A gravidez da minha mãe trouxe muito medo e incertezas para o seu futuro, que ainda tão nova estava tentando superar as dificuldades da primeira gestação. Eu, ainda um embrião sem consciência do mundo que aguardava por mim, já lutava para coexistir nesse universo complexo. Cheguei ao mundo e encontrei grandes dificuldades respiratórias. Uma pequena lutando para permanecer viva. O medo e as incertezas de minha mãe ficaram para trás no momento em que nasci. Agora, era um novo desafio para minha família: até quando eu estaria com eles. Quando os médicos já haviam desenganado meus pais, meu pai fez uma promessa para Deus, dizendo que ele entregaria a vida dele para servi-lo, se eu conseguisse sobreviver. Assim aconteceu, milagrosamente comecei a melhorar e crescer com saúde. Lembro de minha infância com diversas brincadeiras com meus dois irmãos e minha mãe. Amávamos interpretar os filmes que gostávamos, cada um tinha seu papel e atuava de forma empenhada na melhor atuação possível para aquele momento. Tudo virava cenário: o lençol eram transformados em vestidos; os utensílios de casa viravam o complemento do cenário; uma cama ficava como o barco. Nos divertíamos brincando nesse universo fictício e cheio de imaginação. Posso declarar que as tardes do final de semana eram as minhas preferidas, na casa da minha avó, onde todos os primos reuniam-se para brincar as escassas brincadeiras tradicionais da vila. Passávamos a tarde toda nos divertindo. Uma árvore com uma área verde em frente à casa, tornava o ambiente animador para nós, crianças cheias de vida. Subir, descer e se balançar, complementava as maravilhosas tardes de verão. As festas de final de ano, minhas favoritas, eram cheias de história narradas pela Dona Luzia, histórias incríveis de sua vivência e experiências de mundo que às vezes podia ser mágico. Quando minha avó faleceu tudo mudou, assim como acordar de um sonho muito bom e, gradativamente, deparar-se com um...
Continuar leitura
A gravidez da minha mãe trouxe muito medo e incertezas para o seu futuro, que ainda tão nova estava tentando superar as dificuldades da primeira gestação. Eu, ainda um embrião sem consciência do mundo que aguardava por mim, já lutava para coexistir nesse universo complexo. Cheguei ao mundo e encontrei grandes dificuldades respiratórias. Uma pequena lutando para permanecer viva. O medo e as incertezas de minha mãe ficaram para trás no momento em que nasci. Agora, era um novo desafio para minha família: até quando eu estaria com eles. Quando os médicos já haviam desenganado meus pais, meu pai fez uma promessa para Deus, dizendo que ele entregaria a vida dele para servi-lo, se eu conseguisse sobreviver. Assim aconteceu, milagrosamente comecei a melhorar e crescer com saúde. Lembro de minha infância com diversas brincadeiras com meus dois irmãos e minha mãe. Amávamos interpretar os filmes que gostávamos, cada um tinha seu papel e atuava de forma empenhada na melhor atuação possível para aquele momento. Tudo virava cenário: o lençol eram transformados em vestidos; os utensílios de casa viravam o complemento do cenário; uma cama ficava como o barco. Nos divertíamos brincando nesse universo fictício e cheio de imaginação. Posso declarar que as tardes do final de semana eram as minhas preferidas, na casa da minha avó, onde todos os primos reuniam-se para brincar as escassas brincadeiras tradicionais da vila. Passávamos a tarde toda nos divertindo. Uma árvore com uma área verde em frente à casa, tornava o ambiente animador para nós, crianças cheias de vida. Subir, descer e se balançar, complementava as maravilhosas tardes de verão. As festas de final de ano, minhas favoritas, eram cheias de história narradas pela Dona Luzia, histórias incríveis de sua vivência e experiências de mundo que às vezes podia ser mágico. Quando minha avó faleceu tudo mudou, assim como acordar de um sonho muito bom e, gradativamente, deparar-se com um universo paralelo cinza e sem emoções abrilhantadas. Acordei para a “realidade” dos adultos, cresci, e deparei com um “mundo novo”. Hoje, como educadora, quero levar para as crianças um pouco de vivenciar essa infância que é cheia de propósitos e experiências que marcam a vida inteira. Quero sentir que meu dever como profissional possa alcançar vidas e que esse seja meu propósito, não se contentar com o pouco, e sim proporcionar o muito!
Recolher