Internada minha filha sofri, eu sofri dores e mais dores. Aí as enfermeira.. eu dizia assim eu chamei e disse “estou sentido dor, mas a minha, pode me tirar tudo daqui” eu dizia assim “mas a minha fé ninguém tira”. As enfermeira olhava assim pra mim; “- Mas dona Eurídice a senhora..” Eu digo: “-é minha filha estou sofrendo aqui, mas minha fé ninguém tira” mesmo assim. O que? Sofri. sofri quando não teve jeito eu internei (...) Quando chegou lá, como é que diz.. Uma perebinha desse tamanhozinho que coisou na perna.. que eu sou diabética. Ah minha filha! Ó! Quando internei lá, tomando remédio, minha filha. Tomei tanto remédio, mas depois, de uma hora pra outra a infecção. Infecção. Aí só vi foi na cama, eu rodeada de médico, enfermeira pra dizer a minha triste historia de ter que amputar a perna. Ai minha filha, mas eu tava.. de um jeito... não sei como que eu, eu não estava mais.. vivendo mais em mim assim sabe. Eu não tava mais lembrando mais de nada. Eu só dizia assim “ - meu Deus, meu Jesus, meu Jesus, tenha pena de mim meu Jesus!”. Eu só dizia assim: “- Minha mãe santíssima, minha Nossa Senhora”. Ai ele falou com o Almir, chamou o Almir lá. O Almir foi; meu marido pra falar. Ai um perguntou pro outro. E eu disse: “- O que é que eu ia fazer?” O médico disse que eu tava... ou eu fazia a cirurgia e amputava, ou então eu tava correndo risco porque diz que a infecção ia subir (...) (...) Porque ai, porque estava subindo cada hora adiantando. Ai teve que amputar pra evitar. Eu disse assim: “Ó, você façam o que vocês achar que é melhor. Eu estou aqui né”. Ai foi quando fizeram a amputação. Mas não foi fácil não, quando eu estava lá não estava coisa não, mas quando a gente cai na real aí é que... (...) É minha filha... no dia a dia.... ai é que a gente... cai na real....(...) Tem um, vai fazer 3 anos. ...
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Internada minha filha sofri, eu sofri dores e mais dores. Aí as enfermeira.. eu dizia assim eu chamei e disse “estou sentido dor, mas a minha, pode me tirar tudo daqui” eu dizia assim “mas a minha fé ninguém tira”. As enfermeira olhava assim pra mim; “- Mas dona Eurídice a senhora..” Eu digo: “-é minha filha estou sofrendo aqui, mas minha fé ninguém tira” mesmo assim. O que? Sofri. sofri quando não teve jeito eu internei (...) Quando chegou lá, como é que diz.. Uma perebinha desse tamanhozinho que coisou na perna.. que eu sou diabética. Ah minha filha! Ó! Quando internei lá, tomando remédio, minha filha. Tomei tanto remédio, mas depois, de uma hora pra outra a infecção. Infecção. Aí só vi foi na cama, eu rodeada de médico, enfermeira pra dizer a minha triste historia de ter que amputar a perna. Ai minha filha, mas eu tava.. de um jeito... não sei como que eu, eu não estava mais.. vivendo mais em mim assim sabe. Eu não tava mais lembrando mais de nada. Eu só dizia assim “ - meu Deus, meu Jesus, meu Jesus, tenha pena de mim meu Jesus!”. Eu só dizia assim: “- Minha mãe santíssima, minha Nossa Senhora”. Ai ele falou com o Almir, chamou o Almir lá. O Almir foi; meu marido pra falar. Ai um perguntou pro outro. E eu disse: “- O que é que eu ia fazer?” O médico disse que eu tava... ou eu fazia a cirurgia e amputava, ou então eu tava correndo risco porque diz que a infecção ia subir (...) (...) Porque ai, porque estava subindo cada hora adiantando. Ai teve que amputar pra evitar. Eu disse assim: “Ó, você façam o que vocês achar que é melhor. Eu estou aqui né”. Ai foi quando fizeram a amputação. Mas não foi fácil não, quando eu estava lá não estava coisa não, mas quando a gente cai na real aí é que... (...) É minha filha... no dia a dia.... ai é que a gente... cai na real....