural dentro da matriz energética.
P/1 – E aí você trabalhava nessa empresa que prestava serviços?
R – É, na verdade, era funcionário da TBG; tinha que ter um modelo diferente, ela é 51% Petrobrás. E tinha um dos sócios, que é BBPP, que é – caramba, esqueci o nome – acho que é Brasil Bolívia Project Pipeline uma coisa assim. Eu trabalhava pra essa empresa que era uma das sócias . E lá dentro também tinha pessoas que trabalhavam na Petrobras, eram petroleiras.
P/1 – E esse foi o seu primeiro trabalho?
R – Não. Meu primeiro trabalho foi no Banerj. Fui estagiário do Banerj. Sempre isso meio que mostra um pouco a minha idade. “Pô, trabalhei no Banerj?" Dá o maior “peso”, assim. Eu dou aula na FGV [Fundação Getúlio Vargas] hoje em dia, e eu sempre falo isso: ”Dei aula no Banerj.” Então, todo mundo me olha assim: “Então quantos anos esse cara tem?”. O Banerj faz parte do Itaú, e o Itaú adquiriu o Banerj já faz bastante tempo, tipo assim: “ Deve ser velho esse cara!”. Mas, trabalhei muito pouco tempo no Banerj, não era o que eu estava esperando na minha vida profissional. Depois disso, fiz Engenharia. Aí, trabalhei dois anos na Construtora Minas Centro, onde foi o início, comecei a me moldar profissionalmente. Depois, eu trabalhei no Shoptime. Trabalhei logo na formatação do Shoptime. A internet era uma coisa muito superficial ainda, era muito mais efetivamente venda através da televisão, de telefone. E a gente desenvolveu o portal da ... caramba, me esqueci o nome!
P/1 – Shoptime.
R – É. Do Shoptime. E eles começaram a ter vendas através da internet, foi um projeto bem legal. E depois disso me enveredei pela área financeira, fui trabalhar num banco de investimentos, o Banco Graphus. Trabalhava na área de mercado, também, do banco. E aí teve um processo, no final da década de 1990, em que a maioria do mercado financeiro do Rio de Janeiro migrou pra São Paulo. E eu tinha uma escolha:
ia pra São Paulo, continuava no mercado financeiro, ou continuava no Rio de Janeiro, que é o lugar que eu gosto, onde estão as “minhas raízes”, as coisas que eu me identifico. E eu resolvi enveredar pela área de petróleo, que é uma indústria muito forte do Rio de Janeiro, do Estado do Rio de Janeiro.
P/1 – E aí?
R – Eu me mexo muito, né?
P/1 – To vendo!
R – Eu tenho muita dificuldade de ficar parado, mas tudo bem.
P/1 – Você falou no início, que a família toda, seu pai, sua irmã, são da Petrobras. Então, antes de você entrar pra trabalhar aqui, que imagem você tinha da empresa?
R – Eu me lembro de dois contatos com a Petrobras quando eu era novo. O primeiro foi aquele relato que eu fiz, da vinda da minha turma pro Cenpes. E eu me lembro quando era mais novo, meu pai era funcionário da Petrobras, e eu tava usando aparelho fixo. Então, eu tinha que vir fazer perícia no Edise [Edificio Sede da Petrobras]. E aí eu ficava encantado, com aquelas maquetes que tem ali no térreo do Edise. Olhava as plataformas, gasoduto, a própria maquete do prédio. Ficava encantado, e falava assim: “Pô, esse negócio deve ser bem legal de trabalhar. Será que um dia desses eu vou enveredar por esta área?”. Então, de adolescência e de infância, estas são as duas vezes que eu me lembro da Petrobras. E a Petrobras sempre foi uma coisa muito forte dentro da minha criação, por conta desse laço familiar. Minha família trabalha na área de petróleo e gás, dentro da Petrobras. Não trabalho nela, mas tenho uma admiração por ela. Sempre brinco que eu nunca abasteci meu carro, desde que eu tenho 18 anos, em outro posto sem ser BR. Então algumas pessoas brincam, até algumas pessoas da Petrobras ficam assim: “Às vezes esse Rafael parece ser mais petroleiro que petroleiro aqui dentro!” Mas... [risos]. Mas acho que é muito de cultura. Eu tenho um carinho muito grande pela Petrobras, uma empresa que eu aprendi a admirar, gostar, achar, identificar a importância dela pro país, pro desenvolvimento do país, pro desenvolvimento da sociedade brasileira. Então, além dela como empresa, ela também tem esse lado de patrocinadora de cultura, patrocinadora social, de diversos programas.
