Sou colaboradora dos Correios há 27 anos.
Temos um lindo projeto na Empresa denominado: Papai Noel dos Correios, que visa atender aos pedidos de Natal enviados através de cartas direcionadas ao Papai Noel dos Correios.
São cartas em sua maioria enviadas por crianças carentes, que vêem nes...Continuar leitura
Sou colaboradora dos Correios há 27 anos.
Temos um lindo projeto na Empresa denominado: Papai Noel dos Correios, que visa atender aos pedidos de Natal enviados através de cartas direcionadas ao Papai Noel dos Correios.
São cartas em sua maioria enviadas por crianças carentes, que vêem nesse momento a chance de ganharem o tão esperado presente de Natal, essas cartas são adotadas pela sociedade, que através de um gesto generoso dirigem-se até nossa Empresa e tornam-se padrinhos/madrinhas dessas crianças, atendendo seus pedidos. E os Correios,
através de nossos amigos carteiros, fazem a
entrega a domicilio de todos os presentes arrecadados.
É um trabalho voluntário, porém sempre participo de forma ativa, leio as cartas para que possam ser separadas por pedidos, auxilio no cadastramento das mesmas no sistema, procuro através de amigo e parentes a possibilidade de adotarem cartas, enfim colaboro como posso, é um trabalho que exige dedicação, mas é muito gratificante e emocionante.
Por muitas vezes, me peguei a chorar lendo as cartas, a emoção é inevitável.
Porém, há uma carta que me marcou bastante, em 2006, estava lendo as cartas quando uma chamou minha atenção.
Ela relatava o pedido de um garoto de apenas 06 anos chamado Marcos, que pedia um videogame para ele, 01 boneca para a irmã, 01 carrinho para o irmão (gêmeos de 09 meses) e no final da carta ele completava que estaria pedindo ao Papai Noel, porque seu pai estava desempregado, se ele estivesse trabalhando poderia comprar, mas se o Papai Noel pudesse ajudar mais um pouquinho, que arrumasse também um trabalho para seu pai.
Aquela carta mexeu comigo, fiquei emocionada em ver que ele queria um presente, preocupou-se com seus irmãos e tinha a consciência da falta que estaria fazendo um trabalho para seu pai.
Parei por algum tempo com aquela carta na mão, pensando no que eu poderia fazer, era um presente caro, mas eu não queria decepcionar aquele garoto.
Foi então que procurei um amigo empresário que por obra de Deus, seu ramo era justamente uma Empresa de RH, esse amigo leu a carta, olhou para mim e pediu dois dias para dar a resposta com relação a compra dos brinquedos.
Passado os dois dias, pediu que eu fosse até sua Empresa, chegando lá, fui surpreendida quando mostrou os presentes já devidamente embalados e pediu que eu o acompanhasse a noite na casa dessa criança para fazer a entrega (naquela época o projeto permitia que os padrinhos fossem pessoalmente entregar os presentes) e indagou se eu conseguiria levar um Papai Noel, imediatamente disse que sim, e assim fomos.
Quando lá chegamos, foi o próprio garoto que nos recebeu, quando viu o Papai Noel se jogou em seus braços e caiu num choro profundo, pois já pressentia que seu tão sonhado videogame estaria a caminho.
Foi então que esse meu amigo entregou os presentes e perguntou ao garoto: “o que mais voce pediu ao Papai Noel? E ele respondeu: “um trabalho para meu pai”, naquele momento meu amigo olhou para aquele pai e disse: “à partir de agora voce já é um pai de família empregado”.
Foi um momento mágico em minha vida, testemunhei naquele momento um ar de felicidade que jamais vou esquecer e a certeza de que: PAPAI NOEL EXISTE, basta acreditar.Recolher