P - A primeira pergunta, que é de praxe no Museu, é nome completo, local de nascimento e data. R - Certo. Eu nasci em Água Doce, Santa Catarina, no dia 15 de outubro de 1960. P - E o seu nome completo? R - Renato Antônio Piaia. P - Renato, quando você entrou no Aché? R - Eu entre...Continuar leitura
P -
A primeira pergunta, que é de praxe no Museu, é nome completo, local de nascimento e data.
R - Certo. Eu nasci em Água Doce, Santa Catarina, no dia 15 de outubro de 1960.
P -
E o seu nome completo?
R - Renato Antônio Piaia.
P -
Renato, quando você entrou no Aché?
R - Eu entrei no Aché dia três de janeiro de 1991.
P -
Antes disso qual é a sua trajetória profissional?
R - Eu trabalhei na área do comércio, e o último emprego antes de entrar no Aché eu era bancário.
P -
E você acabou ingressando no Aché em que situação?
R - Bem, na época tinha três linhas no Aché. Era a Parke Davis, Prodome e Aché mesmo. Aí, então, abriu-se a linha Lacaz. Então, que abriu essa vaga em Joaçaba, essa oportunidade de sair uma série em Joaçaba. Aí eu fui selecionado.
P -
E você se lembra o seu primeiro dia de trabalho, do treinamento? Descreve um pouco para a gente.
R - Lembro. O primeiro dia de trabalho, o primeiro médico que eu visitei, o primeiro dia de trabalho foi em Porto União, Santa Catarina também, no dia sete de janeiro de 1991. Eu estive acompanhado pelo Marco Caron. E o primeiro médico que eu visitei foi o doutor Wilton Carvalho França, cardiologista.
P -
E como é que foi esse primeiro dia?
R - Ah, a primeira visita sempre é aquela insegurança, aquela expectativa, surpresa e tal. Mas foi tudo bem, sem nenhum problema.
P -
Qual a região que você trabalha?
R - Eu trabalho na região de Joaçaba, meio-oeste de Santa Catarina.
P -
Descreve essa região.
R - É uma região... a cidade de Joaçaba é em si uma cidade em que o que predomina é a indústria metal-mecânica, mas é uma região basicamente agrícola, a região que eu trabalho.
P -
E você percorre toda essa região de que forma?
R - Eu viajo com o Pálio, e viajamos aí estrada abaixo e acima, sem problemas, há 11 anos.
P -
E você já contabilizou, não é? Durante esses 11 anos.
R - Isso. Eu tenho alguns dados. Foram 11 anos de trabalho, 132 ciclos de visitação, de visita médica, 2376 dias de visita médica, que foram visitados então 47.526 visitas médicas. E eu rodei nesses 11 anos 535 mil quilômetros, rodados na estrada.
P -
É muita diferença de quando você começou para hoje?
R - Olha, a diferença que existe é mais a parte burocrática, treinamento, isso existe. Mas lá no campo, a prática continua a mesma. É visita médica, não existe outro segredo para vender.
P -
E alguma curiosidade nesses 11 anos, uma história pitoresca?
R - Ah, sim. Na época, então... houve uma época em que viajávamos em dois representantes na mesma viatura, e houve uma ocasião em que fomos visitar um certa cidade, uma clínica, um médico. Chegamos, estacionei o veículo, o meu colega saiu, logo entrou na clínica, e eu fiquei carregando a minha mala no porta-mala do carro. E não tinha chegado nenhum paciente, estava ele e a secretária, muito simpática também. E ele teve a idéia de me dar um susto quando eu entrasse. Se escondeu atrás da porta, só que eu me demorei um pouco, e o médico chegou antes de mim, e entrou na clínica. E ele pulou na frente do médico, fez aquela algazarra para me assustar, na verdade era o médico. Então ficou uma situação para nós muito engraçada, que nós rimos bastante com o médico também. Mas ele ficou muito chateado, se desculpou com o médico, tal, mas acabou tudo bem depois.
P -
Além dessa, você lembra de algo, ou alguma campanha, talvez, que tenha marcado bastante?
R - Ah, sim, uma campanha que marcou bastante foi o lançamento de Cefaliv. Eu participei de muitos lançamentos, mas Cefaliv foi o que mais marcou. E a campanha era... o brinde que nós dávamos para o médico era uma batatinha, uma batata. Então, nós íamos no mercado a cada dois dias, adquiria-se as batatas, e colocava no pacotinho, grampeava, e fazia propaganda do Cefaliv e entregava para o médico a batata. Essa foi a campanha que mais marcou nessa carreira.