P/1 – E quando foi que você virou mesmo funcionário da Petrobras?
R – Eu não sou funcionário da Petrobras.
P/1 – Ah, não é? [risos].
R – Eu não sou funcionário da Petrobras. Acho que eu sou um dos poucos que não são petroleiros. Eu não sou funcionário, mas sempre trabalhei para o Sistema Petrobras. Então, eu hoje tenho uma empresa de consultoria, e a gente presta serviços pra Petrobrás. A gente tem uma equipe que faz a gestão do Centro de Integração do Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro], e que você já deve ter conversado com a Clara? A gente vai conversar depois sobre isso.
P/1 – Então, já que você chegou ao Comperj, vou trocar aqui com a Elisa.
R – Tive uma passagem ótima! Eu sempre brinco que eu não servi o exército, mas eu servi a pátria dois anos no Ministério de Minas e Energia. Eu trabalhei dois anos no Ministério de Minas e Energia, morei em Brasília, e foi uma experiência muito boa, foi uma experiência muito boa também pra conhecer toda a indústria de petróleo e gás. Então, eu sempre tive um foco muito maior na área de gás natural, quando em 2003, eu fui trabalhar no Ministério de Minas e Energia e aí eu consegui ter a oportunidade de ter uma visão muito mais ampla da indústria, mesmo.
P/2 – Rafael, conta pra gente como é que foi o começo do projeto do Comperj. Como é que vocês começaram, você e sua equipe? Como é que foi o desenvolvimento do Centro de Integração?
R – Isso. Antes de falar do Centro de Integração, eu tenho uma coisa interessante. É que antes de eu entrar no Centro de Integração, eu estava indo morar em Porto Alegre. Eu ia pra um projeto na Ipiranga e aí houve a oportunidade aqui, no Centro de Integração. E na verdade, o Centro de Integração deu uma “virada na minha vida de 180 graus”. Eu estava indo morar em Porto Alegre mas continuei morando aqui no Rio. Então, o Centro de Integração também tem uma parte muito importante na minha vida. Mas a concepção do Centro veio junto com a localização do empreendimento. Então, o empreendimento, a determinação dele, foi feita em abril de 2006. E naquele momento, a Petrobras tinha toda a preocupação do aproveitamento da mão de obra na região do Leste Fluminense do Rio de Janeiro; a área impactada pelo empreendimento. Naquela oportunidade, a presidente da Petroquisa Maria das Graças criou o Centro de Integração para exatamente buscar essa qualificação. Então, no início nós éramos três pessoas. Éramos o Jaci, que sempre foi o coordenador do projeto do Centro de Integração, tinha eu e tinha o Bernardo Duque, que hoje nem está mais aqui na equipe, está na Argentina. Então, o início do Centro de Integração foi um trabalho bastante interessante, bastante intenso. A gente teve diversas reuniões dentro do abastecimento, dentro da área de engenharia, pra identificar quais seriam os profissionais que a gente teria que qualificar, qual o quantitativo desses profissionais e em que tempo eles seriam necessários. Tivemos um trabalho bastante grande no início do projeto, pra identificar este histograma. Então, naquele momento identificamos que estaríamos qualificando naquela região, 30 mil profissionais de várias categorias dentro do Centro de Integração do Comperj.
P/2 – E nesse começo de projeto, qual foi o grande desafio que vocês viram?
R – Acho que o grande desafio do Centro de Integração foi efetivamente... Deixa eu pensar qual foi o grande desafio.
