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História
Por: Museu da Pessoa, 11 de junho de 2015

O mundo é pra todo mundo

Esta história contém:

O mundo é pra todo mundo

Vídeo

Eu nasci em 8 de outubro de 1944, em Ipameri, Goiás. Meu pai era João Julião da Silva e minha mãe era Eugídia Monteiro da Silva. Éramos nove irmãos. Minha mãe faleceu primeiro. Ela adulava muito a gente e eu fiquei sem vir outro cinco anos, fui mais bem tratado. Meu pai morreu e eu fiquei com 10 anos de idade e ele ainda me punha no colo, mas trabalhar, tinha que trabalhar.

Quando nós chegamos pra cá, eu lembro ainda, tinha 3 anos de idade. Não tinha nem um rancho pra ficar dentro, ficamos debaixo dos paus. Viemos lá da fazenda, hoje Bonsucesso, que é de Pedro Passos. Aquilo lá era nosso, aí meu pai vendeu e comprou isso aqui. Isso aqui era um interior, os vizinhos corriam da gente, custaram a acostumar, diziam que eram os mineiros. Aqui até onça ainda tinha. Meu pai falou: “Meus filhos, eu não vou conhecer não, mas vai vir uma capital pra cá, vocês não vendem isso aqui não, isso aqui vai valer muito”. Ele não conheceu porque ele morreu com 53 anos, e logo veio a capital.

Quando eles morreram, foi uma tristeza a vida da gente. Cada irmão mais velho pegou um mais novo pra criar. Eu peguei a pior [esposa], ela casou com meu irmão mais velho, que era meu padrinho. Rapaz, ela me judiava demais. Aí eu só pensava e falava: “Um dia eu venço na vida, eu vou vencer na vida”. Eu saí com 16 anos. A fazenda foi repartida pros irmãos. Eu falei: “Eu dou conta da minha vida agora” e vim, entrei debaixo de um ranchinho amarrado de palha aqui. Fiquei morando sozinho de 16 a 24 anos. E aí eles venderam para um homem rico, só que me prejudicou demais porque ele queria tomar aqui [também]. Eu fui preso porque ele fechou umas estradas e eu mandei meus cunhados pegar o carro de boi, passar e desmanchar, que ele queria fechar o nosso trânsito. E eu enfrentei. Aí quando ele perdeu no Supremo Tribunal, vendeu a fazenda baratinho e foi embora. Se eu tivesse saído não tinha ninguém aqui, porque ele tirava...

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Com o neto na Folia do Divino

Sr. Valdemar com o neto Juan na Folia do Divino.

período: Ano 1999
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Casamento

período: Ano 1969
local: Brasil / Goiás / Formosa
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Aniversário

Aniversário do seu Valdemar, cortando o bolo com a esposa Coraci ao seu lado.

período: Ano 1994
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Folia do Divino

Seu Valdemar na Festa do Divino.

período: Ano 1970
local: Brasil / Distrito Federal / Curralinho
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Batizado

Sr. Valdemar com a esposa batizando Wedson de Brito, que hoje é o melhor caixeiro da folia, aquele que chama os foliões, função muito importante.

período: Ano 1970
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Filhos

Os filhos Ildemar, Hildenilma, Ildenilda, Ildenilsa e Ivan na Fazenda Ribeirão em Fercal, onde Valdemar mora desde os 16 anos.

período: Ano 1980
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Dados de acervo

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Votorantim Fercal DF

Depoimento de Valdemar Neves da Silva

Entrevistado por Marcia Trezza e Andréia Aguiar

Fercal, 11/06/2015

Realização Museu da Pessoa

VOF_HV014_ Valdemar Neves da Silva

Transcrito por Karina Medici Barrella

MW Transcrições

P/1 – Seu Valdemar, por favor, a gente já vai começar, fala o seu nome completo.

R – É Valdemar Neves da Silva.

P/1 – O senhor nasceu em que data?

R – Eu nasci em 8 de outubro de 1944.

P/1 – Onde que o senhor nasceu?

R – Eu nasci em Ipameri.

P/1 – Qual o estado?

R – Goiás.

P/1 – Seu Valdemar, qual o nome dos seus pais?

R – Meu pai era João Julião da Silva.

P/1 – Sua mãe?

R – Eugídia Monteiro da Silva.

P/1 – O senhor lembra do quê do seu pai? Quais lembranças o senhor tem?

R – Ah, tenho muita lembrança. Porque eu fui caçula cinco anos. Meu pai morreu e eu fiquei com dez anos e ele me punha no colo ainda. E minha mãe foi o maior desespero da vida, menina. Porque meu pai morreu com carro de boi, carriando.

P/1 – É mesmo? Como foi isso, Seu Valdemar?

R – Foi. Foi buscar uma carga de milho com um irmão mais velho meu que hoje é falecido também, falecido de acidente de carro nessa estrada. Aí eu tinha vindo dormir na casa de minha irmã e cheguei lá e escutei aquele barulho, chorando, aquele povo, outros, aí falei: “Meu Deus, será que meu pai trombou o carro?”. Aí fui ao encontro, ele já vinha dentro do carro, morto. Para mim até hoje quando eu passo lá eu tenho remorso. E foi um sacrifício a vida da gente.

P/1 – Ele tombou o carro de boi?

R – Não, eu pensei que fosse, né? Ele foi cavar um chão pra poder passar a roda do carro. Aí até hoje tem a cruz lá onde ele morreu. Ele foi, caiu, que ele tinha problema de coração, caiu e morreu. Aí o meu irmão largou lá e veio atrás do pessoal. Quando chegaram lá, os vizinhos chegaram lá, os bois tinham dado a volta e lambendo ele morto lá, porque era tão... boiada carrera é muito bonita....

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Título: O mundo é pra todo mundo

Data: 11 de junho de 2015

Local de produção: Brasil / Distrito Federal / Fercal

Transcritor: Karina Medici Barrella
Autor: Museu da Pessoa

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