P - Edson, para começar tem uma pergunta tradicional que a gente faz, que é nome completo, data e local de nascimento. R - Bom, o meu nome é Edson Donato de Campos Vieira, nasci em Camaquã no dia 10 de abril de 1960. P - E você trabalha hoje em qual região? R - Eu trabalho na região de P...Continuar leitura
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Edson, para começar tem uma pergunta tradicional que a gente faz, que é nome completo, data e local de nascimento.
R - Bom, o meu nome é Edson Donato de Campos Vieira, nasci em Camaquã no dia 10 de abril de 1960.
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E você trabalha hoje em qual região?
R - Eu trabalho na região de Pelotas. Comecei na região de Rio Grande, fui transferido, hoje trabalho na região de Pelotas, Rio Grande do Sul.
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Você poderia descrever um pouco como é essa região?
R - Pelotas é uma cidade, assim, bastante comercial, não tem muita indústria. Tem duas faculdades de Medicina. E a terra hoje é considerada a terra do doce. Então hoje tem a Festa Nacional do Doce, a Fenadoce.
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E você entrou no Aché quando?
R - Eu entrei no Aché no dia... eu fui registrado no dia 5 de fevereiro de 1985, então no ano de 1985 eu entrei no Aché.
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E de lá para cá você continua sendo propagandista?
R - De lá para cá continuo sendo propagandista, com muito orgulho, com muita alegria, e com muita vontade de continuar sendo propagandista, gosto disso que faço.
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Antes do Aché você já tinha feito outro trabalho?
R - Antes do Aché eu trabalhava no banco, no Bradesco mais precisamente, em Rio Grande.
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E como foi a sua entrada no Aché?
R - Foi justamente pelo banco. Como eu trabalhava na ordem de pagamento, então o pessoal ia receber as despesas do laboratório. Então fiz contato com o pessoal, gostava de atender rapidamente, o pessoal estava esperando para trabalhar, para viajar. E acabei conhecendo a turma do Aché. E tinha um amigo meu, que era o Uberdan, que me convidou um dia: "Olha, quer trabalhar fora do balcão? Quer trabalhar com os médicos? É bom o serviço." "Ah, posso tentar. É diferente, uma coisa nova." Então, a partir daí, no outro dia eu fui para... no outro dia não, na mesma semana eu fui para Porto Alegre fazer uma entrevista.
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E sua vida mudou muito depois da entrada no Aché?
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Bastante, tanto que quando eu fiz a entrevista eu estava a ponto até de desistir, porque eu não era um garoto vendas, e sim uma pessoa que gostava muito da parte burocrática, contabilidade, mais técnica. E quando estive lá para fazer entrevista com o diretor, então, esse diretor foi que até me convenceu: “Não, quem sabe você experimenta, se você não gostar, então você desiste, mas pelo menos dê uma chance.” E contou algumas histórias com motivação, que me deixaram com vontade de pelo menos conhecer. O banco era muito seguro para mim, tinha um futuro muito promissor no banco, já era supervisor de setor, e estava crescendo. Então, para mim ficava difícil até de abandonar o trabalho de dois anos no banco. Mas acabei sendo convencido, vim para a praça, estranhei nos primeiros meses, porque realmente de propaganda e de produto eu não sabia nada praticamente. E o Aché ensinou tudo, graças ao meu esforço também e o esforço do sistema do Aché.
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Você se lembra dos primeiros dias de trabalho, do primeiro dia?
R - (risos) Não tem como esquecer. O primeiro dia foi o dia do tremor. Eu trabalhei o primeiro dia como supervisor e como gerente, comigo acompanhando. Então foi um dia, assim, que... na época a gente não podia errar detalhes do material que a gente recebia para estudar. Então era uma estratégia de comunicação diferente da que é hoje. Então, a gente tinha que saber ponto e vírgula na frente do médico. Era muito difícil para quem está começando, conhecendo médico, fazer esse tipo de trabalho. E era um trabalho bem técnico, voltado para o lado técnico. Então, as primeiras semanas foram difíceis, a primeira propaganda quase que não saiu nada na frente do médico. (risos) O médico, o doutor Veloso foi o primeiro médico que eu visitei, me lembro como se fosse hoje, lá em Rio Grande, o doutor Roberto Guardiola Veloso, era um pediatra. Na época o meu supervisor era o Burlamaqui e o gerente era o Veio, isso eu me lembro bem, tenho bem na minha mente. Mas como todo início foi difícil, mas tive muito apoio dessas duas pessoas, e hoje estou aí.
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E tem alguma história bastante curiosa desse início?
R - Do início?
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Ou ao longo desses anos.
R - Ao longo dos anos sim. Tenho várias histórias. Na realidade se eu fosse parar para contar, o nosso ramo, assim, ele...
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Mas uma história que você queira contar, que você ache curiosa?
