Durante 16 anos da minha vida um exemplo, que parecia ser muito claro sobre o que é ter uma vida. Em casa, tudo parecia estável e belo, ouso dizer perfeito. Me sentia muito segura e resolvida, com uma base, um sustento, pois sabia que meus pais sempre estariam ali para me ajudar e apoiar.
Meu maio...Continuar leitura
Durante 16 anos da minha vida um exemplo, que parecia ser muito claro sobre o que é ter uma vida. Em casa, tudo parecia estável e belo, ouso dizer perfeito. Me sentia muito segura e resolvida, com uma base, um sustento, pois sabia que meus pais sempre estariam ali para me ajudar e apoiar.
Meu maior medo até então era de que um dia tudo isso desmoronasse (divórcio). Lembro de uma discussão dos meus pais que me deixou aflita, pois parecia que tudo iria terminar em divórcio. Nunca tinha visto-os discutir daquela forma, por isso fiquei aflita, porém, tudo terminou bem e “felizes para sempre”.
Em 2018 comecei a namorar, mas infelizmente não foi como o esperado. Passei por um relacionamento abusivo. Depois do termino, me sentia culpada por ter deixado tudo acontecer da forma como aconteceu, e para que isso não me perturbasse, engoli os sentimentos, e continuei, como se nada tivesse acontecido.
No dia 4 de janeiro de 2019, através de um comportamento infantil por parte de meu pai, tive que mais uma vez engolir o que eu sentia, pelo bem de quem estava em volta e dos meus irmãos. Passeando tranquilamente no shopping, ouvi meu pai dizendo em um tom mais alto que o normal que queria o divórcio. Minha mãe não estava presente.
O ano de 2019 pareceu ter sido fácil, parecia estar tudo bem. Entretanto, em 2020, ano que escrevo essa história, percebi que não está nada bem. Me sinto solitária, desamparada, triste.
Assim como tive que lidar com o meu, até então, maior medo, precisei encarar que nasci em uma família extremamente preconceituosa, que ao invés de ajudar quanto ao divórcio, só julga minha mãe. E para piorar, sou bissexual não assumida, por medo.
Mesmo com todos os problemas, tenho fé de que tudo vai realmente ficar bem. Comecei a me aceitar do jeitinho que vim ao mundo, o que já é um grande avanço para quem se sente reprimida. Não penso em desistir, na verdade, os conflitos me motivaram a crescer e ter o meu próprio cantinho e seguir meu próprio caminho, onde posso ser simplesmente eu.
Essa história ainda não tem um final porque eu ainda estou escrevendo ela, dia após dia, e minha intuição me diz que as coisas se acertarão, e que eu chegarei mais além do que imagino. Não penso em desistir, apesar de terem dias que eu só gostaria de ficar deitada, dormindo, faço como a Dory, de “Procurando o Nemo”, continuo a nadar, tentando enxergar a beleza de cada dia, e tirando forças dos momentos mais confortáveis e lindos do dia. Assim como eu queria que tivesse alguém me dizendo isso, vou dizer para você, que está lendo agora: sei que já passou por muitas coisas, mas NÃO DESISTA! Seu sonho te espera, corra atrás dele! Seus problemas não te definem. VOCÊ É INCRÍVEL! Eu ainda não cheguei lá, mas eu sei que vamos!Recolher