Meu nome é Luciana Rocha, hoje é 18 de agosto de 2020 e essa é a segunda etapa da jornada para o futuro.
Um objeto significativo que eu levaria é uma santinha negra que pertenceu à minha avó Lilia, mãe de meu pai. Essa santinha minha tia Iraci mandou para a minha irmã quando ela estava com câncer e ela ficou ao seu lado durante o tratamento. Depois, ficou comigo durante minha gravidez e no meu parto, que foi um momento dificil. Ficou com minha madrinha durante sua depressão, com minha irmã novamente durante a gravidez dela. Meu sobrinho irá nascer em no máximo sete dias, e minha irmã levou com ela o terço que fica junto com a santinha. Minha irmã está na Inglaterra, porque sua sogra teve um câncer fulminante e repentino, de pâncreas. Ela faleceu e minha irmã e cunhado puderam estar com ela em seus últimos meses, pelo que agradeço. O bebê vai nascer lá e não sei como será o retorno deles, pois estamos no meio da pandemia. Enquanto o terço acompanha a Fernanda minha irmã e o Benjamin, que está por vir, a santinha está no quarto do Francisco meu filho de um ano. Minha vó Lilia apareceu algumas vezes em sonho para mim, sempre muito significativos. Durante o câncer da Fer ela me tranquilizou que tudo ficaria bem, durante minha gravidez apareceu para me presentear com uma pérola e com meu colar de quartzo rosa. Eu gostaria de levar meu colar de quartzo rosa, mas esse foi para outro plano, está com Yemanjá. A morte, a doença, o destino e tudo. A santinha é lembrança do ciclo da vida, é proteção dos antepassados, é representação dessa fé na vida sem religião mas ainda assim existente e misteriosa, esse impulso que nos faz viver, esse sopro frágil. Minha vó era tão quietinha, não conheci suas profundezas, mas parecia trazer em si uma delicadeza e uma sabedoria internas, algo de ouro em seu coração.