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Por: Museu da Pessoa,

Mas Chacrinha, eu sou comunista!

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Mas Chacrinha, eu sou comunista!

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Eu estava na Fafich e trabalhando na livraria. Depois, eu fui trabalhar na Editora do Estudante. Era 1970, 1971: você chegava na Fafich, estava todo mundo dando aula. Agora, era muito difícil, porque tinha polícia na escola. Às vezes você chegava lá e a TFP tinha tomado conta da Fafich - chegava e tomava, controlava tudo. Aconteceu uma coisa até muito engraçada também. Aqueles filhos de Maria, caras congregados de Mariano, aquelas caras de azulzinho, entraram lá e estava tudo tombado com as bandeiras da TFP - Tradição, Família e Propriedade. A menina abriu a blusa, tirou o sutiã e colocou os peitos para fora. "Aqui, ó"! Deve ter rezado a noite inteira, mas era isso. Na época, era essa coisa da rebelião também, sabe? Você também falava "Não, eu vou em cima, eu também vou fazer". A gente saía, ia ao teatro. Proibiram as peças e a gente ia. Bateram nos artistas da Roda Viva e a gente protestava! Eu comecei no teatro por essa época. Eu saí da Faculdade e fui fazer teatro. Fui trabalhar com o Heide Ribeiro. Eu falo que ele é o meu pai artístico, porque foi ele quem me falou: "Não: você vai fazer teatro". Eu discordei, mas ele era o diretor, eu acreditei que podia fazer e fui. Ele me pôs no palco, eu fiz, estou aí até hoje e não consigo parar. Quando eu entrei nas Ciências Sociais, eu fui assistir a uma palestra do Chacrinha. Eu estava alucinada de ver o Chacrinha. Ele chegou lindo, de terno. Ele veio falar de comunicação de massa, que era uma coisa que todo mundo queria saber. Imagine a esquerda para saber como é que se comunicava com a base. Quem era o maior comunicador? O Chacrinha. O chamaram e ele veio. Ele chegou e começou todo mundo a fazer aquelas perguntas teorizadas, citando aquele comunicador, e aquele outro, essa teoria e aquela… O Chacrinha olhou e falou: "Gente, deixa eu falar uma coisa: vocês convidaram a pessoa errada. Eu não sei nada do que vocês estão falando, não conheço ninguém de quem...

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Projeto Conte Sua História

Depoimento de Teuda Magalhães Fernandes

Entrevistada por Lucas Torigoe

Belo Horizonte, 09/09/19

PCSH_HV811 _rev

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Ana Beatriz Cunha

Revisado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 – Diga, por favor, o seu nome inteiro, onde você nasceu e a data.

R – Meu nome inteiro é Teuda Magalhães Fernandes. Eu nasci aqui em Belo Horizonte, na Santa Casa, em 1941. Sou daqui da terra mesmo.

P/1 – Em que dia você nasceu?

R – 1° de janeiro de 1941.

P/1 – Você nasceu em Santa Casa…

R – Na Santa Casa, que é um hospital. Chama-se até hoje: "Santa Casa de Misericórdia". Um hospital grande, o maior que tinha à época, quando eu nasci. Tem um caso engraçado. Eu acho que é bobagem contar isso, não é?

P/1 – Conte, por favor.

R – (Risos). Já comecei estragando a entrevista. Não... É porque quando eu nasci, eles não registravam os meninos logo não, porque falavam: "A gente não sabe se vai vingar". Minha mãe falava isso de "não sabe se vai vingar". Depois… O Governo mandou colocar um Cartório dentro dessas coisas, porque nascia um menino, registrava. Então, quando eu nasci, foi assim: meu pai chegou lá e me registrou com outro nome: "Sônia Maria Magalhães Fernandes, nascida em 1° de janeiro de 1941, Belo Horizonte". Quando chegou lá e falou para a minha mãe - "Eu já registrei, coloquei o nome dela de Sônia" - ela disse: "De jeito nenhum, você não registrou. Isso não é registro, Registro tem que ser feito no Cartório, com um Juiz, Isso é uma porcaria qualquer. Isso não vale". Esperou passar quase um ano, foi lá no Cartório e me registrou com o nome de Teuda Magalhães Fernandes, que era o nome que ela queria, porque papai tinha tido uma namorada com o nome Sônia, entendeu? Ela pegou… Eu tinha o nome de Sônia registrado. Fiquei com duas certidões. Um dia, eu precisando de uma coisa para a escola, foram lá buscar minha certidão… Minha mãe...

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Título: Mas Chacrinha, eu sou comunista!

Local de produção: Brasil / Belo Horizonte

Autor: Museu da Pessoa

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