P - Pra gente começar, eu gostaria que você falasse seu nome completo, o local e a data de nascimento. R - Meu nome completo é Manoel Gomes da Silva Filho. Nasci em Campina Grande e minha data de nascimento é 22/9/1969. P - Nasceu na Paraíba? R - Nasci na Grande Paraíba. P - Atualment...Continuar leitura
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Pra gente começar, eu gostaria que você falasse seu nome completo, o local e a data de nascimento.
R - Meu nome completo é Manoel Gomes da Silva Filho. Nasci em Campina Grande e minha data de nascimento é 22/9/1969.
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Nasceu na Paraíba?
R - Nasci na Grande Paraíba.
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Atualmente você mora aonde?
R - Atualmente eu moro em João Pessoa, que é outra cidade da Paraíba, a capital do Estado.
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Como é que foi essa sua mudança? Foi por causa do trabalho?
R - Iniciei trabalhando em Campina Grande, passei três meses e surgiu a oportunidade de vir pra João Pessoa. Então, pra mim foi legal, foi bom e já estou lá trabalhando há seis anos.
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Você já estava no Aché?
R - Já estava no Aché.
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Em que ano foi que você entrou no Aché?
R - Em 1996, em setembro. Então, no final do ano me transferi para João Pessoa.
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E como é que você ficou sabendo do Ache?
R - Foi bem interessante a minha entrada no Aché. Eu estava trabalhando no Itaú, eu trabalhava no caixa, e de repente você vê uma pessoa passeando e olhando pra mim. Só que era um homem.
E passou um tempo e um dia foi lá. Foi outro, eu saia, eu voltava, e essa pessoa lá. Aí já estava um pouco até receoso querendo falar e de repente se aproximou e começou a conversar e falou que era o Jéferson, na oportunidade que era o supervisor da empresa, do Aché
me oferecendo a oportunidade de fazer um teste. Se eu gostaria de fazer um teste?
Daí, eu conversei com os meus familiares, fui conversei com ele. Ele foi na minha residência, conversou com o pessoal e daí eu iniciei os testes, fui aprovado. Então, teve a saída do Banco Itaú e ingressei no Aché.
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E como é que ele chegou até você?
R - Ele ficou passeando dentro do banco. Eu estava no caixa e ele ficava olhando. Porque na realidade, ele queria ver o perfil ou talvez analisar a pessoa. E ele ficou me observando durante um tempo e depois se aproximou e começou a conversar. Eu já estava até meio cismado, de tanto tempo que ele passou olhando, mas foi tranqüilo. Ele chegou e conversou.
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O Aché estava precisando e ele estava observando?
R - Isso. Surgiu uma vaga em Campina Grande e ele estava á procura. E os funcionários do Aché têm conta no Itaú. Essa feliz coincidência que ele me encontrou lá. Eu estou aqui há seis anos já.
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E aí você mudou radicalmente sua vida em termos de trabalho?
R - Foi. Totalmente. Porque no banco é um trabalho bom. É um emprego bom. Trabalhava no Banco Itaú, excelente empresa, mas o trabalho de banco é um trabalho muito
burocrático, um trabalho fixo, um trabalho preso. Então, você vai pra outra realidade, que você vai trabalhar com um público. Então, surgiu a oportunidade de trabalhar com pessoas, com um público diferente, um público diferenciado. Então, o trabalho num laboratório como o Aché abre um horizonte muito grande, um leque enorme pra você. Você aprende a trabalhar com pessoas, aprende uma convivência diferente e as oportunidades profissionais são ótimas. Você adquire muito conhecimento dentro da sua área, conhecimento de mercado, conhecimento de medicamentos. Então, foi uma oportunidade assim fantástica pra mim. Estou aproveitando essa grande oportunidade no Aché, que o Aché me deu.
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E depois, quando você começou a atuar no Aché, você lembra como é que foi o seu primeiro dia de trabalho?
R - Lembro. Foi difícil em parte, porque eu trabalhava com o público, mas era num setor... Eu estava no meu setor. Estava parado e as pessoas vinham.
E eu na realidade saí pra chegar até as pessoas.Então, na realidade no início foi um pouco complicado. Mas nada que com o tempo, com um bom relacionamento com as pessoas que me deram um suporte no início,e logo
assim em dois ou três meses, comecei a desenvolver tranqüilamente.