P/2 – Uma questão de gestão do projeto, ou mesmo algum relacionamento que vocês tiveram que ter com as prefeituras?
R – Acho que por aí tá bom. Eu acho que um dos grandes desafios do Centro de Integração foi exatamente buscar essa parceria com as prefeituras da região. Então, as prefeituras identificavam o Comperj como um potencial salvador da região, do município. E a gente teve que exatamente buscar essas alianças com as prefeituras, pra buscar essa qualificação dos profissionais, daqueles 11 municípios. E outro desafio bastante grande, dentro da região, foi identificar as instituições de ensino capazes de atender os requisitos da Petrobrás. Assim, dentro da região existem diversas instituições de ensino. Teríamos também um trabalho muito grande, de mapear essas instituições de ensino, pra prestar o serviço à Petrobras. Um outro desafio. Agora veio vários desafios na cabeça...
P/2 – É... [risos].
R – Outro desafio foi que um dos compromissos da Petrobras era a construção de um prédio, em São Gonçalo. A estrutura física de um prédio do Centro de Integração de São Gonçalo. E um dos desafios foi exatamente achar esse terreno. Então, a gente verificou cerca de 10 possibilidades de terrenos. Seriam terrenos que foram comodatos junto com a prefeitura municipal de São Gonçalo, mas foi um desafio bastante grande a gente achar um terreno adequado, próximo da população, com facilidade de acesso e próximo das instituições de ensino, para que a população pudesse ser qualificada com a maior comodidade possível pra eles.
P/2 – Na entrevista do Jaci, ele comentou com a gente que teve uma questão de atraso na construção do prédio do Centro de Integração. E aí teve um relacionamento mais próximo com as prefeituras, pra ver que cidade poderia comportar as aulas, qual escola. Como é que foi esse momento, teve alguma tomada de decisão, teve algum momento difícil, alguma lição aprendida?
R – É, teve uma decisão. Porque a gente tinha um problema na região, que era a falta de instalação física. Então, a gente “pega” municípios como Niterói, São Gonçalo, e eles têm estrutura pra comportar essa mão de obra, a qualificação dessa mão de obra. Mas a gente “pega” outros municípios e a gente não têm instituições de ensino, eles não têm escolas técnicas, e tivemos que adaptar o processo de qualificação à característica da região. Então, a gente desenvolveu diversas unidades móveis e essas unidades móveis eram acopladas às escolas municipais ou estaduais, dentro desses municípios, e as aulas eram sempre praticadas, ministradas, naqueles municípios. Então, o aluno não tinha que se deslocar pra um município como São Gonçalo, Niterói, pra ter essa qualificação, pra ter essa oportunidade de emprego. Eles tinham a oportunidade de se qualificar na sua residência, onde moram com a família, onde fica mais fácil pra se locomover e chegar dentro da instituição de ensino. Aí teve uma característica bem interessante; quando a gente conversava com as diretoras das escolas municipais e estaduais, elas não gostavam muito da ideia de fazer qualificação de nível básico na escola municipal. E foi uma das coisas que a gente desenvolveu dentro do Centro de Integração. Nas aulas práticas, eles ajudavam a melhorar as instalações físicas da escola municipal. Por exemplo, uma aula de pintor, ao invés de pintar uma parede , vem uma outra turma e pinta novamente essa parede, a gente aproveitava essas aulas práticas pra reformar essas escolas municipais e estaduais. Então, no início onde as diretoras brigavam com a gente pra começar a dar aula dentro da escola , começou a ter uma briga ao contrário, as diretoras queriam que a gente fosse dar aula dentro da escola, porque elas queriam a escola recuperada e melhorando o estabelecimento pros alunos que lá estudam até hoje.
P/2 – Entendi. E você como uma pessoa que não é da Petrobras; como consultor, como é essa relação com a equipe da gestão do projeto? Tem algum aspecto que você acha que é diferente? De estar aqui dentro? Conta pra gente um pouquinho de como é isso.
