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Por: Museu da Pessoa,

Uma casa em que não entra água

Esta história contém:

Uma casa em que não entra água

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Meu nome é Cremildes Lima da Silva, eu nasci no dia três do nove de 1956, em Conceição do Coité, Bahia. Conceição do Coité era uma cidade boa, bonita, uma cidade pequena, mas era bem bonitinha. Tinha mercado, tinha bastante loja.

Meu pai comprou um terreno, nós fomos trabalhar na roça. Com a idade de oito anos, eu já trabalhava plantando mandioca, feijão, milho. Plantava de tudo lá: melancia, abóbora. Bastante coisa a gente plantava lá.

E sobrava tempo pra brincar. Nós brincávamos de esconde-esconde, de boneca, cortava aquele mato, fazia comidinha para as bonecas com mato. A casa era de barro. Era de barro, coberta de telha por cima. Nós somos dez irmãos. Colocava o colchão no chão, aí dormia no chão, porque os quartos não cabiam cama, por as camas tudo, pra dez irmãos.

Eu vim pra São Paulo com 13 anos, porque lá a gente trabalhava na roça, aí teve uma seca, aí não tinha condições do meu pai sustentar a gente tudo. Aí, minha prima veio daqui de São Paulo, aí tinha uma senhora que tava precisando de uma mocinha pra trabalhar na casa dela, e minha prima me levou, me trouxe pra São Paulo. Eu comecei a trabalhar com a idade de 13 anos em casa de família. Era na Santa Cruz, na Vergueiro, São Paulo. Eu morava no emprego e lavava a louça, lavava a roupa, limpava a casa. Minha patroa era já de idade, ela adoeceu e faleceu. Depois que ela faleceu, eu saí da casa dela, fui trabalhar em outras casas.

Fim de semana, eu ia pra casa da minha prima, de lá a gente ia para o Museu do Ipiranga passear lá. Levava um toca-discos pequeno, daqueles pequenos, vitrola, que chamava naquela época. Aí, nós colocávamos debaixo das árvores, ficava lá passando música. É uma cidade muito grande, muito bonita. Eu falei: “É muito bonita essa cidade”. Gostei muito daqui.

Depois disso, minha prima comprou um barraco e me convidou pra morar com ela. Aí, eu fui morar com ela nesse barraco. Eu comecei a trabalhar numa...

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Dados de acervo

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Minha casa, minha cara, minha vida – Cabine São Bernardo do Campo

Depoimento de Cremildes Lima da Silva

Entrevistada por Gisele Rocha e Rosana Miziara

São Bernardo do Campo, 08/03/2014

Realização Museu da Pessoa

ASP_CB03_Cremildes Lima da Silva

Transcrito por Liliane Custódio

P/1 – Oi, Cremildes. Você pode falar seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Cremildes Lima da Silva, eu nasci no dia três do setembro de 1956.

P/1 – Onde você nasceu?

R – Nasci em Conceição do Coité, Bahia.

P/1 – Conceição do Coité?

R – É.

P/1 – Até quantos anos você viveu lá?

R – Eu vivi... Bom, quando eu vim pra São Paulo, eu vim com 13 anos.

P/1 – Com era essa cidade, Conceição do... Do...?

R – Do Coité.

P/1 – Do Coité. Como é que era a cidade?

R – Era uma cidade boa, bonita.

P/1 – Como é que era?

R – Era uma cidade pequena, mas era bem bonitinha. Tinha mercado, tinha bastante loja.

P/1 – E o que seus pais faziam lá?

R – Meus pais trabalhavam... Meu pai comprou um terreno, nós fomos trabalhar na roça. Nós trabalhamos na roça. Com a idade de oito anos, eu já trabalhava plantando mandioca, feijão, milho.

P/1 – Você ia com seu pai pra roça?

R – Ia com meu pai pra roça. Plantava de tudo lá: melancia, abóbora. Bastante coisa a gente plantava lá.

P/1 – E sobrava tempo pra brincar?

R – Sobrava tempo pra brincar.

P/1 – Quais eram as brincadeiras?

R – Nós brincávamos de esconde-esconde, de boneca, cortava aquele mato, fazia comidinha para as bonecas com mato (risos).

P/1 – E como era a casa onde você morava lá?

R – A casa era de barro. Era de barro, coberta de telha por cima.

P/1 – E você tem irmãos?

R – Tenho. Nós somos dez irmãos.

P/1 – E como vocês dormiam lá na casa?

R – Colocava o colchão no chão, aí dormia no chão, porque os quartos não cabiam cama, por as camas tudo, pra dez irmãos.

P/1 – E por que você veio pra cá com 13...

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Título: Uma casa em que não entra água

Local de produção: São Bernardo Do Campo

Autor: Museu da Pessoa

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