Identificação
Meu nome é Elaine Cristina da Cunha Chagas e eu nasci em outubro de 1978, em Curitiba. Meus pais se chamam Isabel do Carmo Siqueira e Oséias Elias da Cunha.
Infância
Eu sempre morei em Curitiba e quando criança eu brincava de um monte de coisas: escola, carnaval e desfile de esc...Continuar leitura
Identificação
Meu nome é Elaine Cristina da Cunha Chagas e eu nasci em outubro de 1978, em Curitiba. Meus pais se chamam Isabel do Carmo Siqueira e Oséias Elias da Cunha.
Infância
Eu sempre morei em Curitiba e quando criança eu brincava de um monte de coisas: escola, carnaval e desfile de escola de samba, casinha, Barbie... Eu era bem menininha, tem meninas que falam que subiam em árvores, se machucavam, andavam de bicicleta. Eu não Eu era bem de brincar de boneca. Foi muito legal a minha infância, aproveitei bastante, até uns 15 anos eu ainda brincava com minha irmã e minha prima: nós fingíamos que éramos empresárias e calçávamos as sandálias da minha tia.
Meus pais se separaram quando eu era muito pequena, tinha mais ou menos uns três anos. Minha mãe foi morar com a minha avó, a sogra dela, e eu vivi a minha infância inteira com ela, que até hoje é meu xodó. Fiquei em sua casa até completar 10 anos, mas mesmo na casa da minha mãe, quando chegavam as férias, eu saía da escola e já ia direto para a avó. Com certeza ela é minha referência feminina, eu me espelhei foi nela. Ela é super vaidosa e feminina, gosta de estar cheirosa, de usar as melhores coisas, quer sair do banho e ser elogiada porque está linda
Ingresso na Natura
Lá para os 17 anos, comecei a ouvir falar da Natura. O pessoal dizia que os produtos eram bons, de qualidade e bem aceitos pelo público. Era uma coisa chique usar Natura.
Eu fui consultora com 18 anos e foi ótimo, porque eu fazia magistério na época e uma amiga minha veio me oferecer Natura e eu comprei um batom. Depois falei: “Sabe do quê? Acho que vou vender Natura, vou vender porque pelo menos aí eu ganho um dinheirinho, né?”, e comecei a me apaixonar. Fiquei cinco anos como consultora e daí eu participei do processo de seleção para promotora, então desde os 18 anos a Natura não saiu da minha vida.
A seleção para se tornar promotora
Eu queria muito ser promotora e era muito participativa, eu ia aos cursos e aos encontros. Um dia perguntei o que precisava para ser uma promotora e ela me falou que tinha que ter curso superior, mas na época eu ainda fazia magistério, porque meu sonho era ser professora. Daí eu pensei: “Vou batalhar Quero entrar na faculdade e fazer parte da Natura” Sabe quando uma coisa tem que acontecer na sua vida? Foi a minha seleção. Eu vi no jornal que precisavam de promotora, mandei meu currículo e teve todo aquele processo de prova, de apresentação. Foram dois dias e eu estava muito apreensiva, era uma coisa que eu queria muito e deu certo. Fui escolhida, peguei o setor, e estava morrendo de medo porque eu tinha 23 anos e era muito nova. Eu tinha medo da aceitação do meu setor, havia consultoras que tinham idade pra ser minha avó ou minha mãe, então foi um desafio muito grande. Hoje o meu setor tem a minha cara, elas [as consultoras] me respeitam, gostam de mim e fazem o que eu peço, são muito legais.
O processo de seleção foi muito rápido, eu mandei currículo num domingo, por e-mail, para Natura. Esperei um mês, mas ainda não tinha falado com ninguém. Quando eu recebi a ligação de São Paulo, comecei a contar para todo mundo que tinha sido chamada para participar do processo de seleção e deixei a família na expectativa. Todo mundo ficou muito feliz, eu fiquei louca, eu gritava de felicidade. Era uma coisa que eu queria demais, porque eu já conhecia a Natura como consultora e eu achava que era uma empresa maravilhosa e tem gente maravilhosa por trás de todas as coisas que a promotora faz. Por exemplo, a nossa gerente, que está perto, que acompanha, que cuida. Essa coisa de olho no olho é uma atitude que eu acredito que exista só na Natura. Você vai para São Paulo, na fábrica, e parece que todo mundo te conhece
Por isso, a minha fase mais marcante na Natura, realmente, foi o processo de seleção, porque pra mim foi uma super vitória e a cada dia eu vejo que é um desafio diferente. O primeiro encontro Natura dá um frio na barriga, mas não é só ele. Todos me dão frio na barriga
Maturidade
A maturidade é uma coisa das experiências de vida. Eu trabalhei desde muito cedo, comecei a querer a ter minhas coisas, nunca fui mimada. Paguei minha faculdade, comprei meu carro, não tive aquela ajuda de pai e mãe, então eu cresci muito rápido.