R – O relacionamento é muito bom. O Jaci...e parece até que eu estou puxando o saco dele, mas vamos lá [risos] . É... como é que eu vou falar o nome dele? Vou dizer coordenador executivo. O relacionamento é muito bom. Então, o nosso coordenador executivo do projeto dá toda a liberdade pra gente poder criar, poder inovar, pra que a gente possa ter uma qualificação cada vez melhor dentro da região. Possa efetivamente atender o anseio da região, pra uma qualificação melhor, e pra que essa população possa, efetivamente, ser aproveitada dentro do empreendimento do complexo petroquímico.
P/2 – Entendi. E como foi chegar à conquista do prêmio Apoena 2007? Até acho que você poderia contar um pouquinho sobre esse prêmio.
R – É. A gente teve a felicidade de ganhar sete prêmios. A Apoena foi o nosso último prêmio, foi um reconhecimento muito grande, porque é um prêmio que era do abastecimento para os projetos de destaque dentro dessa área; na área de responsabilidade social, que foi a área que efetivamente a gente foi premiado. Então, foi um orgulho muito grande receber o prêmio Apoena, que a gente estava disputando com outros projetos tão desafiadores quanto os nossos. Então foi muito legal, a gente ganhou a primeira etapa, a do Estado do Rio de Janeiro. Depois teve uma disputa nacional e a gente foi contemplado com a Apoena Nacional, na área de responsabilidade social.
P/2 – É um prêmio da Petrobras, né? Interno?
R – É um prêmio da Petrobras. Então, a gente recebeu dois prêmios internos da Petrobras, ou seja, o Apoena Regional e o Apoena Nacional. E a gente recebeu mais cinco premiações externas, como por exemplo, a ADVB [Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil], o Top Marketing e diversos outros prêmios que a gente recebeu por conta da gestão do Centro de Integração do Comperj.
P/2 – E em toda essa gestão no Centro de Integração, e no desenvolvimento, qual foi pra você a grande lição aprendida?
R – Eu acho que uma das grandes lições aprendidas foi exatamente a Petrobrás ter tido a preocupação de ouvir a população. A Petrobras não chegou com o pacote pronto pra desenvolver na região, não, a gente teve todo um relacionamento com a sociedade pra verificar o que efetivamente aquela região precisava. E a Petrobras teve toda a preocupação de modelar uma boa solução, pra que fosse implementada, e hoje está sendo desenvolvida com a sociedade local.
P/2 – Legal. E quais são os próximos passos no desenvolvimento do Centro?
R – A gente tem hoje dois grandes desafios, então, hoje a gente já tem qualificados dentro do Centro de Integração, 3.500 profissionais. A gente só tem mais 26.500 profissionais a serem qualificados nos próximos quatro anos. É um desafio muito grande pra gente, qualificar 26.500 profissionais a mais dentro do Centro de Integração. Temos um novo desafio, que é, além de qualificar profissionais pra trabalhar dentro da obra do Comperj; pois eles estando qualificados a gente também qualificará os empresários locais. Então, a Petrobras tem um convênio junto com o Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], e esse convênio tem diversas atividades pra fortalecer o arranjo produtivo local. Pra que não tenha somente uma empresa forte dentro da região, mas que diversas empresas possam se fortalecer, e cresçam junto com a região, que é a expectativa da Petrobras.
P/2 – E falando agora do relacionamento com as comunidades, você também participou dessa questão de caravanas, da comunicação com a população dos municípios. Como é que foi esse relacionamento e como é que foi a participação nas caravanas?
R – É pra ser sincero? [risos].
P/2 – É pra ser sincero.