P -
Você pegou a época em que o propagandista também era um vendedor e um cobrador?
R - Sim, peguei essa época também. Logo que eu entrei, nós tínhamos que vender, cobrar e visitar o médico. Então, a gente passava na farmácia de manhã, deixava a lista, ia visitar os médicos, e no final das visitas nessa praça passava na farmácia, fazia os pedidos. O maior problema era fazer a cobrança depois, porque tinha sempre aqueles clientes que era difícil de cobrar. Mas a orientação que nós tínhamos do pessoal, dos gerentes era: "Olha, se ele não cobrar você chega na farmácia e pode levar até a balança da farmácia." "Você não vai me pagar?" "Não." Então pega a balança e leva embora. Mas nunca precisou disso.
P -
Nunca precisou?
R - Não, mas eu já fiz algumas viagens para cobrar de alguns clientes. Mas foi uma época boa também, sempre valeu como experiência.
P -
E como é hoje trabalhar no Aché como propagandista? Há alguma diferença em relação a outros laboratórios?
R - Eu acho que diferença existe. Eu acho que nós somos mais preparados para visitar médico do que outros concorrentes. E também nós visitamos mais médicos, a nossa visita é mais frequente. A cada quatro semanas a gente visita o médico. Isso a gente não vê muito nos concorrentes, às vezes eles visitam, outro mês não visitam. A nossa visita é todo mês, o treinamento muito bom. Acho que o diferencial é exatamente a qualidade dos propagandistas do Aché.
P -
E o que você acha que é mais marcante no Aché para você? Quais as características do Aché que são mais marcantes?
R - É a valorização do propagandista, do bom propagandista. É muito valorizado no Aché. Você, trabalhando, cumprindo os objetivos que eles propõem, pode trabalhar com segurança, com tranquilidade, que você vai ser sempre Aché.
P -
Houve uma época em que os propagandistas não podiam estudar.
R - Certo.
P -
Agora você está estudando. O que você faz?
R - Eu já entrei no Aché, eu já tinha curso superior. Aliás, o primeiro dia, o dia da minha formatura do curso superior eu estava em Curitiba fazendo o curso exatamente para entrar no Aché. Então a minha formatura foi depois, em março, no ano seguinte, em que eu já estava no Aché. Aí, então, eu já tinha faculdade. O pessoal que não tinha houve uma dificuldade. E agora, então, está havendo essa abertura, essa oportunidade, e eu estou fazendo pós-graduação em História também, que é o curso que eu fiz, que eu me formei.
P -
Você gosta dessa área? Tem afinidade?
R - Eu gosto. Eu gosto dessa área. Eu gosto de estudar os fatos que aconteceram, eu gosto muito de acompanhar os fatos que marcaram a história e ver as mudanças que acontecem com o passar do tempo na sociedade.
P -
E o que você está achando desse projeto de memória que o Aché está elaborando, a oportunidade de você contar a sua história?
R - Acho muito interessante. É mais um ponto de valorização exatamente do profissional do Aché, tanto os representantes como os gerentes distritais e os gerentes regionais. Todos têm a sua oportunidade, eu acho muito importante isso, sem dúvida.
P -
Tem mais alguma coisa que você queira dizer, contar algum fato curioso ou contar sobre a região?
R - Eu acho que seriam esses dados os principais. Você sempre tem história, a gente vai lembrando do encontro com os amigos, vai lembrando, vai contando. Conta um, conta outro. Mas seria mais ou menos isso.
P -
Vocês se reúnem semanalmente, os propagandistas? Ou não existem essas reuniões semanais?
R - Não, não existem. Mesmo porque lá em Joaçaba nós só somos em dois representantes. E até o ano passado nós viajávamos juntos. Mesmo com carros separados, mas o mesmo setor, o mesmo itinerário, pousava no mesmo hotel. Então, nós estávamos juntos a semana toda. A reunião mesmo aqui acontece a cada dois meses. Isso a gente se encontra, todo o pessoal do Estado todo, e a partir desse ano, então, provavelmente o Estado do Paraná e Rio Grande do Sul, juntamente com Santa Catarina.
P -
Então acho que é isso. Muito obrigada.
R - Eu que agradeço.Recolher