Meu nome é Sunemita Pereira da Cunha Nascimento, tenho 54 anos, nasci no dia 26 de Janeiro de 1959, num lugar chamado Timon no Maranhão.
Nós éramos uma família grande, minha mãe teve 12 filhos, oito homens e quatro mulheres. O lugar era muito pobre, no qual passei muita fome e para ajudar meu...Continuar leitura
Meu nome é Sunemita Pereira da Cunha Nascimento, tenho 54 anos, nasci no dia 26 de Janeiro de 1959, num lugar chamado Timon no Maranhão.
Nós éramos uma família grande, minha mãe teve 12 filhos, oito homens e quatro mulheres. O lugar era muito pobre, no qual passei muita fome e para ajudar meus pais trabalhávamos na roça, no sol quente o dia inteiro. Lá era muito seco, tinha que pedir a Deus para que chovesse, pois se não chovia não tinha lavoura (plantação de alimentos). Naquela época, nós éramos felizes, apesar das dificuldades e da casinha humilde que nós morávamos.
Meu pai chamava Manuel Elias da Cunha e minha mãe Flora Pereira da Cunha. Perdi meu pai muito cedo, ele ficou muito doente e veio a falecer no ano de 1978 de derrame.
Esse acontecimento foi muito triste, pois tive que vir a São Paulo tentar a sorte, e chegando aqui, fui morar com meu irmão que já era casado e minha cunhada não gostou.
Arrumei um emprego, mudei de endereço, estava tudo bem até que perdi a minha mãe. Essa notícia caiu que nem uma bomba na minha vida, e mais uma vez fiquei arrasada. Tinha um sonho de poder dar melhores condições à minha mãezinha, só que não consegui, não tive esse tempo, não tive nem tempo de me despedir dela e nem dinheiro suficiente para voltar. Essa foi a maior tristeza da minha vida. Não poder ver pela última vez minha mãezinha que sempre batalhou por mim.
Meu trabalho não é o dos meus sonhos, mas preciso dele para sobreviver e por isso tenho muito respeito por essa profissão. Minhas conquistas, dentre muitas que almejo, é de conseguir comprar uma casa aqui em Franco da Rocha.
Hoje no ano de 2013 voltei à escola, faço EJA. Estudo no período noturno na EMEB DONALD SAVAZONI. Aqui fiz amigos, tenho incentivos e o maior
de todos vieram dos meus filhos que são a razão da minha vida e desejo toda a felicidade para eles.
Ao longo da minha vida, já enfrentei batalhas, e o meu maior medo, hoje, é de ficar doente e dar trabalho para a minha família. Eu tenho muito medo da morte.
Às vezes, ao cair da noite, quando estou em casa com minha família, lembro-me daqueles momentos em que eu e meus irmãos e meus pais ficávamos todos juntos. Nossa família era unida. Sinto falta deles e me dá um aperto quando me lembro desses momentos.Recolher