R – Primeiro foi uma oportunidade assim, ímpar, de participar da caravana, participar das pré- audiências do Comperj e também das audiências públicas . Eu acho que foi um período bastante enriquecedor pra gente, de ouvir o que a sociedade local tinha a falar pra Petrobrás, coisas boas e também algumas preocupações com a sua chegada, o que eu acho que é um processo normal da sociedade, se preocupar com a chegada de qualquer grande empreendimento, né? Sem dúvida nenhuma vai existir uma mudança naquela região, e é mais que natural a sociedade estar preocupada com essa mudança, mas foi bastante enriquecedor participar dessas audiências, sem dúvida nenhuma. Tiveram alguns momentos bastante inflamados dentro da caravana, principalmente dentro das audiências públicas, mas que foram bastante é ... chatas [Risos]. Não, tô brincando. Mas teve alguns momentos, na verdade tensos dentro da caravana e das pré-audiências, mas que a gente soube aproveitar e tentar processar essa ansiedade, essa preocupação, e tentar desenvolver nosso projeto pra atender essa demanda da região. A gente sempre foi muito questionado dentro desses três grandes momentos: dentro da caravana, dentro da pré-audiência e da audiência pública. Se a região de Itaboraí seria uma nova Macaé? Então, sempre houve essa preocupação e a Petrobras sempre mostrou pra região, pro Poder público, pra sociedade civil, que efetivamente estava preocupada com o desenvolvimento local, não estava apenas implantando um empreendimento, ela também tinha toda uma preocupação em se integrar àquela sociedade, se integrar com aquele Poder Público, pra que o desenvolvimento fosse o maior, o mais produtivo possível para aquela região.
P/2 – E nessa questão do relacionamento, da comunicação com a comunidade, teria alguma coisa que você faria diferente da forma como foi feita?
R – ... É. Eu acredito que a gente poderia ter sido mais presente. Acho que a gente teve várias oportunidades de estarmos junto com a sociedade local, mas a gente teria que tentar fazer disso uma rotina mais frequente. Eu acho que essa possibilidade de estar sempre conversando com a sociedade local, enxergando o que é que eles estão vendo, quais são as expectativas deles sobre o empreendimento, é muito enriquecedor pra gente. Então, esse processo de estar sempre trocando informação com a sociedade local deveria ter sido mais frequente, acho que a gente poderia ter tido uma relação mais intensa dentro da sociedade local. Dentro daquela comunidade.
P/2 – Legal. Então, uma última pergunta. Do projeto como um todo, que aprendizado você levaria para os próximos projetos, que você daria como sugestão para projetos similares que podem vir a acontecer?
R – Eu acho que é inovação. Eu acho que a Petrobrás inovou muito dentro do Centro de Integração do Comperj, pra exatamente atender esses anseios da população. Então, ela não chegou com uma solução pronta pra região, ela desenvolveu à “várias mãos” essa solução, e hoje é muito bem aceita dentro dos 11 municípios que hoje têm a inovação. A inovação acho que foi o diferencial desse projeto. Acho que eu levaria pra minha carreira a preocupação de estar ouvindo o outro lado, de estar ouvindo a sociedade, o poder público, pra que a gente possa estruturar um projeto extremamente customizado pra aquela região, pra que o projeto fosse bem aceito. E hoje esse projeto é muito bem aceito dentro desses 11 municípios, dentro da sociedade, com a grata satisfação de ver que 80% das pessoas foram qualificadas. Dentro do Centro de Integração, hoje elas tem a sua carteira assinada, o que antes não acontecia.
P/2 – Chegou aqui mais uma pergunta.
R – Aí, aquela história: ”Dão dignidade”? [risos].
P/2 – Qual é o modelo de gestão do Centro de Integração? Ele é 100% Petrobras? Ou quem decide o que?
R – A metodologia que foi adotada dentro do Centro de Integração é uma metodologia adotada dentro do Sistema Petrobrás. Que é a rede de excelência. Então, é uma metodologia da rede de excelência que exatamente comporta a participação de vários agentes, assim, a Petrobrás é um desses agentes dentro do processo do Centro de Integração, mas existem outros agentes, como o Poder Público, as Prefeituras, o Governo do Estado, o Promimp [Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural], a Sociedade Civil, o Contech, o fórum Comperj, as Universidades, as Escolas Técnicas. Então, é uma rede de excelência, uma rede de cooperação para um fim específico que é exatamente tentar buscar a maximização da mão de obra local, dentro do empreendimento, num único objetivo. Num único centro.