R - Tem duas coisas, assim, que me marcaram muito. Uma foi na época, pouco tempo atrás, quando surgiram aqueles problemas com a Indústria Farmacêutica, dos remédios, dos medicamentos que poderiam ser falsificados. Então... lá em Pelotas houve um programa de Sorine. E Sorine era importante, é importante para nós hoje também. Mas para mim aquilo marcou muito, eu disse: "Puxa vida, o que eu vou fazer agora?" A Vigilância Sanitária ali, a fiscalização estava... tinha saído na mídia o Sorine, e eu estava de mãos amarradas. "Não posso ficar assim." Afinal de contas eu tenho quase 15 anos de Aché, naquela época, e vou à luta. (risos) Mas foi pelo coração. Então foi aquela coisa, assim, espontânea. Só que eu cheguei ali na Vigilância e já tinha câmeras de TV, então a mídia já estava em cima, na vigilância, e eu fui lá para dar uma explicação. Porque o Sorine era um Sorine infantil e tinha sido mal usado. E o pessoal estava dizendo que era falso. E aí, então, defendi o Sorine, disse: "Olha, isso aqui..." Até falei bem, fui bem simples: "Olha, isso aqui tem ranho dentro. A mãe da criança botou o conta gotas no nariz da criança e botou no frasco." E aí, quando vi, saiu na televisão, segundos de televisão foi o suficiente para todo mundo me ligar, eu fiquei desesperado na hora. Confesso, assim, que eu pensei: "Estou ralado, perdi meu emprego, sei lá, fiz alguma coisa de errado." Mas aí, depois, graças a Deus deu tudo certo, depois ainda veio algumas imagens de arquivo no jornal. Então aquelas imagens vinham sempre com a foto do Sorine. Como é assim no jornalismo, pegam imagens de arquivo. Então surgiu outro problema, mas daí eu já estava bem instruído, a empresa já tinha instruído o pessoal, então veio o supervisor, na época o supervisor Volmar, então me ajudou bastante nessa parte aí. A gente foi lá e já fez o jornal se retratar. Então, até hoje eu guardo esse jornal comigo, que foi uma coisa boa, assim, que aconteceu. Senti o apoio do Volmar, foi mais como um amigo, não como supervisor, e também a gente pode defender como eu queria o produto, porque é importante também.
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E o outro caso curioso?
R - O outro caso curioso foi quando eu fiz os 15 anos de empresa. Foi uma segunda-feira, então eu esperava... o pessoal estava combinando: "Nós vamos fazer uma festa de aniversário para um amigo." Para um colega, né? Então convidamos os colegas, todo mundo marcando um jantar de aniversário. Eu trabalhando normalmente, chegou meu supervisor de tarde, a gente trabalhou junto, e aí eu soube: "Ah, vai vir o gerente aí." Eu disse: "Puxa, até o gerente vem, é o aniversário de um colega" E não tinha me dado conta que também meu afilhado tinha ficado o fim de semana em casa e estava até segunda-feira. Ele tinha aula. Ficou até segunda de noite Mas não percebi aquilo ali. Aí, de noite, nós fomos... a minha esposa Cristina disse: "Vamos levar as crianças" Eu disse: "Não, vamos deixar as crianças, é aniversário de adulto." "Não, vamos levar." Enfim, ela insistiu, a gente levou. Aí, chegando lá, estava o pessoal de Rio Grande, o pessoal de Pelotas, alguns supervisores, e eu fiquei pensando: "Puxa, mas que engraçado esse aniversário." Ainda mesmo assim não tinha me dado conta. Aí, quando o Volmar tomou a palavra depois do jantar, e falou: “Ah, como é bom comemorar o aniversário...” Aí falou dos 15 anos, e mesmo assim, ele falando, eu pensei: "Será que a filha de alguém está fazendo 15 anos?" (risos) Eu não tinha... (risos) ... eu, bem boca aberta. Aí, quando ele começou a falar mais, aí sim, aí foi uma emoção só. Assim, até hoje eu me emociono. (choro) Então, aquilo ali... aquilo marcou a minha vida de uma maneira diferente, porque uma empresa veio até mim de uma forma carinhosa... desculpa.
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Você acha que existe um diferencial do Aché?
R - Exatamente. De uma forma carinhosa, com amizade, e eu estava ali na minha família. Eu não fui até um clube social, eu não fui até uma empresa receber, vamos dizer, um diploma de 15 anos. Apesar de que eu recebi. Mas recebi na minha casa, no meio dos meus amigos, no meio da minha família, com meu afilhado ali, com meus filhos. A minha mãe também me ligou, minha irmã, então foi uma coisa diferente, uma coisa que foi muito marcante para mim. Então hoje eu estou aí, no 17º ano, vai fazer agora em fevereiro 17 anos que estou no Aché.
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Nesses 17 anos, o que você acha que mudou mais no seu dia a dia, na maneira como você se prepara para ir ao trabalho, o transporte que você usa, a maleta, essas coisas continuam iguais?
