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Por: Museu da Pessoa, 10 de maio de 2017

O que importa é o outro

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O que importa é o outro

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O meu nome é Cristiano Burlan da Silva e nasci em Porto Alegre, em 1975, filho de Isabel Burlan da Silva e Vânio Porto da Silva. Avós maternos italianos; avós paternos de sangue português e, quiçá, romeno. Convivi com a avó italiana, Elvira, de sotaque pesado, boa cozinha e três casamentos. Mas, também, com a avó Custódia, de Laguna, Santa Catarina, trabalhadora e mãe de (se não me engano) treze filhos. A vida com as minhas avós preenche muito do meu imaginário.

Os meus pais foram vizinhos de rua, em um bairro da zona norte de Porto Alegre chamado Sarandi. Estudei no mesmo colégio (público) que eles. Aos quinze anos completos da minha mãe, eles se casaram. Da minha infância, violenta e pobre, me recordo aos flashes. A violência na memória me persegue desde a morte de um porco, por um tio bêbado, na minha frente, aos meus seis anos de idade, no Natal. O sangue jorrava. A pobreza me deixava fora de contexto no encontro com os primos mais abastados: os seus olhares me dilaceravam. A minha proteção me veio do carinho e do amor da minha mãe, a quem eu era muito apegado. Me doía a nossa distância na rotina. Guardo uma cicatriz de certa vez em que, não querendo que ela fosse trabalhar, quebrei um vidro e cortei um pulso.

Desde os meus cinco ou seis anos de idade, as manhãs de domingo eram de idas ao clube de várzea onde meu pai jogava futebol. O campo era das vacas durante a semana e, antes dos jogos, as crianças limpavam o terreno dos rastros dos animais. O dia começava bem, mas, ao final, a minha companhia era a de um pai bêbado. Na volta à casa, vi muita briga de faca e facão - sobretudo no armazém do seu Vino, esquina de casa, destino de compra de arroz e feijão na semana e de sangue e violência aos domingos.

Em casa, o ambiente oscilava. Os meus pais eram engraçados e nos divertíamos, mas também brigavam muito e chegaram até a quebrar paredes da nossa casa. Quando começavam, os meus dois irmãos e eu corríamos para...

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