Usava um vestido xadrez, vermelho e branco, com babado branco. Enxergava minhas sandálias e os caquinhos azuis do terraço da minha casa de Jundiaí. havia vozes e mãos, minhas irmãs, minha mãe. Uma grade que achava alta na infância cercava o terraço. Corria e gritava feliz. Essa é minha prim...Continuar leitura
Usava um vestido xadrez, vermelho e branco, com babado branco. Enxergava minhas sandálias e os caquinhos azuis do terraço da minha casa de Jundiaí. havia vozes e mãos, minhas irmãs, minha mãe. Uma grade que achava alta na infância cercava o terraço. Corria e gritava feliz. Essa é minha primeira lembrança. Pela descrição do vestido, minha mãe a situa em quando tinha 3 anos de idade, 1978. O dia era ensolarado e o clima meio de algazarra. Havia vento, como sempre teve em Jundiaí naquela região, naquele tempo. E o cheiro de mato e de umidade, de brejo rico, das árvores frutíferas que moravam em um terreno enorme que circundava as três casa solitárias no quarteirão, uma delas, a nossa. Rua de terra, ainda passavam charretes e homens a cavalo. Naquele dia, a luz do sol chegava vinda por entre as folhas e galhos do imenso chapéu de coro que recebia as visitas e protegia as crianças da casa.Recolher