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Por: Museu da Pessoa, 9 de agosto de 2021

O violino me levou à Roma

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O violino me levou à Roma

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Eu comecei a crescer, comecei a falar um pouco mais sobre isso, e eu acho que o auge desse meu despertar para negritude foi ali quando eu comecei olhar, eu quero um cabelo desse tipo aqui, quero desse jeito, e comecei a botar trança, minha irmã sempre gostou de botar cabelo, mas ela botava trança também, a gente parecia gêmeos. A minha mãe começou a botar trança também e depois a minha mãe começou a botar cabelo por conta do padrão de beleza, eu nunca gostei disso, então eu falei - Mãe eu quero trança! Meu irmão já nasceu, eu falo até que ele nasceu em um período privilegiado, porque tá ele é negro, ok tem uns problemas ali e tal, mas meu irmão ele já nasceu em uma geração aonde tudo já foi feito. No Brizolão eu era a louca de usar miojinho, era a estranha, só que quando ele foi passar, ele também estudou no Brizolão, passou o Fundamental dele ali na mesma escola que a minha irmã, o meu irmão já pegou uma geração que estava repetindo o que a gente da primeira geração estava fazendo, já era mais normal ver trança, ver black, os meninos usando black, os meninos fazendo corte. Então, meu irmão, acredito que não tenha tido tanto soco na cara quanto eu e minha irmã, até por ser mulher, enfim.

eu lembro que eu usava da sala o meu espaço de dança. e eu dançava, e meus pais perceberam que eu gostava muito de dançar, não sei o que, eles dançavam hip-hop também, então foi uma coisa do tipo (pô minha filha está seguindo o mesmo caminho dos pais, e vamos fazer alguma coisa) e aí eles falaram “Ju tem o Museu da Maré que é pertinho assim da nossa casa, tem o Museu da Maré lá tem dança, tem street dance, você poderia fazer. vai ver, vamos lá ver se você se interessa” - e eu gostei muito, eu me apaixonei

tinha umas coisas bem legais no Brizolão, né? Eles pegavam muitas equipes, muita gente de fora, projetos, e levava para dentro da escola, o que me fez ter esse contato com a dança e eu fiquei...

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Dados de acervo

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Entrevista de Juliana Oliveira Junqueira de Aguiar

Entrevistadoras: Paula Ribeiro / Fernanda Vieira Alves de Andrade

09/08/2021

Realização: Museu da Pessoa

Projeto: Mulheres da Maré Dignidade Resiliência e Arte

Entrevista MDRA_HV005

Transcrição revisada

00:01:07

P/1 - Bom dia Juliana.

R - Bom dia.

P/1 - Muito obrigada por ter aceitado participar do nosso projeto de pesquisa concedendo um depoimento sobre a sua história e trajetória de vida e experiências de vida como musicista. Eu vou começar então o seu depoimento solicitando que você por favor me dê seu nome completo, local e data de nascimento?

R - Me chamo Juliana Oliveira Junqueira de Aguiar, tenho 23 anos, nascida e criada no Rio de Janeiro, Complexo da Maré.

00:01:49

P/1 - E a data certinha do nascimento?

R - 05/03/1998.

00:02:00

P/1 - Você conhece a história do seu nome, Juliana?

R - Sim, não tem uma história muito emocionante, mas meu nome não seria Juliana, meu pai escolheu por conta de cosmologia mesmo, ele viu que o meu nome tinha a ver com o planeta Júpiter, e ele ama esse planeta e ele botou em homenagem a um planeta, e também sobre significar ser jovem, tem a ver com isso e também com os planetas. Engraçado eu falando agora ficou meio assim, mas essa é a história.

00:02:46

P/1 - Bonita, os pais homenageiam e pensam muito sobre os filhos. Você tem apelido?

R - Ju. Ju é o apelido é só isso mesmo, Ju.

00:03:02

P/1 - E sobre os seus avós, você poderia contar um pouquinho, sobre um avô materno, um paterno, se você conhece um pouco a história deles, a origem da família, por favor.

R - Sobre os meus avós, eu não tive acesso aos meus avós porque eles faleceram antes de eu nascer, eles faleceram ainda quando os meus pais eram jovens, meus pais são deficientes, meu pai é deficiente visual e minha mãe é deficiente física e se juntaram, mas os pais dos meus avós eles morreram quando eles ainda eram crianças 06 anos, 07 anos então nem meus pais...

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Título: O violino me levou à Roma

Data: 9 de agosto de 2021

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro

Entrevistador: Paula Ribeiro
Transcritor: Lids Ramos
Autor: Museu da Pessoa

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