P/2 – Mas como é que funciona isso? Tem encontros periódicos?
R – Então, todos os membros do Centro de Integração se reúnem semestralmente, pra exatamente discutir quais serão as estratégias da qualificação dentro dos 11 municípios. Quais foram as lições aprendidas dentro dos seis meses anteriores, e o que é que a gente fará para os próximos seis meses. Então, semestralmente, a gente tem uma reunião com todos esses agentes que fazem parte dessa rede de excelência que a chamamos de Centro de Integração do Comperj.
P/2 – Entendi, obrigada.
P/1 – Desde quando que você se envolveu com o trabalho do Comperj? Desde quando você está trabalhando no Comperj?
R – Tá. Então vamos lá, de repente não focaram. Em abril de 2006, quando foi determinada a localização do Comperj, que o empreendimento ia ser localizado no município de Itaboraí, houve toda essa preocupação do aproveitamento da mão de obra local. Então, junto com a localização do empreendimento, nasceu o projeto do Centro de Integração do Comperj. Naquele momento começou a se formar exatamente essa rede de instituições, pra buscar essa qualificação na região. Então, em abril de 2006, nasceu o Centro de Integração, com o objetivo de qualificar a população local, para maximizar a participação da mão de obra . Respondendo objetivamente, abril de 2006
P/1 – E então, já que a Elisa concluiu e explorou a tua atuação no Comperj, queria retomar. E como a gente ainda tem um pouco de tempo...
R – Vamos desenvolver um pouco mais.
P/1 – Queria voltar um pouco na sua história.
R – Claro. Se quiser eu conto a história porque eu tenho a cicatriz no rosto [risos].
P/1 – Pode contar, se você quiser! Não, eu tava pensando lá na sua formação, que você primeiro estudou engenharia, e viu que não era isso que você queria. Mas por que você escolheu administração, o que é que te fez caminhar para este lado?
R – Poxa, a gente teria que desligar a câmera, [risos]. Então vamos lá. Eu comecei a minha carreira profissional fazendo engenharia, e eu fiz engenharia na PUC [Pontifícia Universidade Católica] durante um ano. E quando você entra na faculdade, começa a conhecer um pouco mais das outras cadeiras e aí você começa a entender um pouco mais o que é que é engenharia, o que é que é economia, o que é administração, o que é uma psicologia, o que é que é jornalismo. E aí, eu me identifiquei naquele momento com a administração. Então, eu resolvi dar uma guinada na minha vida acadêmica e resolvi fazer minha transferência pra administração, e prestar um outro vestibular. E acabei passando, e comecei novamente na PUC a Administração, né? Aí, depois da Administração na PUC eu fiz um MBA [Master of Business Administration], na área de petróleo, gás e energias renováveis. Fiz em Brasília, quando eu morei lá. Fiz um mestrado na UFF[Universidade Federal Fluminense], na área de qualidade de meio ambiente. Hoje dou aula na FGV, de negociação. Dou aula há quatro anos na FGV. Que é ótimo dar aulas de administração, de negociação, desculpe.
P/1 – Você gosta de dar aula?
R – Adoro, aprendo muito com meus alunos. Acho que eu aprendo mais com eles do que eles aprendem comigo. Acho que é uma oportunidade muito legal de trocar experiências, de conhecer novas empresas, de conhecer novas vivências, um momento muito legal.
P/1 – E desse tempo de faculdade, Rafael, tem alguma história pra contar, alguma lembrança bacana da época da faculdade?
R – Poxa, “tudo em off”, “né”? [risos]. Não. Tem várias histórias bacanas da faculdade, principalmente porque, modéstia à parte, eu era um dos melhores jogadores de sueca, então isso é uma das coisas que eu coloco no meu currículo. Mas uma das coisas legais que eu trago da faculdade foi começar a aprender a trabalhar em equipe. Quando a gente estuda no segundo grau, a gente faz uma coisa muito mais individual. E dentro da faculdade a gente tem que fazer um trabalho, começar a entender muito mais a pessoa que está do seu lado, como é que funciona um trabalho em equipe, saber quando ceder às suas convicções.
