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História
Personagem: Sophia Bisilliat
Por: Museu da Pessoa, 19 de dezembro de 2018

Os caminhos da superação

Esta história contém:

Os caminhos da superação

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Eu me chamo Sophia Bisilliat, nasci em São Paulo, 28 de março de 63.

Minha mãe trabalhava muito, ela viajava muito e o meu pai era um cara um pouco armagurado. Era uma família muito complicada porque tinha filho dele, filha dela, tudo meio solto por aí e eu era a filha dos dois. Então, tinha certa culpa de eu ser filha de pai e mãe que estavam ali. Cada um estava meio fragmentado e cada um meio jogado num canto, era uma família que realmente não foi muito preparada para ter filhos. Tinha pouco contato com ela, porque ela viajava realmente muito, então ela cuidou pouco da gente, de mim, basicamente. Ela me vestia de forma muito estranha, sempre de preto. Todas as roupas eram pretas e, logicamente, eu comecei a sofrer o maior bullying na escola. Eu era muito estrábica, tinha óculos, eu usava tampão. Então foi uma infância dura, assim, de não ter muita lembrança boa. E aí, com o tempo, eu falei: “Eu vou virar essa página”, e comecei a me associar com as pessoas… As melhores alunas. “Eu vou ficar amiga delas”, e aí, virei o jogo totalmente e me transformei na oradora da turma no final, na formatura. Foi bacana. Foi uma conquista para mim porque eu sofri demais.

O meu pai era um cara que eu não sabia muito o que ele fazia. Eu fui saber quando ele teve uma loja. Ai, ele estava mais feliz, porque ele não era uma pessoa muito feliz. Ele tinha uma loja de arte popular brasileira, então ele ia viajar pelo norte a busca de material, chegava com a Kombi abarrotada e aí ele estava feliz. Ele teve uma loja, ele trabalhava numa… Eu não sei, eu nunca soube. Meu pai sempre era um mistério.

O meu pai… Eu vim saber bem depois desse trabalho aqui que ele tinha sido preso durante oito anos na França. Ele tinha 16, 17 anos e ele resolveu lutar pela Resistência contra a França. Ele achou bacana, se juntou com mais três que tinham um avião, não sei direito e começaram a bombardear a França pelos alemães. E...

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Olhos do pai

Pai de Sophia. Seu filho caçula recebe o nome do avô.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Meio amiga, meio irmã

Sophia Bisilliat e sua grande amiga e vizinha Veronique Pingeot, passaram muitos momentos juntas na infância.

período: Ano 1970
imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Junto a Guilherme

Guilherme Mossa ao fundo. Primeiro marido de Sophia Bisilliat.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Memórias do ballet

Sophia Bisilliat no Ballet Stagium. Aos 20 anos foi bailarina profissional, posteriormente foi modelo e também atriz atuando no teatro e em novelas.

local: Brasil / São Paulo / São Paulo
imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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A bela nos braços da fera

Sophia em cena, na peça "A Bela e a Fera". O Teatro foi uma grande paixão e sempre se sentiu muito a vontade com os palcos. Por meio deste, iniciou seu trabalho no Carandiru levando as práticas aos moradores.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Kiko, Sophia e Julia

Sophia segura Julia, sua primeira filha, na foto posam ao lado de Kiko, pai de Julia.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Colo familiar

Sophia segura filhos no colo, a pequena Julia e o Jacques caçula.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Trilhando caminhos

Sophia Bisilliat há 6 anos seu único transporte é a bike.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Ação

Sophia Bisilliat na produtora O2, aguardando para fazer teste. Atuou como atriz de telenovelas, mas diz que prefere o teatro.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Documentando

Sophia Bisilliat filmando o documentário 100% Favela. As comunidades e trabalhos desenvolvidos junto com as classes pobres sempre estiveram presentes em seus trabalhos.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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No muro

Sophia Bisilliat e sua meio irmã Anne Paule, filha de Jacques Bisilliat.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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No front

Sophia Bisilliat no front do Guacuri, projeto pela paz em comunidade.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Sorriso da família

Sophia junto aos filhos, já adultos, Jacques e Júlia.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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Madrinha

Sophia Bisilliat ao lado da madrinha Terezinha. Maureen Bisilliat, mãe de Sophia, junto a família de Terezinha.

imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
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No espaço, revivendo memórias

Abertura da exposição 'Sobre vivências os últimos anos do Carandiru' no Espaço Memória Carandiru. Junto a João Wainer, André Caramante e Maureen. Relembrando tempos de muita dedicação, laços e trabalho

período: 19/03/2018
local: Brasil / São Paulo / São Paulo
imagem de: Sophia Bisilliat
crédito: Ana Caroline Avelar
tipo: Fotografia
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Dados de acervo

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Projeto Conte Sua História - SESC

Depoimento de Sophia Bisilliat

Entrevistada por Priscila Leonel e Marcia Trezza

São Paulo, 19/12/2018

Código: PSC_HV27

Transcrito por Mariana Wolff

Revisado por Fernanda Regina Ferreira

P/1 – Você pode falar pra gente o seu nome, onde você nasceu e a data, o ano.

R – Eu me chamo Sophia Bisilliat, nasci em São Paulo, 28 de março de 63.

P/1 – Então, eu queria que você contasse pra gente um pouquinho sobre a sua infância. Coisas que você lembra lá da primeira infância, antes de entrar na escola, quando vai… Sabe, nesse primeiro momento?

R – Antes de entrar na escola?

P/1 – Sim, se você lembrar de alguma coisa.

R – Nossa! Eu fazia parte de uma família muito… Minha mãe trabalhava muito, ela viajava muito e o meu pai era um cara um pouco… Se sentia um pouco amargurado, né? Eu era uma pessoa que estava ali, mas os filhos… Era uma família muito complicada porque tinha filho dele, filha dela, tudo meio solto por aí e eu era a filha dos dois. Então, tinha certa culpa de eu ser filha de pai e mãe que estavam ali. Cada um estava meio fragmentado e cada um meio jogado num canto, era uma família que realmente não foi muito preparada para ter filhos. Então, sofreram muitas consequências por isso. No decorrer, eu fui entendendo que família era aquela e fui sendo cobrada, assim, cruelmente pelos irmãos, por alguns irmãos, né? Tinha pouco contato com ela, porque ela viajava realmente muito, então ela cuidou pouco da gente, de mim, basicamente. E é isso. Aí depois, eu fui para a escola e na escola… Além disso, ela ainda era muito diferente, era estrangeira, era um parâmetro totalmente diferente de… Não se encaixava. Então, com certeza, eu também ia ser meio parecida. Então, ela me vestia de forma muito estranha, sempre de preto. Todas as roupas eram pretas e, logicamente, eu comecei a sofrer o maior

na escola, mas muito forte, muito forte. Eu era muito estrábica, totalmente...

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Título: Os caminhos da superação

Data: 19 de dezembro de 2018

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Entrevistador: Priscila Leonel
Personagem: Sophia Bisilliat
Transcritor: Mariana Wolff
Autor: Museu da Pessoa

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