Contexto rápido: sou conservadora de acervos e trabalhei no Museu da Cidade de São Paulo (Solar da Marquesa de Santos) entre 2010 e 2018. Vamos ao sonho: eu trazia uma caixa de madeira com o corpo mumificado da Domitila para a minha casa e deixava do lado de fora. Trouxe a múmia para minha tia co...Continuar leitura
Contexto rápido: sou conservadora de acervos e trabalhei no Museu da Cidade de São Paulo (Solar da Marquesa de Santos) entre 2010 e 2018. Vamos ao sonho: eu trazia uma caixa de madeira com o corpo mumificado da Domitila para a minha casa e deixava do lado de fora. Trouxe a múmia para minha tia costureira tirar medidas e fazer um vestido novo para ela. Infelizmente foi um sonho multissetorial eno cheiro era horrível. Depois de vestir o cadáver eu resolvi preencher o caixão com solução de água e cândida, afinal são tempos de pandemia e tudo precisa ser devidamente higienizado. Ao fechar o caixão eu percebia a bobagem que fiz e fiquei desesperada comnmedo de ter danificado o acervo. Minha mãe aspirava a água putrida com um aspirador de pó, no fundo do caixão só um esqueleto usando um vestido desbotado. Fiquei desesperada pensando comoneu ia me safar e, pior, contar para meu antigo supervisor de acervos. Acordei assustada.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Eu acho que misturei o medo da morte, com o excesso de preocupação com a higienização e a falta incrível que sinto do meu trabalho presencial com acervos.Recolher