NOSSA HISTÓRIA - José Augusto Pereira
PARABENS SÃO CARLOS - Vejo que a cidade da alegria vai indo muito bem. Cada ano que passa fica mais velha, mas também mais eficiente. Sua economia atiça o progresso e a imagem que consagra a sua beleza. Seu povo trabalha na industria, comercio e agricultu...Continuar leitura
NOSSA HISTÓRIA - José Augusto Pereira
PARABENS SÃO CARLOS - Vejo que a cidade da alegria vai indo muito bem. Cada ano que passa fica mais velha, mas também mais eficiente. Sua economia atiça o progresso e a imagem que consagra a sua beleza. Seu povo trabalha na industria, comercio e agricultura se educando em importantes estabelecimentos de ensino de repercussão internacional. É empresas que surgem,hospitais ,escolas, mais praças e ruas, novos filhos natos e de coração. São Carlos é orgulho consagrado de seus moradores e do interior paulista. Hoje no seu 150º aniversario, cumprimentamos a cidade pelo seu sucesso na participação do progresso e desenvolvimento do Estado. Nossa mensagem é simples, mas é rica e verdadeira e conta a história de como surgiu a capital da tecnologia. Respeitando todas as histórias que já conhecemos, mergulhamos nos escritos de informações comprovadas da notável história de São Carlos, sem deixar escapar os elementos culturais de suas raízes.
NASCE SÃO CARLOS - A cidade começou a surgir no século XVII, quando Santa Eudóxia, (hoje seu distrito), era chamado de “Sertão de Aracoara”. Como muitos outros municípios paulistas, seus primeiros habitantes foram índios das Confederações dos Guayanazes, predominando os da raça Kaingang , moradores nas margens dos rios Mogi Guaçu, Do Quilombo, Das Araras e córrego Itararé. Os Kaingang batizaram a região são-carlense de “Tecoha-Anetetê Itararé” - Aldeia das pedras escavadas pelas águas. Por aqui os índios viveram durante muitos anos, até serem escravizados e exterminados pelo homem civilizado, quando foram descobertos pela expedição de Luiz Pedroso de Barros - escolhido pela Capitania de São Paulo, para construir um picadão, da vila de Itu até as minas de Cuiabá.
Em 1756, surgia por aqui mais de dois mil escravos refugiados dos seus donos. Com cerca de madeiras e eficientes armadilhas os quilombolas construíram uma fortaleza de 72 quilômetros entre o córrego dos Negros (Babilônia) e o rio Do Quilombo (Sta. Eudóxia) . Apesar de serem severamente caçados pelos proprietários, muitos deles resistiram ao cativeiro e viveram livres no “Quilombo do Mogi Guaçu”, até ser extinta essa odiosa discriminação racial.
FIGUEIRA BRANCA - Na região mais alegre do Estado a paisagem era linda, o clima bom o ano todo e a terra fértil onde tudo que se planta colhe. Em 1783, fugindo do degredo da vila de Constituição (Piracicaba), surgiu por aqui Pedro José Neto, o primeiro homem branco que viveu por estas bandas. Neto por ter conhecimentos de causas medica e acreditando haver ouro na região, ficou amigo de índios, escravos e agregados. Foi ele que formou o primeiro vilarejo ainda construído de pau a pique, coberto de folhas de indaiá. Pedro casou-se com Ignácia Maria Rosa - uma mestiça do Quilombo, com quem teve três filhos. Em 1804, Neto e sua esposa conseguiu procurador para registrar a posse de suas terra na vila de Constituição com o nome de Sesmaria do Quilombo - primeira sesmaria de São Carlos. - Na descrição do Escudo de Armas da Cidade de São Carlos, o quarto escudete traz a folha da arvore “Figueira Branca”, símbolo heráldico que rememora Pedro José Neto, fundador de Santa Eudóxia que surgiu bem antes que o centro da cidade. Por um certo tempo a Sesmaria do Quilombo foi invadida por moradores vindo da cidade de Itajubá, Minas Gerais, que ajudaram a fazer crescer o pequeno lugarejo deixado por Pedro José Neto. Em 1804 as viúvas Dona Francisquinha e Anacleta Ribeiro de Carvalho, construíram a primeira capela e deram o nome ao lugar de São Sebastião do Quilombo. A Sesmaria do Quilombo de Pedro José Neto foi registrada em nome do procurador Padre Manoel Joaquim de Amaral Gurgel e vendida em 1813, com casa, monjolo, carro de boi e animais para o Capitão Demetrio José Xavier e depois para o Capitão Eleutério Furquim e finalmente em 1873 foi vendida para o “Rei do Café” o Barão de Itaquirí, Coronel Francisco da Cunha Bueno. A Sesmaria possuía cinqüenta e cinco léguas de terras, que iniciava na antiga estação da Babilônia, seguindo as margens do córrego Dos Negros até a bacia do rio Mogi Guaçu – rio do Quilombo, Araras, Pântano e ribeirões e córregos das Cabaceiras, Água Branca, Guariroba, Cachoeira e Itararé . As fronteiras de Santa Eudóxia são as mesmas estabelecidas em 1857, quando foi criada a freguesia de São Carlos do Pinhal, mantendo divisas territoriais com as cidades de : Rincão, Luís Antonio, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Lucia, Américo Brasiliense, Descalvado.
