Tá sendo super difícil. É complicado [trabalhar na pandemia de Coronavírus] você tem que atender pessoas, você tem que se cuidar e cuidar da pessoa. É complicado porque você tem que fazer um exercício de lavar a mão toda hora, você tem que sair do seu local, eu acho que é um ...Continuar leitura
Tá sendo super difícil. É complicado [trabalhar na pandemia de Coronavírus] você tem que atender pessoas, você tem que se cuidar e cuidar da pessoa. É complicado porque você tem que fazer um exercício de lavar a mão toda hora, você tem que sair do seu local, eu acho que é um exercício, mas espero que a gente aprenda, além de você se cuidar, você tem que cuidar da pessoa que está ao seu lado. A visão que eu tenho é que não dá para ser egoísta agora.
O que mudou na minha vida? Além do salário? Salário cortado pela metade. Como eu gostava muito de sair, eu acho que foi isso, fui brecada (risos). Eu acho que agora a gente está aprendendo a ter que conviver com a gente mesmo, não tem para onde correr, “Ah, estou triste, vou para um barzinho”. Não dá, estou triste vamos tentar resolver se olhando no espelho em casa, acho que é isso.
Teve redução de horário e de salário. Então a gente está fazendo seis horas agora, final de semana não abre. Eu acho que antes [do Corona] eu não encarava, se eu estava triste eu ia no barzinho, cinema, tudo para disfarçar a tristeza. Aí veio o Coronavírus e me fez enxergar.
Agora, a gente tem que tentar se reerguer. Fiquei dois meses [de quarentena], aí voltaram a chamar de novo. Voltar para o trabalho foi complicado, porque [para] atender as pessoas a gente fica meio insegura, eu não me sinto totalmente segura com a máscara, por mais que eu troque, lave as mãos, fica esse sentimento de insegurança, qualquer dor de garganta você já acha que está com vírus. Eu acho que até o final do ano [de 2020] a gente vai ter essa insegurança mesmo.
Eu passei dois meses desenhando, eu ficava postando e o pessoal falou: “Ah, ficou legal”, pode se dizer que dois meses eu fiquei treinando meus desenhos para não surtar. Foi [um hobby que descobri na quarentena], eu falei: “Vou começar a desenhar a partir de desenhos da internet” que eu copiava, aí depois eu fui criando, aí hoje eu já estou meio parada porque estou trabalhando e chego cansada. Mas é uma coisa que eu gosto.
Tinha dia que eu fazia dois desenhos por dia, eu ficava super concentrada. Na quarentena você fazia tudo: lavava a roupa, fazia as coisas em casa, aí acabava o que tinha para fazer e aí eu fui desenvolvendo esse meu lado artístico.
A principal reflexão [que tive durante esse período], às vezes eu me sentia triste, saia, tentava mascarar, ia para casa de uma amiga, ia em um barzinho, com isso eu falei: “Puts, ferrou”. Eu acho que eu estou, não 100%, mas eu acho que estou aprendendo a lidar mais comigo.
[Estudar à distância] eu não recomendo, é horrível, para mim, tem pessoas que conseguem e tals. Mas não é a mesma coisa de você perguntar direto para o professor. Às vezes, eu tenho dúvida e não pergunto para não atrapalhar a aula, eu acho bem chatas as aulas online.
Eu tinha me inscrito para três concursos públicos todos cancelados, tinha um show que eu queria muito ir que foi cancelado. Tinha uma viagem que eu estava tentando fazer com a minha amiga também, no final não deu certo. Esse ano a gente só está tentando sobreviver, porque não dá para fazer mais planos.
Eu quero muito trabalhar na minha área da educação, está sendo das últimas a voltarem, está sendo muito afligida por tudo isso. Eu pretendia fazer estágio esse ano também, com certeza não vai dar. Meu maior sonho no momento é conseguir alguma coisa na minha área.
O recado que eu queria deixar para todos que estão passando por essa quarentena, por esse ano de 2020 é que se estude, se entenda e se conheça.Recolher