P/1 – E você falou agora a pouco que morou e estudou em Brasília. E você antes tinha dito que queria ficar no Rio, que o Rio é “suas raízes”. Como é que você foi parar em Brasília?
R – Ela só faz pergunta que se eu falar eu me comprometo [risos].
P/1 – Não, tudo bem. Agora, você já disse pra mim, antes da gente começar a entrevista, que você não tem filhos. Mas você é casado?
R – Não, não sou casado. Sou solteiro, moro no Rio de Janeiro. Solteiro no Rio de Janeiro! Pretendo casar, ter filhos, constituir uma família. Espero que a minha família, que eu venha a constituir, seja tão bonita quanto a família que meus pais conseguiram constituir. Então, se eu tiver essa oportunidade, já vai estar ótimo.
P/1 – E Rafael, o que é que você faz do seu tempo livre?
R – No meu tempo livre, eu adoro ler. Ler acho que é um dos meus passatempos prediletos. Coleciono selos, sou um colecionador de selos, e adoro pedalar. Adoro pegar a minha bicicleta, e ir pros cantos mais bonitos do Rio de Janeiro. Pedalar pelo Aterro, pedalar em Ipanema, na Lagoa. Gosto de dar uma pedalada, apesar de exercício físico não ser a coisa que eu mais goste de fazer.
(Troca de fita)
P/1 – Rafael, na verdade eu estava já encaminhando pra concluir quando acabou a fita, mas aí enquanto a gente estava conversando em off, me ocorreu perguntar uma coisa, pois estavam falando da sua característica de ser muito político. Na sua época de faculdade você se envolveu nas atividades políticas? De Centro Acadêmico, e coisas desse tipo?
R – Não. Na faculdade eu não me envolvi, não. Mas no colégio eu me envolvi. Dentro do colégio existia um grêmio. Então, eu tinha essa participação dentro do Grêmio do Colégio Marista de São José.
P/1 – E mais uma pergunta aqui relacionada a ...
R – É bom que vai aparecendo um monte post-it com pergunta! A galera ali fica só alimentando.
P/1 – Mais uma pergunta: Como é que foi o convite para você vir trabalhar no Comperj? Pode contar essa história pra gente?
R – Posso [risos]. Tudo é muito engraçado, né? Mas eu vou responder sério. Então, eu mencionei que quando eu recebi o convite para vir trabalhar aqui no Comperj, eu já tava com um apartamento alugado em Porto Alegre, eu ia morar lá.
P/1 – Você mencionou o convite em off. A gente não sabe como é que foi o convite para você vir para o Comperj.
R – Ah, tá. Não, o convite pra vir trabalhar no Comperj aconteceu de uma maneira muito inusitada. Eu tava indo morar em Porto Alegre, quando eu tive a oportunidade de vim trabalhar aqui no Comperj. Me explicaram qual era o objetivo, efetivamente, da Petrobras no desenvolvimento do Centro de Integração, e eu achei bastante enriquecedor pra minha carreira. E aí resolvi tomar a decisão de continuar a morar aqui no Rio de Janeiro, e aceitar o desafio de trabalhar no Comperj. Acredito que foi uma das maiores decisões da minha vida, acho que foi uma decisão muito eficaz, de ter tido a oportunidade de trabalhar aqui no Comperj, e no Centro de Integração. Ter conhecido pessoas maravilhosas dentro desse projeto. As que trabalham hoje no projeto, e as que já trabalharam também. Então, tem sido uma oportunidade incrível trabalhar no Comperj. Essa foi bem política.
P/1 – É. Eu acho que já estamos no fim. Tem alguma coisa que a gente não perguntou e que você queira deixar registrado?