(...) Tem um, vai fazer 3 anos. (...) Aí meu marido também...ele... como é que diz ... ele sentiu taaanto! Viu, ele sentiu, teve uma recaída assim... ai depois ele teve problema também, e era problema de saúde e ajuntou uma coisa com a outra viu. Ele era fooorrrte! Ai foi perdendo peso, perdendo, perdendo, perdendo peso. E médico num canto, médico pra outro e medico fazendo exame tudo e exame ai fez um exame da próstata né. Ai.. tava com problema. Ai o medico disse que ia fazer a cirurgia. Fez cirurgia, mas antes disso ele estava com problema, uma hérnia no estômago. Sentia dor, dor, dor, dor, dor,dor... mas depois a dor foi aliviando mais, mas eu acho que o problema mais foi que quando ele fez um exame fez a cirurgia da próstata acho que já estava avançada já. (...) Mas ele... como é que diz... é desse pessoal teimoso, que a gente falava e ele: “ - Ah não, não estou sentindo nada!”. Ééééé minha filha, o mal dos homem é esse! Um machismo.. “- ah não estou sentido nada não” e por dentro né? Quer dizer que muitas vezes a pessoa não está sentindo nada, mas dizem que essa bicha é silenciosa né? Se é silenciosa... fez tanto exame, fez tanto exame. Fez particular para adiantar, mas... se foi... agora a falta que ele está me fazendo. (...) Uma falta! Menina a falta que ele tá me fazendo... só Deus mesmo! Às vezes até... eu assim até na água! Ele tava sentadinho assim e eu dizia: “ - Gilberto pega água pra mim, Gilberto?” Era aquela coisa assim...de manhã, pegava a escova, a água.. e levantava 5 e meia pra 6 horas levantava da cama, já vinha escovar os dente, pegava a minha escova, botava pasta na escova viu. Eu ficava lá no quarto ele levava um balde, vinha com o balde e o caneco para mim escovar os dentes. Tudo isso a gente lembra né, tudo isso (...) O cuidado que ele tinha, era o cuidado. O remédio na hora certa. Ele ficou de um jeito que ele já não tava mais... tendo aquela atividade mais viu. Tava... como é que diz.... se sentindo assim... ele dizia assim: “ – Eurídice, eu estou sentindo muita coisa...” Ele dizia comigo né. Mas ele sempre dizia assim: “- Mas como é meu Deus que ele dizia.... Assim: “- Mas Jesus, eu confio em vós!” Assim tooodo dia ele dizia isso. Sentado no sofá, a gente assistindo as missas da Canção Nova, da Aparecida. Ele não perdia o terço e as missa. Ele sentado lá ele sempre dizia: “- Eu digo assim: Jesus eu confio em vós!” Ele sempre dizia assim. E ele dizia: “ - Eurídice eu to sentindo uma coisa assim por dentro, aquela fraqueza...” Ele dizia sempre: “ - Eu estou sentindo aquela fraqueza”. Aí eu dizia assim: “ - Mas Gilberto, que fraqueza é essa?” Eu dizia assim: “ - Porque você se...”, ele se alimentava , na hora da merenda dele vixe... (...) É, agora não comia mais porque a médica disse que ele não podia comer muito por causa do estomago. Mas mesmo assim ele comia! Ele dizia assim “Oia, melhor tu morrer de barriga cheia do que morrer de barriga vazia”. Ele sempre dizia assim, e ele comia! Ele comia, mas se sabe, o problema por dentro né? Tava se alimentando mas... Mas não tinha jeito. Que coisa... eu não sei não minha filha. Minha mãe tinha esse dizer, minha mãe dizia assim: “ - Minha filha”, eu era menina mas eu lembro, “ – a gente sabe como começa, mas não sabe como termina”. E é uma... e é uma... tem hora que ...Eu dizia assim: “- Meu Deus!” adoecer não, mas eu dizia assim: “ – Eu nunca pensei de amputar uma perna assim né”. Às vezes eu... hoje em dia eu fico aqui. Eu não parava! eu não parava, era pra ir pra cá e pra ir pra cá.. Ia na rua, ia no supermercado e voltava. Quando dava a hora, no domingo era aquela novidade, vamos pra igreja. E dia de semana não perdia missa não perdi nada. Hoje em dia eu digo assim: “ - Meu Deus!” Tanta coisa que eu já fiz, né minha filha. hoje eu tenho certeza que eu já fiz, fiz muito.
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