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História

Retomada do Povo Tapeba

Esta história contém:

Retomada do Povo Tapeba

Vídeo

Meu nome é Antônio Ricardo Domingos Dourado da Costa Tapeba. Foi uma luta muito grande pra aprovar a questão do meu nome, que quando eu tinha dez anos, eu nem sabia que meu nome era Antônio Ricardo. Quando eu fui pra escola foi que eu fiquei sabendo que meu nome era Antônio Ricardo e aí, eu não gostei do nome. Eu era conhecido como Dourado e depois de uma luta de 18 anos, eu cheguei a incluir o nome Dourado Tapeba, meu nome é Antônio Ricardo.

Quando eu nasci, segundo a minha irmã que me pegou, na época minha irmã fez o trabalho de parto, a minha mãe me deu a luz em casa, e no terceiro dia que ela foi me banhar, antes do umbigo cair aí, ela achou que eu era um peixe, parecido com um peixe. Aí, ela disse: “Não, esse aqui vai ser o meu Dourado”. Aí, pegou. Tanto que quando eu vim saber que meu nome era Antônio Ricardo eu já tinha dez anos de idade.

Eu nasci aqui mesmo na aldeia, na Lagoa dos Tapeba em 18 de fevereiro de 1961. Meu pai era Arlindo Domingos e a mãe, Amélia Costa. E sou o caçula da família. Nós éramos 13. Hoje já morreu duas irmã, um outro irmão.

Meu pai sempre trabalhou na roça como agricultor, era coletor de fruta. Ele passou a vida inteira nessa luta aqui de trabalhar na roça, plantar milho, feijão, rama de batata que, às vezes, ele fala de plantar batata, mas batata não nasce, o que nasce é a rama, a mani pode ser mandioca. Na época das coleta de fruta ele pegava e coletava fruta pra ir vender no centro da cidade. Caju, manga, goiaba, várias frutas que tem aqui na região. Sapoti, cajá, umbu.

A minha mãe, ela trabalhava muito com renda, com aquela almofada de bilro, era parteira da comunidade. Ela pegou mais de mil criança. Ela sofreu muito comigo, porque eu tinha muita vontade de estudar e aqui não tinha escola. Quando eu completei 11 anos eu peguei, fugi pra Iguatu, fui no trem, onde a minha morava. Cheguei lá, minha irmã ficou perguntando porque que eu tinha ido lá, “Não, minha...

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Viagem à Alemanha

Viagem à Alemanha, encontro com apoiadores internacionais dos povos indígenas no Brasil.

período: Ano 2000
local: Alemanha
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Projeto CSP

Depoimento de Antônio Ricardo Domingos Dourado da Costa Tapeba

Entrevistado por Eliete Pereira

Caucaia, Ceará, 3 de junho de 2014

CSP_HV_019_ Antônio Ricardo Dourado da Costa Tapeba

Realização Museu da Pessoa

P/1 – Dourado, bom dia!

R – Bom dia!

P/1 – Dourado, pra começar, eu gostaria que você dissesse seu nome completo.

R – Meu nome é Antônio Ricardo Domingos Dourado da Costa Tapeba.

P/1 – Você disse que recentemente conseguiu inserir o nome Dourado.

R – É, depois de 18 anos. Foi uma luta muito grande pra aprovar a questão do meu nome, que quando eu tinha dez anos, eu nem sabia que meu nome era Antônio Ricardo. Que até então, antes de eu ser registrado, que minha mãe me registrou já tinha dez ano. E quando eu fui pra escola foi que eu fiquei sabendo que meu nome era Antônio Ricardo e aí, eu não gostei do nome. Eu era conhecido como Dourado e depois de uma luta de 18 anos, eu cheguei a incluir o nome Dourado Tapeba, meu nome é Antônio Ricardo.

P/1 – Por que Dourado?

R – Na realidade, quando eu nasci, segundo a minha irmã que me pegou, na época minha irmã fez o trabalho de parto, a minha mãe me deu a luz em casa, e no terceiro dia que ela foi me banhar, antes do umbigo cair aí, ela achou que eu era um peixe, parecido com um peixe. Aí, ela disse: “Não, esse aqui vai ser o meu Dourado”. Aí, ficou, pegou. Tanto que quando eu vim saber que meu nome era Antônio Ricardo eu já tinha dez anos de idade.

P/1 – Dourado, e onde você nasceu?

R – Eu nasci aqui mesmo na aldeia, na Lagoa dos Tapeba. Eu nasci em 18 de fevereiro de 1961. Meu pai era Arlindo Domingos e a mãe, Amélia Costa. E sou o caçula da família.

P/1 – Quantos irmãos?

R – Nós éramos 13. Hoje já morreu, deixa eu ver, duas irmã, um outro irmão. É, hoje nós temos dez ainda.

P/1 – E esses irmãos eram quantas mulheres e quantos homens?

R – Na verdade, as irmã eram oito e cinco homem. Não! Sete mulher e seis homem.

P/1...

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Título: Retomada do Povo Tapeba

Data: 2 de junho de 2014

Local de produção: Brasil / Ceará / Caucaia

Entrevistador: Eliete Pereira
Autor: Museu da Pessoa

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