R – [pausa] .Não. Sempre, na realidade isso aí. Na verdade eu não sei se isso aí é um registro. Houve a determinação da localização do terreno que a gente ia construir o Centro de Integração, era um terreno da Prefeitura. Um terreno que foi cedido, de comodato, à Petrobras, durante 50 anos, e naquele terreno funcionava uma escola municipal, a Escola Municipal Luiz Gonzaga. Eu tive a oportunidade de visitar essa escola algumas vezes, e era uma escola que tinha 1.000 alunos, que estudavam em condições precárias. Então, eu fui num dia de chuva em São Gonçalo, e eu vi uma cena que dificilmente eu vou me esquecer, a dos alunos estudando com o guarda-chuva aberto, recebendo chuva na cabeça. Era um prédio condenado pela Defesa Civil, e houve toda uma remoção daqueles alunos pra um outro estabelecimento liberado pela Defesa Civil, uma situação muito melhor. E essas crianças hoje estudam num ambiente muito melhor. Lógico que poderia ser mais adequado. Poderia, “né”? Mas pelo menos eles conseguiram sair de um prédio que era condenado. Então, acho que isso foi uma coisa bastante chocante, ver, entrar numa sala de aula com 30 meninos e meninas de sete, oito anos, tentando aprender, tentando estudar, se dedicando a estudar com o guarda chuva aberto. Recebendo chuva, efetivamente recebendo chuva na cabeça. Então foi uma cena assim, que foi bastante chocante na época. E depois a Petrobras ainda foi criticada de ter demolido uma escola municipal. Mas isso é um outro assunto, um assunto bem complicado. TInham outras coisas legais, tipo quando estavam escolhendo o terreno. Um dos terrenos possíveis pra construção do Centro de Integração do Comperj era um asilo. E aí, naquela época nós éramos três; éramos o Jaci, eu e o Duque, e a gente foi almoçar nesse asilo. Era um asilo só de senhoras, a gente foi almoçar junto com essas velhinhas. E aí, tava eu, o Jaci e o Duque, e só para vocês imaginarem, o Duque é um cara de dois metros, um cara imenso, e ele não parava de comer. E eu falava assim: “Duque, pelo amor de Deus, para de comer, você vai acabar com a comida das velhinhas!”. E a comida também não era muito boa. Mas ele topava qualquer coisa. Tem também, outra coisa bastante triste, mas que não tem mais nada a ver com o Centro de Integração; apesar do asilo ser localizado em frente ao Centro de Integração, foi também escutar algumas história de senhoras que são abandonadas no asilo. As famílias não visitam, deixam efetivamente na porta do asilo, entregues ao “Deus dará”. Tem algumas histórias tristes nessa época de escolher o terreno. Teve ameaça de morte!
P/1– Promessa de morte pra você?
R – “Pô”, teve! Teve, teve. Essa história também é legal!
P/1– Então, pra encerrar mesmo, Rafael, eu queria...
R – Ah, vamos continuar! Estou adorando! por mim ficaria aqui até 10 horas, tem duas garrafas d’água, tá ótimo! [risos].
P/1 – Eu queria que agora você dissesse o que você achou de ter participado e ter dado o seu depoimento aqui pro Desafios, pro Memórias Petrobras, dividindo um pouquinho da sua história aqui com a gente.
R – Pra mim foi um orgulho muito grande, estar aqui conversando com vocês, relatando essas histórias, algumas histórias engraçadas, outras tristes, outras sérias. E é muito legal fazer parte da Memória da Petrobras. Eu, como falei no início dessa nossa conversa, sempre tive um laço muito forte com a Petrobras, meu pai é petroleiro desde que ele é jovem. Então é muito legal fazer parte, ter a oportunidade de fazer parte da Memória da Petrobrás, uma empresa que eu desde garoto aprendi a gostar, aprendi a admirar e aprendi a respeitar .
P/1 – Então é isso, obrigada.
R – Obrigado vocês. Ficou bom? Ficou ruim? Era isso?
P/1 – Não, ficou legal.
--FINAL DA ENTREVISTA--Recolher