Nasci na cidade de Caruaru, no estado de Pernambuco, no dia vinte e nove de maio de 1975.
Hoje tenho 32 anos. Tenho nove irmãos, somos em dez; sete mulheres e três homens. Sou uma das mais novas.
Vim para São Paulo em 1981 com meus pais e mais três irmãos mais novos que eu. Isso para tentar...Continuar leitura
Nasci na cidade de Caruaru, no estado de Pernambuco, no dia vinte e nove de maio de 1975.
Hoje tenho 32 anos. Tenho nove irmãos, somos em dez; sete mulheres e três homens. Sou uma das mais novas.
Vim para São Paulo em 1981 com meus pais e mais três irmãos mais novos que eu. Isso para tentar melhorar a nossa situação que não era muito boa.
Aqui em São Paulo, as condições não eram muito boas também. Morei junto com meus pais e irmãos pequenos num barraco de madeira, muito velhos, que estava caindo. Aqui sofri muito; o banheiro era do lado de fora do barraco. Isso permaneceu por muitos anos.
Em 1987, aos doze anos de idade, abandonei meus estudos para ajudar minha mãe. Ela havia se acidentado no serviço e ficou muito tempo impossibilitada de trabalhar. Quem trabalhava em seu lugar era eu, para que quando chegasse o pagamento, o patrão não mandasse ela embora por o serviço dela não estar feito.
Aos quatorze anos, já parecendo uma velha de trinta, porque quem cuidava da casa e de mais dois irmãos éramos eu e meu pai que também trabalhava. Eu só vivia do trabalho para casa. Tudo que ganhava tirava metade para as despesas de casa e o que restava para minhas necessidades. O mais importante para mim era ajudar meus pais que estavam precisando.
Em 1990, já com quinze anos conheci uma pessoa muito legal compreensiva, mais madura, treze anos mais velho que eu; foi ai que tudo mudou. Nossos olhares se cruzaram e eu não me senti mais tão só. Foi então que aos dezesseis anos de idade, no dia 22 de abril de 1991, eu me casei.
Aos 17 anos tive minha primeira filha e depois vieram mais três filhos. Hoje, além de ser muito feliz, sou muito grata pela família que deus me deu. Além da felicidade de ainda contemplar pai e mãe juntos e vivos. Hoje já com filhos criados e casados, cada um com sua família.
Só espero que meus filhos me dêem a mesma felicidade que meus pais tiveram de ter tido filhos bons e depois envelhecer sem nenhuma preocupação.
São Paulo, 28 de maio de 2007.
Gilda Teresinha da Silva – 6TBRecolher