No ano de 2002 eu havia começado a trabalhar em uma loja no centro da cidade. Era tudo muito novo e também empolgante, afinal de contas eu estava tendo o meu primeiro emprego.
O ramo daquele comércio em que eu estava, não era bem o que eu queria para a minha vida, mas como se tratava de uma o...Continuar leitura
No ano de 2002 eu havia começado a trabalhar em uma loja no centro da cidade. Era tudo muito novo e também empolgante, afinal de contas eu estava tendo o meu primeiro emprego.
O ramo daquele comércio em que eu estava, não era bem o que eu queria para a minha vida, mas como se tratava de uma oportunidade, eu "fazia das tripas: coração".
O patrão era muito exigente e sempre estava conversando e rindo. Não faltava assuntos para serem debatidos no dia a dia, mas uma coisa deixava ele simplesmente indiferente e mal humorado: dia do pagamento.
Eu já o conhecia como pessoa, porém, lidar com ele todos os dias foi desgastando nossa amizade. Tudo piorava quando a esposa dele chegava e começava a mandar em mim, na loja e nele. Era só ela por o pezinho dentro da loja que eu já ficava preocupado:
"O que será que ela vai mandar eu fazer?"
Interessante que ela não pedia para mim, e tinha todo o direito de pedir... Ela simplesmente chegava no ouvido do meu patrão (que por sinal era o esposo dela) e começava a reclamar da poeira que estava sobre a parte de cima dos armários da loja.
Meu patrão era muito esquisito, ficava nervoso inesperadamente. Na mesma hora que estava rindo, ficava sério, e quando estava sozinho fazia movimentos estranhos com a face, uma espécie de careta.
Além de atender os clientes, cuidar do estoque, abrir a loja e de vez em quando fechar, meu patrão agora exigia que eu lavasse as vitrines da loja todo sábado. Até aqui tudo bem, mas quando chegava o quinto dia útil, meu patrão ficava chato, não conversava muito e no final do dia me chamava até sua mesa para me entregar o salário. Era muito ruim olhar para a cara dele, percebendo que estava mal por ter que pagar o funcionário, mas eu não podia ceder a "cara de pidão" dele e deixar o salário daquele mês no caixa da loja. Eu tinha que receber, pois quem conseguiu o primeiro emprego, também adquiriu as primeiras dívidas.
O tempo passou e não deu muito certo, em poucos meses eu optei em deixar a loja e procurar algo melhor para mim, pelo menos alguém que não ficasse com o "olhão" no meu pagamento de um salário mínimo.Recolher