Facebook Info Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa, 27 de março de 2014

Meu nome é Carla Bruna

Esta história contém:

Meu nome é Carla Bruna

Vídeo

Sou Carla. Nasci em 25 de outubro de 1984 em Santa Inês, Maranhão. Meu nome completo é Manuel Castro da Cruz. O nome do meu pai é Eduardo Raulino. Eu não fui criada com ele, eu fui criada pelos meus avós, eles me deram cedo para os meus avós me criarem, então fui descobrir que ele era o meu pai mesmo aos 15 anos de idade. Eu não conhecia o meu pai biológico. Minha mãe é Maria Ivonete. Os avós Maria Luiza e José Luís. Eu fui registrada no nome dos meus avós, então morava com os meus irmãos, com minhas irmãs.

Minha casa de infância tinha um pezinho de árvore na frente, uma fachada de azulejo amarelo, era uma casa bem simples, humilde. Tinha três cômodos, com banheiro, uma cozinha bem grande, uma sala, é uma casa boa de se morar. Eu gostava de dormir na rede e dormia com minha mãe no quarto. Todas as brincadeiras eu tive de criança, todas essas brincadeiras de criança eu brinquei, de pipa, de pião, de peteca, brincadeirinha de polícia e bandido, tacobol, essas coisinhas, todas eu brinquei. Eu entrei com sete anos na escola. Com uns 12 anos sofri bullying. Pirracinha, na escola, dos moleques chamando de veadinho, essas coisas. Com 12 anos de idade eu já percebi que eu era gay, que eu gostava de homem. Eu percebi com um primo meu dentro de casa. Ele me paquerou, quis mexer, cutucou comigo. Aí eu descobri que eu gostava de homem, que eu tinha atração por homem. Eu assumi aos 15 anos de idade para minha família, eu me lembro como se fosse agora. Foi no aniversário de 15 anos, na mesa eu peguei e falei para todo mundo que eu era gay. A reação foi bem dolorosa, bem triste. Minha avó foi maravilhosa, aceitou tudo bem. Meu avô me desconjurou como se eu fosse Cristo na cruz, me apedrejou. Eu fugi com um cara que eu conheci, que ele era cobrador de ônibus. Morei em São Luís com ele, ele alugou um quarto, ele era bem parceiro. Uma vez eu acabei pegando ele com o amigo transando. Eu parei de estudar. Eu não fazia nada, ficava só...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

P/1 – Carla, você pode falar o seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Sim, claro.

P/1 – Qual é?

R – Vinte e cinco de outubro de 1984.

P/1 – Em que cidade?

R – Santa Inês, Maranhão.

P/1 – Seu nome completo?

R – É Manuel Castro da Cruz.

P/1 – Carla, os seus pais são do Maranhão?

R – São. A minha família toda é de Maranhão.

P/1 – Tanto por parte de pai, quanto por parte de mãe?

R – Tanto por parte de pai e mãe.

P/1 – Seus avós são do Maranhão?

R – Meus avós, minha mãe, minha família.

P/1 – Vamos falar um pouco da família do seu pai agora, qual é o nome do seu pai?

R – O nome do meu pai é Eduardo Raulino.

P/1 – E o pai dele?

R – É Eduardo.

P/1 – O que é que o seu avô fazia, você lembra?

R – O meu avô? Eu não lembro, porque eu não fui criada com ele, eu fui criada com meus avós.

P/1 – Por parte de mãe?

R – Por parte de avós, que eles que me criaram e cuidaram de mim, porque eu não fui criado com os meus pais biológicos, eles me deram cedo para os meus avós me criarem, então fui descobrir que ele era o meu pai mesmo aos 15 anos de idade.

P/1 – Quem era o seu pai?

R – Quem era o meu pai, eu não conhecia o meu pai biológico.

P/1 – Nem a sua mãe?

R – Não, a minha mãe eu conhecia.

P/1 – O nome da sua mãe como é que é?

R – Maria Ivonete.

P/1 – E da sua avó que te criou?

R – É Maria Luiza.

P/1 – E do seu avô?

R – José Luís.

P/1 – Você convivia na casa, quem morava nessa sua casa de infância?

R – Os meus sobrinhos, que eu tenho como irmão, que eu fui registrada no nome dos meus avós, então morava com os meus irmãos, com minhas irmãs.

P/1 – Como é que era essa casa de infância, você lembra?

R – Minha casa de infância? Lembro, tinha um pezinho de árvore na frente, uma fachada de azulejo amarelo, era uma casa bem simples, humilde.

P/1 – Quantos quartos?

R – Tinha três cômodos, com banheiro, uma...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Essa história faz parte de coleções

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.

      Receba novidades por e-mail:

      *Campos obrigatórios