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Personagem: Érika Borges Feitosa
Por: Museu da Pessoa, 31 de agosto de 2018

Muito mais que a dermatite atópica

Esta história contém:

Muito mais que a dermatite atópica

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Desde sempre, tenho dermatite atópica: desde pequenininha. Só que antes era menos. Quando eu era pequena, às vezes aparecia uns vergões, então, fui me acostumando. Eu não podia comer muito chocolate. Sol e calor, para mim, era horrível. Tenho bronquite, também: uma coisa leva a outra.

A gente começou a desconfiar quando minha mãe me levou para fazer testes, que atestaram que eu realmente tinha alergia. Eu tenho muita alergia a cachorro, gato, cavalo. Com animais, tinha que tomar cuidado, não podia ficar pegando. Não podia ter urso de pelúcia, cortina, tapete, não tinha nada. Não podia ficar tendo, porque tudo isso ajudava a piorar. Antes, eu tinha crise só às vezes. Mas às vezes eu não tinha nada. Sumia. Então, não era sempre, e também era emocional. Se, às vezes, alguma coisa mexia, piorava. Às vezes, não. Então, eram pontos. Quando eu tinha, escondia debaixo das blusas compridas e está tudo certo. Eu faço isso até hoje, na verdade. É horrível. Pior sensação.

Quando eu me mudei para São Paulo, piorou. As crises pioraram muito, então, antes eram só nas dobras que eu tinha; agora, é no corpo inteiro. Piorou bastante e coça muito. Eu tenho vontade de arrancar a pele. Às vezes, é uma coceira insuportável, a ponto de não conseguir trabalhar. Na hora de dormir, então, é a hora que eu mais coço e não consigo dormir direito. Acordo, coço – machuca, até sangra – então, é bem desconfortável.

É desconfortante também porque, às vezes, quando está muito vermelha, a pessoa que tá do meu lado fica olhando. Quem já me conhece sabe o que eu tenho; mas quem não conhece, estranha. No passado, saíram umas feridas, feridas abertas, mesmo, no corpo inteiro. Então, chegava perto da pessoa, à pessoa já até assustava. Não sabe o que é.

Uma vez, eu tive um surto. As feridas reapareceram, fui ao médico e ele me receitou medicamento para sarna! Eu passava a mão e saía à...

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Programa Conte sua História

Depoimento de Érica Borges Feitosa

Entrevistada por Carol Margiotte

São Paulo, 31 de agosto de 2018

Entrevista número PCSH_HV659

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Érica, boa tarde.

R - Boa tarde.

P/1 - Obrigada por ter vindo aqui, hoje, para a gente escutar a sua história. E, para começar, seu nome completo?

R - Érica Borges Feitosa.

P/1 - Local e data de nascimento?

R - Espírito Santo do Pinhal, São Paulo. Dia 02/12/88.

P/1 - E você sabe por que seus pais te deram esse nome, “Érica?”.

R - Não sei. Na verdade, minha mãe achava que era homem, era Erick, então, acabou que, na hora, descobriu que era menina, ficou Érica, super criativa.

P/1 - Mas ela já tinha preparado tudo para vir um menino?

R - Não, não tinha. Naquela época, não tinha muita coisa, então… Mas a minha mãe não quis fazer, mesmo. O exame, nada.

P/1 - Mas seus pais contavam para você a história do dia do seu nascimento, como foi?

R - Minha mãe comenta quando eu pergunto.

P/1 - E o que ela conta?

R - Agora eu não vou lembrar, mas hoje eu perguntei o porquê o nome, porque ela escolheu, e ela falava que ela queria Erick Henrique, mas aí era menina e ela colocou Érica. Aí eu falei “criativa”, mas nada em especial.

P/1 - E conta um pouco dos seus pais, o nome deles, o que eles fazem, como eles são.

R - Meu pai chama Sérgio Aparecido Cornélio. Ele trabalha em Campinas. Ele é policial. E minha mãe chama Rosemari Borges Cornélia. Ela é secretária. Trabalha no AME, lá na minha cidade, em São João da Boa Vista.

P/1 - E você conhece a história deles, como eles se conheceram?

R - Aonde eles se conheceram, não, mas foi bem novinho, assim. Acho que meu pai devia ter dezesseis e minha mãe dezessete, que ela é um pouquinho mais velha que ele, mas foi na fase de adolescente, assim, tanto que eu nasci e minha mãe tinha dezoito e meu pai dezessete. São novinhos.

P/1 - E onde eles...

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Título: Muito mais que a dermatite atópica

Data: 31 de agosto de 2018

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Personagem: Érika Borges Feitosa
Autor: Museu da Pessoa

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