Facebook Info Ir direto ao conteúdo
História
Por: Museu da Pessoa, 13 de dezembro de 2018

Receita para a cura: amar e cozinhar

Esta história contém:

Receita para a cura: amar e cozinhar

Vídeo

Fui uma criança muito doente. Nasci mega saudável, todo mundo falava que eu era um bebê lindo. Mas com um ano e meio, comecei a ficar doente. Meus pais até tinham uma situação estável, mas com a minha doença, a questão financeira foi se agravando muito. Meu pai e minha mãe abriram mão de terrenos que eles tinham. Chegou ao ponto de minha mãe tirar os brincos que ela tinha na orelha para poder comprar medicação, porque eu fui uma criança muito doentinha mesmo.

Eu vivia mais internada do que na minha casa. Teve um médico que até falou para minha mãe: “Leva sua filha para morrer em casa. Assim, você fica com ela umas horas até ela morrer”. Mas minha mãe nunca desistiu, meu pai nunca desistiu, mesmo sem recurso. Minha mãe fez de tudo que você imagina. Eles venderam carro, eles venderam o terreno, chegou uma época na vida da minha mãe que ela tinha uma calça jeans e duas blusas. Eles nunca desistiram de mim. Por isso que falo: os dois são um poço de amor.

Acho que estou viva graças aos meus pais. Minhas irmãs falam que é por que sou bicho ruim mesmo. Elas falam: “Se não morreu, não morre mais, só vai matando todo mundo, mas morrer não morre”.

Fui melhorando quando nos mudamos para Sorocaba, eu tinha sete anos. Nos mudamos porque falaram que o clima da cidade era bom e poderia ser benéfico para o meu quadro. E o quadro neurológico melhorou e usei medicação até os dez anos. Eu sempre fui alérgica respiratória. Sempre fui muito alérgica também, com picada de inseto. Mas até então, nunca tinha ouvido falar em dermatite atópica.

Bem mais tarde, em 2009 ou 2010, com três empregos, eu comecei a apresentar umas coceiras inexplicáveis, do tipo: “Nossa, mas por que eu estou assim, nenhum inseto me picou e eu não andei em mato”. Começaram a se agravar, era uma coisa que não melhorava. E foi tomando uma dimensão maior e decidi procurar uma dermatologista.

O primeiro diagnóstico que...

Continuar leitura
fechar

Meu começo

Ângela no berço com um ano de idade, "como sempre, sorrindo!", repara.

período: Ano 1979
local: Brasil / Mato Grosso Do Sul / Campo Grande
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

As irmãs

Da direita para a esquerda: Marcia e Alessandra. No centro está Ângela, a caçula. O vestido foi feito pela mãe a avó paterna, destaque para o bordado na manga.

período: Ano 1979
local: Brasil / Mato Grosso Do Sul / Campo Grande
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Formatura

Da direita para a esquerda: o pai Ismael e a mãe Norma com Ângela ao centro no dia da colação de sua primeira formatura como terapeuta ocupacional.

período: Ano 2002
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Formatura

Ângela ao lado da mãe Norma e do pai Ismael no dia da colação de grau da sua segunda formação: Enfermagem.

período: Ano 2008
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Os 30 anos

Convite comemorativo do aniversário de 30 anos de Ângela com fotos desde a infância até os 29 anos.

período: Ano 2008
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Noiva

Ângela no dia do casamento, antes de entrar na igreja, com seu costumeiro sorriso.

período: Ano 2012
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

À espera do Gabriel

Ângela e o esposo Anderson, a uma semana do nascimento do Gabriel.

período: Ano 2013
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
Palavras-chave:

Gabriel chegou

Para Ângela, o dia mais sublime foi o do nascimento do seu filho.

período: Ano 2013
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Dermatite Atópica

A mão de Ângela em momento de crise, por conta da dermatite atópica que durou um ano e três meses, chegando a impendi-la de trabalhar. Por orientação médica, ficou afastada da enfermagem. Para Ângela, foi um "período intenso" para rever valores.

período: Ano 2014
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Família

Ângela com o filho Gabriel e o marido Anderson na festa junina. "Essa sou eu, com muitas características e só uma delas é a dermatite atópica."

período: Ano 2018
local: Brasil / São Paulo / Sorocaba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Depoimento de Ângela Cristina Cancian de Jesus de Andrade

Entrevistada por Marcia Trezza

Sorocaba, 13 de dezembro de 2018

Entrevista número PCSH_HV670

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Ângela para a gente começar vai pedir para você falar de novo seu nome completo, a cidade que você nasceu e a data de nascimento.

R - Eu sou Ângela Cristina Cancian de Jesus Andrade, um nomão, eu nasci em Campo Grande, Mato Grosso do sul, sou mato-grossense, nasci no dia 05 de maio de 1978.

P/1 - Você pode me falar um pouquinho dos seus pais, dos seus avós, como era, de onde vieram à origem da sua família.

R - Por parte da minha mãe a minha família é de origem italiana, meu avô veio da Itália, veio pequenininho, e chegando aqui o pai do meu avô, acabou se distribuindo com os irmãos dele. Então, o pai do meu avô e o meu avô foram para a região de Mato Grosso, por antes era Mato Grosso, depois que ficou Mato Grosso do Sul. E meu avô conheceu a minha avó que era filha de italianos, mas nascida no Brasil e se casaram e tiveram vários filhos doa quais seis vivos, hoje já não mais, e seis viveram, e teve a minha mãe. A minha mãe, das mulheres ela era a filha mais nova. A minha mãe é uma mulher linda por dentro e por fora, sempre foi, ela sempre foi muito linda. Ela era uma pessoa super tímida, e assim, como na sua época, ela não teve muita oportunidade de estudar, então, ela estudou só até o 4º ano ou 4ª série e meu avô colocou ela para fazer costura, ela ajudavam em casa, eles tinham uma vida bem difícil, mandava minha avó lavar roupas para fora.

P/1 - Seu avô era alfaiate?

R - Não, meu avô trabalhava em uma fábrica com máquinas de fazer macarrão, ele trabalhava com massa italiana e ele perdeu um dedo na máquina, na época. E minha mãe nasceu em Campo Grande, morou sempre em Campo Grande. E meu pai não, meu pai nasceu em Cuiabá, e sua família depois de um tempo foi para Campo Grande, meus...

Continuar leitura

Título: Receita para a cura: amar e cozinhar

Data: 13 de dezembro de 2018

Local de produção: Brasil / São Paulo / Sorocaba

Editor: Bruno Pinho
Revisor: Bruno Pinho
Autor: Museu da Pessoa

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Essa história faz parte de coleções

voltar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

    voltar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

      voltar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      voltar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.

      Receba novidades por e-mail:

      *Campos obrigatórios