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Por: Museu da Pessoa, 10 de agosto de 2021

Quando as músicas afloraram

Esta história contém:

Quando as músicas afloraram

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Na Nova Holanda já era uns barraquinhos de tábua, não tinha água também, mas o Miro Teixeira e a Cidinha Campos queriam saber o que queríamos pra favela, todo mundo gritou: “água”. E foram eles que colocaram água corrente para nós. Quando eu vim, eu vim para a rua F.

eu tinha nove anos de idade, a Emilinha fez aquela música: “assim se passaram dez anos..” e essa foi uma das primeiras músicas que eu gostei. Eu gostei da Emilinha, tinha aquela briga dela com a Marlene, mas eu gostava dela, achava bonito e fui acompanhar ela no teatro João Caetano, no dia do aniversário dela. Depois, eu já mocinha, fui na Rádio Nacional e cheguei perto dela, fiquei muito feliz, e ela cantou a minha música junto comigo. Eu mostrei pra ela a minha música, ela disse que se estivesse gravando ela teria gravado.

Eu tenho uma das filhas, quando ela estava com treze anos ela inventou umas músicas, e eu estava querendo ajudá-la, aí o dia que teve um incêndio aqui, o Wanderlei tocava berimbau e ele falou comigo: “A Manchete está precisando de pretinhas para uma novela de escravos. Eu não fiz fé, mas eu deixei ir, porque pra ficar aqui pra ver crimes, coisas violentas, então era melhor ir na Manchete porque iriam ver alguma coisa. Eu me lembrei que a minha filha tinha feito música, aí ele disse: “Ela fez música, você procura registrar.” Eu achei as músicas bonitas e quando eu percebi, quem estava fazendo músicas era eu. Ela me inspirou, quando eu percebi veio uma música em cima da outra. E essa não foi a minha primeira música, a primeira música eu fiz quando eu desmanchei o noivado, foi fofoca que desmanchou e eu fiz A Dona Candinha.

Ela saiu depois da primeira música, a primeira ficou Fofoqueira, mas a primeira escrita é a Dona Candinha, que foi inspirada quando eu desmanchei o noivado, agora a Fofoqueira já trouxe uma chuva, logo veio O Nazareno.

O Nazareno, o que é que está havendo?

E essa música quando...

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Dados de acervo

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Entrevistadoras Paula Ribeiro / Patricia Ramalho

10/08/2021

Realização: Museu da Pessoa

Projeto: Mulheres da Maré Dignidade Resiliência e Arte

Entrevista número MDRA_HV007

00:01:27

P/1 - Bom dia Iraci.

R - Bom dia.

P/1 - Eu quero agradecer, primeiramente por você ter aceitado compartilhar conosco, um pouco da sua história, da sua memória, da sua trajetória como moradora aqui da Maré, como cantora e compositora. Agradeço imensamente a sua disponibilidade.

R - Muito obrigado pela atenção de vocês, estou adorando, pois até hoje eu não pude contar a minha história, porque tenho histórias, mas não tive gente para ouvi-las, porque a história é grande e as pessoas só andam correndo e os velhos perderam o valor. Se a gente estiver conversando com uma pessoa, se aparecer uma criança fazendo palhaçada, o que a gente falou, a pessoa já passa a não se interessar mais, vai voltar a atenção para a criança.

00:02:35

P/1 - Então estamos aqui hoje e muito dispostas para ouvi-la. Nos diz seu nome todo, sua data de nascimento e nome da cidade em que você nasceu.

R - Meu nome é Iraci Rosa de Oliveira, nasci em 26 de janeiro de 1940, tenho 81 anos, nasci na cidade de Rio Pomba.

00:03:19

P/1 - Qual estado fica?

R - Minas Gerais, é depois de Juiz de Fora.

00:03:33

P/1 - Sua família era de lá?

R - Minha mãe sim, ela me deixou lá com 2 anos, ela não era casada com meu pai, a irmã do meu pai foi quem tomou conta de mim, dos 2 anos até os 4 anos de idade. Quando eu tinha 4 anos, minha mãe arrumou emprego e então foi me buscar.

00:04:10

P/1 - Você pode contar pra gente se você conheceu seus avós? Seu avô, sua avó, você lembra os nomes deles?

R - A minha avó se chamava Cecília, Maria de Jesus, o avô se chamava João Rosa.

00:04:37

P/1 - Você lembra deles?

R - Eu lembro muito pouco, né! Porque eu era pequena, mas lembro de ter convivido um pouquinho com eles.

00:04:53

P/1 - Mas esse lugar que vocês moravam, era uma área rural?...

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Título: Quando as músicas afloraram

Data: 10 de agosto de 2021

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro

Entrevistador: Paula Ribeiro
Transcritor: Lids Ramos
Autor: Museu da Pessoa

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