Ibaté, Araraquara e distrito de Água Vermelha. Santa Eudóxia pertenceu ao Sertão de Aracoara até 1857; distrito de Paz em 1892, distrito policial em 1899 e no dia 22 de Novembro de 1912, foi levado a distrito municipal pertencente à cidade de São Carlos.
NOSSA GENTE - Quando Cunha Bueno (1830-1903), comprou a sesmaria do Quilombo, ele havia ficado viúvo da senhora Eudóxia Henriqueta da Cunha Bueno (1836-1867), que foi cruelmente assassinada por uma escrava. Aqui Cunha Bueno, construiu a maior fazenda da América do Sul, chegando a produzir mais de dois milhões de arrobas de café. Em homenagem a santa protetora de sua esposa o Barão do Café, deu o nome a propriedade de “Fazenda Santa Eudóxia” e o vilarejo que se formara com o tempo, passou a chamar-se Santa Eudóxia do Quilombo.
Em varias obras relacionada à fundação de São Carlos, conta o advogado e historiador Cincinato Cezar da Silva Braga que uma febre amarela invadiu São Carlos no triênio: 1885 – 87 e que quase dizimou a população da cidade. Milhares de moradores mudaram para Santa Eudóxia, e construíram residência e se instalaram na industria , comercio e agricultura já que por aqui a doença nunca chegou.
Há quem diga, que na época Santa Eudóxia era maior que a cidade, chegando a possuir um numero bem maior de habitantes. Em 1881, o latifúndio da família Cunha Bueno & Ellis, produzia dois milhões de arrobas do melhor café do Brasil. O produto chegou a ficar por 8 anos como o primeiro colocado na Bolsa de Café de Londres. Era a bebida preferida da rainha Vitória da Inglaterra e de muitos outros países da Europa. Tudo se progredia e se transformava na região, a fazenda Santa Eudóxia motivava a expansão da estrada de ferro que chegou até a “Casa Grande & Senzala” que já produzia grandes quantidades de café e açúcar para exportação, dando a sua contribuição para o progresso do interior paulista.
O PRIMEIRO PALÁCIO - No dia cinco de novembro de 1885, S M o imperador Pedro II, acompanhado de sua esposa Dona Teresa Cristina visitaram São Carlos, quando vieram conhecer a produção do poderoso “Café Santa Eudóxia”, produto famoso no mundo exterior, que gerava riqueza para a Coroa Imperial. Hospedado no Palácio Cunha Bueno & Ellis, - na rua 13 de Maio, esquina com rua Dom Pedro II, (hoje sede da Sociedade São Vicente de Paula) o Imperador, proferiu um discurso homenageando o maior latifúndio das Américas e deu o titulo ao coronel Francisco da Cunha Bueno de “Visconde da Cunha Bueno”. Em pouco tempo o Senador Alfredo Ellis (1891-1925), sobrinho e genro do Visconde , chegava a Câmara Federal dos Deputados (1850), representando a cidade e o grande Estado, que começava seu desenvolvimento no interior paulista.
Como presidente do Partido Republicano, Alfredo Ellis liderava as mudanças governamentais, chegando a ser eleito Senador da Republica, cargo que ocupou por 25 anos . Com a morte do Visconde da Cunha Bueno, o senador ficou dono da Fazenda Santa Eudóxia, inaugurando na propriedade o primeiro sistema de irrigação do Brasil .
OS IMIGRANTES - Na época, Santa Eudóxia era conhecida como terra promissora, de muita fartura, saúde e berço do poderoso “Café Santa Eudóxia”. Motivado pelo crescimento agrícola da região com a Maria Fumaça vieram os imigrantes, a principio como colonos e depois como pequenos e médios fazendeiros que povoaram a nossa região. Nos registros da imigração consta no livro “Dicionários das Famílias Brasileiras” tombo II , que vieram trabalhar na fazenda Santa Eudóxia , mais de cinco mil emigrantes .
Alem de café e cana-de-açúcar a terra roxa produzia quase tudo: cereais, carne, leite, lenha, carvão e material de construção como madeira, telha e tijolo. A industria fabricava veículos da época como troles, charretes, carruagem, carroção, carroça. Tinha também selarias e fabrica de cerveja, sabão, tecidos e moveis. O comercio vendia tanto que deram o nome à parte central do lugar de “Rua do Comercio”. Uma grande multidão participava da festa dos padroeiros São Sebastião do Quilombo e Santa Mártir Eudóxia, que era sempre animada com o som da banda de musica local. Nos fim de semana tinha baile, cinema, teatro, quermesse e muita gente adulta, jovem e bonita. O lugar é tão agradável que o visitante vinha trabalhar, pescar ou passear, gostava e ficava morando.
Assim é Santa Eudóxia, a terra abençoada e querida onde São Carlos nasceu e começou a surgir como uma grande cidade. Alem destes personagens que a cidade conhece, muitas outras pessoas participaram da sua formação. Aqui foi berço de grandes famílias que povoaram as suas ruas e fizeram crescer a cidade. Hoje com certeza toda essa gente gostaria de prestar sua homenagem à Capital da Tecnologia. Parabéns população da nossa querida São Carlos.Recolher