O Jogo da Vida de Tony: Uma partida vitoriosa
Autores e ilustradores:
Alunos do 1º. Ano do II Ciclo, do Ensino Fundamental de 2009.
Professora: Kely Cristina de Andrade Schiavone
EMEIEF “Maria Delphina C. Neves” - Santo André
Vindos de Pernambuco na década de 70, dona Terezinha B...Continuar leitura
O Jogo da Vida de Tony: Uma partida vitoriosa
Autores
e
ilustradores:
Alunos do 1º. Ano
do
II Ciclo, do Ensino
Fundamental de 2009.
Professora:
Kely Cristina de Andrade Schiavone
EMEIEF
“Maria
Delphina
C. Neves”
- Santo André
Vindos de Pernambuco na década de 70, dona Terezinha Bento de Lima e o Sr. Antônio Dias Ferreira fixaram moradia no bairro Sacadura Cabral na cidade de Santo André, no estado de São Paulo.
No dia
07 de fevereiro de 1980,
nascia no hospital São Caetano, na cidade vizinha de Santo André,
Antônio Edson Bento Dias, o quarto filho dos seis que o casal teve. Filho de motorista de ônibus, Antônio, ainda criança,
passava muitas horas com o pai no trabalho, pois ele estava sempre labutando para sustentar a família.
Naquele tempo, as dificuldades eram muitas, a
família morava em um barraco de madeira bem baixinho e perto tinha um
beco, onde
Antônio e seus irmãos brincavam muito,gostavam de queimar as formigas e às vezes pegavam moscas para dar às aranhas e observar o que iriam fazer.
Como em sua casa não havia espaço, Tony, apelido de Antônio, brincava bastante na rua, mas sua mãe atenta, ficava
de olho, sempre acompanhando todos os passos dos filhos.
Tony, seus irmãos e colegas, brincavam de pião, bolinha de gude e corrida. Adorava disputar estas corridas com uma amiga especial, a Tatiane, que veio a ser sua esposa anos depois.
Mas o que Tony mais gostava mesmo era jogar bola. Saia para a rua, juntava os amigos e faziam dos chinelos ou pedaços de pau, as traves do campo.
Apesar de ser de família humilde,
em sua casa já tinha televisão, onde Tony e seus
irmãos assistiam desenhos, como Pica-Pau, Tom e Jerry, TV Colosso,
Jaspion e seriados de aventuras, que lhes
rendiam
muitas
brincadeiras, quando a imaginação corria
solta – fingiam ser o capitão América ou o Tony Strada,
do seriado “Chips”.
Numa dessas brincadeiras, levaram um grande susto,
seu irmão caçula, o
Erick, fingindo ser o Batman, pulou de cima do beliche e arrebentou o queixo, mas tudo ficou bem.
Outra parte divertida de sua infância foi que ainda menino, seu pai comprou a carcaça de um Corcel I e um motor e, com a
ajuda de Tony, aos poucos, montaram o carro todo, feito brinquedo LEGO. Levaram muito tempo para conseguir comprar todas as partes necessárias para o carro ficar completo, chegaram a sair com ele sem bancos, sem portas.
ERA UMA AVENTURA
Mais uma lembrança divertida da infância e adolescência de Tony era a moda daqueles tempos:
chegou a usar, no futebol, shorts curtos e agarrados ao corpo (nada confortáveis comparados aos que os jogadores de futebol usam hoje em dia). Usava ainda cabelo armado, estilo black- power, inspirados nos famosos jogadores americanos de basquete, os quais, vistos em um desenho, tiravam de tudo,
dentro de suas cabeleiras, como
carros, geladeiras, animais, ferramentas, comidas e o que demais precisassem.
Tony sempre teve muitos amigos. Por volta dos anos 80, reunia-se com eles e formavam times para jogar futebol, no antigo terreno onde hoje está localizada a EMEIEF “Maria Delphina Carvalho Neves”, onde estudam hoje, seus dois filhos, Eduardo e Harryson.
Desde aquela época já mostrava
sua aptidão com o esporte e pela profissão de técnico de futebol.
Apesar das muitas alegrias e brincadeiras, após um desses jogos, aconteceu um dos momentos mais tristes para ele e sua família – ao retornarem para casa, enquanto Tony tomava banho, Eduardo,
seu irmão de 13 anos
(dois anos mais velhos que ele), saiu para rua e acompanhou os coleguinhas, correndo atrás de pipas. Ao se distrair, foi atropelado e acabou, infelizmente, falecendo.
Antônio sempre foi um garoto muito apegado à família, esforçado e estudioso. Aos onze anos foi trabalhar de guardinha, num projeto do Rotary Club, na cidade de Santo André.
Por conta disto, passou estudar à noite e teve que parar de jogar futebol por um tempo, mesmo assim, considera que este momento, foi uma fase muito importante para sua vida, pois aprendeu muitas coisas.
Dos doze para os treze anos conquistou seu primeiro emprego em uma fábrica,
na ALCAN, localizada na cidade de Mauá.
Aos quatorze anos já trabalhava na Companhia Telefônica da Borda do Campo, em Santo André.
Mas, para Tony, o futebol, sempre foi sua grande paixão,assim como seu time de futebol, o Corinthians Futebol Clube.Com o esporte,
Tony aprendeu
coisas importantes as quais sempre
levará
para sua vida, a mais importante foi a disciplina,em vez de coisas erradas.
Foi uma pena que muitos de seus amigos não tiveram esta oportunidade, fizeram muitas coisas que não podiam e hoje estão presos e alguns até morreram.
Através de campeonatos dos quais participou, conheceu muitas culturas e até línguas diferentes.
No Mundialito de 1996, com dezesseis anos teve a oportunidade de jogar contra o time de uma dos maiores fenômenos do futebol brasileiro da atualidade, Ronaldinho Gaúcho. Este jogo deixou marcas em Tony, quando em uma jogada,
Ronaldinho, com sua chuteira fez um corte em sua perna, que lhe causou uma cicatriz, que para ele hoje representa um autógrafo do ídolo. Quando aconteceu isso, que foi sem querer, pela
disputa de bola,
Ronaldinho, com seu sotaque gaúcho foi muito educado e lhe disse:
“ DESCULPA, CHE”.
Em 1999, casou-se no cartório com Tatiane, sua querida amiga de infância. Na época não puderam fazer uma festa, pois não tinham dinheiro. Fizeram um almoço para comemorar. Tony, tornou-se chefe de família e pai, ainda bem cedo, pois queria logo ser adulto.
Com o passar do tempo, Tony teve que enfrentar muitas dificuldades, além dos problemas do dia-dia, veio o desemprego. Mas Tony nunca deixou de lutar e com toda esta situação, foi em busca de formação. Especializou-se na área tecnológica de Informática e montou seu próprio negócio. Hoje, Tony é dono de uma lan-house, no bairro Sacadura Cabral, onde mora.
Neste ano de 2009, Tony também está realizando um de seus sonhos:
contar sua história de luta pela vida aos amigos de escola de seus filhos.
Pode provar a todos que mesmo com condições precárias e uma vida pobre, com algumas privações, é possível nos tornar pessoas dignas e honestas.
Tony não é rico, mas sem dúvida é um, UM
GRANDE
VITORIOSO, pois sempre fez as escolhas certas e pode ser considerado um grande exemplo para as crianças e para toda sua comunidade.Recolher