A primeira convenção
Estar na primeira convenção é um privilégio, foi muito suado, eu dei tudo de mim. Eu queria e quando eu falo: “Eu vou fazer”, eu vou lá e faço, não importa Não importa o preço que eu pague, se eu trabalho até meia noite, se eu não almoço, não importa, eu quero conseguir
A minha promotora sempre falava que ia ter a convenção, que ia ser de tal a tal período e ela até foi para alguns lugares e a gente torcia por ela. Além disso, as promotoras me falavam que havia muitas surpresas, que você sempre era surpreendida por alguma coisa e também você is conhecer um lugar que você nunca viu.
O trabalho com as consultoras
Eu trabalho com 436 consultoras. É um desafio administrar tanta mulher. Eu aprendo muita coisa, a cada dia é algo novo, porque é uma pessoa diferente, um ser humano diferente, uma forma de conviver com essa pessoa, de fazer ela se desenvolver. Então, são 436 formas diferentes e maneiras diferentes de aprender a conviver. Você tem que pensar em vários indicadores, inícios e volumes de vendas. Por isso, eu me sinto um equilibrista, mas a cada ciclo eu vejo que vou conseguindo, chega uma hora que a gente consegue ter o domínio disso.
As consultoras te amam, te idolatram, acham que você é linda, que tua vida é perfeita, que você é maravilhosa, é milionária, por mais que eu tente ficar bem próxima delas, pra elas verem que eu sou um ser humano, que eu tenho histórias para contar. Por exemplo, quando eu casei, eu não me adaptava, eu não sabia lavar roupa e elas não acreditam, porque para elas eu sou a Elaine que só faz encontro Natura. Elas não sabem que eu tenho uma vida normal como a delas, que eu tenho que cuidar da minha casa, que eu tenho que lavar roupa, que eu tenho que cuidar do meu marido, que eu tenho que namorar, que eu tenho minha família. Elas idealizam um pouco, mas eu procuro deixar a nossa relação bem próxima, para elas verem que eu sou como elas e que eu preciso delas, do apoio delas, do carinho delas e hoje em dia eu vejo que elas me admiram, me respeitam, mas gostam de mim, têm uma amizade.
Ser de Curitiba
Ser de Curitiba é falar “leite-quente”, é morar numa cidade de primeiro mundo, muito linda, muito organizada, onde o transporte, o atendimento à população, a saúde e a educação funcionam. Se você não tem poder aquisitivo para comprar as coisas, você dispõe de muitos serviços públicos que outras cidades não têm.
Transformação
Depois de entrar na Natura eu me mudei no sentido de ser mais responsável, mais cuidadosa com as coisas que eu falo, principalmente com as consultoras, porque às vezes você acha que está transmitindo uma coisa e elas não recebem daquela forma.
Vaidade
Eu sempre fui muito vaidosa, sempre fui muito cuidadosa comigo mesma, só que a Natura estimula isso mais ainda, porque a gente anda maquiada, sempre bonita e eu quero cuidar de mim, do meu cabelo, da minha pele...
Família versus Natura
No começo, foi mais difícil, porque assim que eu entrei na Natura, estava me casando, e tinha que ver roupa, ver meu vestido, ver igreja, mas também tinha que fazer cadastro, cuidar do setor, e até eu mesma me cobrava demais e trabalhava muito. Por isso, eu meio que deixei de lado a festa do meu casamento. Eu ficava ali 24 horas por dia, dormia, acordava e sonhava com a Natura. E no começo meu marido ficou um pouco enciumado, depois eu fui aprendendo administrar isso, no sentido de saber que eu tenho a minha vida pessoal também, que eu tenho que cuidar do meu marido e da minha família. Mas é que a Natura é um furacão na tua vida, você só pensa em Natura, respira Natura.
Hoje é diferente e muito engraçado, porque lança Chronos, mas eu não posso usar porque uso a linha Faces, daí eu chamo meu marido para experimentar. Ele usa e eu conto os resultados para as minhas consultoras
Lazer
Fora a Natura, eu adoro costurar, estou fazendo curso de corte e costura, faço as minhas roupas, é uma coisa que me distrai. Desde a hora de riscar o molde de uma roupa, aquela coisa de planejamento e depois começar a fazer, isso tem muito a ver com o meu trabalho.
Sonhos
Meu primeiro sonho é me realizar profissionalmente, construir uma carreira sólida, na Natura, e logo depois, eu quero é fazer alta costura, eu quero ser uma costureira de primeira linha. Daqui uns cinco anos [a entrevista foi gravada em 2003], mais ou menos, eu quero ser mãe, é um projeto da minha vida.
Gente bonita de verdade
Pra mim, a beleza de ser promotora Natura é, com certeza, compartilhar, trocar experiências, ensinar e aprender ao mesmo tempo.
Conselho
A pessoa que quer entrar agora na Natura, com certeza vai entrar numa empresa maravilhosa e estruturada que apóia e ajuda as pessoas. Mas o maior conselho que eu posso dar é que se deve lutar pelos seus objetivos, pelos seus ideais. Essa experiência de vida não tem preço, saber das histórias das tuas consultoras e admirá-las muito é sempre uma aprendizagem.Recolher