Escrever minha vida até os dias de hoje é voltar num passado bom e feliz. Não que agora seja ruim, mas a situação é outra. Lembro-me com cinco anos, meus pais ainda moravam juntos, talvez porque eu achava que estava tudo bem. Sempre gostei de estudar e, aos cinco anos, já sabia ler, escrever ...Continuar leitura
Escrever minha vida até os dias de hoje é voltar num passado bom e feliz. Não que agora seja ruim, mas a situação é outra. Lembro-me com cinco anos, meus pais ainda moravam juntos, talvez porque eu achava que estava tudo bem. Sempre gostei de estudar e, aos cinco anos, já sabia ler, escrever e perguntar demais. Criança tem disso.
Meu avô sempre será a melhor pessoa que eu conheci na vida. Nossa família era um tanto numerosa, porém não é mais assim. Minha mãe tem mais três irmãos e também indiferenças entre eles. Ciúmes que marcaram fundo com conseqüências que se desenrolaram com o tempo. O tempo é a porta que nunca se fecha...
Morávamos bem próximo ao centro de Senador Camará, um bairro "sossegado" na Zona Oeste (digo isso porque é próximo a uma favela, mas "naquele tempo" era um bom lugar de se morar). Não era casa própria, e logo meu avô tomou uma decisão (sem me consultar, lógico): Vendeu carro, outros bens menores e investiu numa casa própria. Sua vida ficou sendo a casa, sem saber que iria ficar tão pouco tempo nela...Nós também viemos morar com eles, em uma casa que ficava lá nos fundos, uma meia-água, contra a vontade de meu pai, que queria ficar próximo de uma certa amante que ele tinha e tem até os dias de hoje.
Três anos depois, ocorreu o fato: o falecimento de meu avô foi o estopim da decaída da família. O cabeça da casa era ele e com isso passava à frente da casa, minha avó, desolada e desesperada. A pensão ficou atrasada em três meses e aí começou a vender coisas: vendeu geladeira (tínhamos duas), televisão (ídem), eletrodomésticos que julgaram banais, e ainda assim não teve resultados duradouros.
Um tio meu, teve problemas muito antes de eu nascer com drogas e que lhe causou problemas sérios de nervo, tanto que até hoje toma remédios para lhe acalmar, sei lá. Nunca quis trabalhar, tinha meu avô para bancar, velho, velho e nas barbas do papai... Pai não fica pra semente... teve que se arranjar. Tem segundo grau, mas não se lembra, minha mãe, se separou, não recebe pensão, não recorreu e teve que trabalhar fora como costureira. Nunca esquentou banco em emprego algum, muito impulsiva e meio tirana comigo. Ela nega, mas é verdade.
...depois continuoRecolher