R - (risos) Tudo mudou. Aliás, assim, não tem como negar que o Aché hoje faz parte da minha vida. Porque quando eu entrei no Aché eu era noivo. E ajudava minha mãe em casa, era uma pessoa simples, trabalhava no banco. Então, quando eu entrei eu financiei um carro para mim trabalhar, um carro melhor, em condições melhores, porque eu tinha um carrinho todo arrebentado. Então, (risos) na época, aquele financiamento ali, tudo, foi muito difícil nos primeiros anos. Mas tudo que eu tenho em casa, hoje, o meu apartamento financiado, quase quitado, as coisas que eu tenho em casa, tudo lembra o Aché. A minha irmã ainda diz assim: "Tu tens vários prêmios". O aparelho de som, o liquidificador, tudo herança do Aché, sabe? Então, o Aché me acompanhou na vida e eu na minha vida acompanhei o Aché também. O que mudou? Hoje eu tenho um carro da empresa, um belo plano de saúde, vivo muito bem e feliz com a minha família, acredito em Deus. E, assim, só tenho a agradecer. Parece, assim, uma coisa de conformismo ficar como propagandista simplesmente. Mas não é simplesmente. É propagandista com muito orgulho. Porque todo dia da minha vida, durante o período em que estou trabalhando, eu tenho tempo para a minha família, para os meus filhos, e gosto muito de ficar conversando com os médicos. Para mim é um prazer estar na frente de um médico fazendo uma propaganda, trocando uma idéia. Isso para mim, assim, cada dia é um desafio.
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E a relação do protagonista do Aché com o médico é diferente de outros laboratórios?
R - Com certeza. O Aché é muito marcante no consultório médico. E cada vez mais. Desde o aniversário do médico, o que ele faz, a gente se intera muito com o médico. Pelo menos no meu setor, assim, com certeza, não é característica exclusiva. São todos os colegas que trabalham assim. O médico sente a diferença, o calor humano na propaganda, isso é muito importante.
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E você gostaria de contar mais alguma história curiosa, um caso engraçado?
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Engraçado, assim, olha, eu vou dizer uma coisa bem engraçada que é a origem do meu apelido. Eu tenho um apelido lá, e inclusive os médicos me conhecem por esse apelido, e desde que entrei no ramo, no ramo farmacêutico. Então ele ficou. Que na época, em 85, os representantes eram do terninho, mas assim, de mais idade. Eu entrei com 25 anos. Era um guri novo. Ainda sou novo. (risos) Mas era um guri novo. Então, para o pessoal que tinha em Rio Grande, em Pelotas, que era mais, assim, um perfil mais senhorio, mais maduro, então eu era o “pimpolho”. E ficou “pimpolho” até hoje, e não tem jeito. Na época, o pessoal via o “pimpolho” correndo para cima e para baixo com a pasta verde, e tal. Então, aquilo ali foi marcante no ramo, não só na minha vida, porque todos hoje conhecem e respeitam o “pimpolho” do Aché. "Esse é o pimpolho do Aché." Então, assim, os médicos também. Claro, aqueles médicos mais reservados é o Edson do Aché. Mas a maioria dos que são amigos, dos que dão apoio, é o “pimpolho” do Aché. “Ah, pimpolho, vamos lá, vamos conversar. O que tu quer, o que tu precisa?” E isso aí... E também uma coisa que marcou bastante, um médico lá na faculdade Federal de Pelotas, ele tanto que eu falei do Notuss, do Novacort, tanto que eu falei desses produtos, que eu fiquei conhecido como o “seu Nonô”. (risos) "Ô, seu Nonô Vem chegando o seu Nonô aí" De tanto falar dos dois produtos. Foi uma coisa que marcou para mim e marcou para eles também. Então, é uma forma diferente de vender, uma forma gostosa. Esse relacionamento aí faz da minha profissão um desafio todo dia. Isso aí para mim é muito importante. E o fato de chegar em casa, largar a pasta, conversar com os filhos, com a esposa, aquele ambiente todo também ajuda bastante.
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E, para encerrar, eu queria saber o que você acha desse projeto do Aché de estar dando oportunidade para que cada um conte a sua história?
R - É uma coisa que eu não imaginava que pudesse falar um dia. Que isso aí realmente... Eu achava, assim, uma que eu já vi o Victor pessoalmente, é uma coisa que eu achava que nunca ia ver. Que era difícil o pessoal de São Paulo vir até o Sul, que é muito distante até. Eu conhecia o Victor pelo que ele escrevia, e sempre fui fã dele no que ele escreve, as coisas são bem introspectivas, para a gente pensar. Então, esse projeto aí nos deu oportunidade de eu falar, de trocar idéias e de marcar o nosso... de dizer nossa opinião, de marcar nossa pessoa. Que afinal de contas a vida é uma só, ela é passageira para todos. Então, dizer assim: "Pô, eu vou viver no Aché, vou trabalhar no Aché e talvez ninguém vai me conhecer no Aché?" Então, essa oportunidade eu agradeço, assim, é muito interessante, muito boa mesmo.
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Está jóia, muito obrigada.
R - Eu que agradeço.
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