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Inicialmente, você foi sozinho?
R - Não. Inicialmente, o nosso supervisor ficava assim 15 dias mostrando o setor, me mostrando como era o trabalho.Antes de você entrar na empresa, você andava com um propagandista, pra você ver como era o trabalho dele e se na realidade você se adaptaria àquela função.
Então, pra mim foi tranqüilo. Com uns 15 dias já aprendi o trabalho e fui trabalhar com um outro colega que fazia o mesmo setor e isso facilita bastante, porque você está com um colega, está vendo como ele faz e aí, você desenvolve melhor.
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Você sentiu diferença em trabalhar em Campina Grande e em João Pessoa?
R - É um pouco diferente, apesar de que Campina Grande é uma cidade, a maior cidade do interior do Nordeste, então, é uma cidade grande também. Cidade com 350 mil habitantes. João Pessoa deve ter o que? 700 ou 800. Então, é um pouco diferente, porque na realidade João Pessoa é a capital, então é um centro maior. Quando os centros são maiores, as dificuldades
de você
chegar ao médico, ela aumenta também, na mesma proporção. Então, uma cidade grande, ela te dá mais dificuldades de você chegar ao médico. É diferente do interior, que eu tive a oportunidade de trabalhar alem de Campina, as cidades circunvizinhas. Então, você chega no interior, a receptividade é totalmente diferente. O médico chama você pra almoçar com ele, senta do seu lado, é uma conversa totalmente informal, diferentemente da capital.Na capital você chega, o médico está lá, tem muitos pacientes, muito trabalho, muita ocupação... Então, é um trabalho altamente profissional. E no interior, muitas vezes você adquire uma amizade muito grande com os médicos, porque a receptividade e a oportunidade de um diálogo é bem maior.
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E tem assim uma literatura médica, algum brinde, que tenha te marcado especialmente?
R - Com certeza. A literatura de Notuss, que é um produto nosso pra tosse, aquela tosse seca e a literatura quando nós abríamos, tinha uma tossida, um tosse: oh, oh. Então, causava um impacto no médico quando você abria. Então, essa literatura marcou.
Foi no início do meu trabalho no Aché.
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Era surpresa pro médico?
R - Era surpresa. Você falava do produto e você abria e aí tinha a tosse. Aí, facilitava o diálogo porque o médico começava a rir. Achava interessante. Foi uma literatura que marcou.
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E em termos de produto?
R - Em termos de produto, é impressionante como você adquire um carinho pelo produto que você está trabalhando.Quando você começa e você pega aquele produto e você torce por aquele produto, você quer que aquele produto cresça, você fica bem como se fosse uma coisa sua. É bem interessante. Você começa a gostar, você começa a aprender mais do produto o seu interesse é bem maior por ele.
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E tem algum produto por que você tivesse mais sensibilidade, mais simpatia?
R - Tenho uma simpatia pelo Notuss, que é esse da tosse. Desde o início que eu estou no Aché, seis anos que eu trabalho com ele.
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Ainda hoje?
R - Ainda hoje. E é um produto que em pouco tempo ele assumiu uma posição assim muito boa no mercado de antitussígeno.
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Desde o início até hoje, você percebeu alguma mudança no Aché? O que mudou no Aché?
R - Com certeza. Com certeza mudanças pra melhor. Acho que a empresa se tornou mais profissional. Quando eu entrei, no trabalho, por exemplo, com relação à sua roupa,você tinha que trabalhar com camisas de mangas compridas. Quer dizer, você trabalha no interior, no sol, ou então numa capital, com calor e você tem que estar com camisa de manga comprida entendeu? Então, não existia essa liberdade de expressão. Não existia essa proximidade do supervisor, do gerente com o propagandista. Hoje não. Você tem uma flexibilidade com relação a isso. Por que? Na minha opinião, isso não afeta o resultado do seu trabalho. Lógico que você tem que estar bem vestido. Por que? Porque você vai entrar no consultório, você não vai chegar no consultório suado demais, chegar com uma roupa rasgada ou coisa assim. Você tem que chegar num certo padrão, porque você vai conversar com uma pessoa, com um médico. Mas, com a liberdade de você usar uma roupa, camisa curta e foram mudanças nesse sentido. Mudanças pra melhor.
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Com relação a histórias do seu trabalho? Você tem vivido situações perigosas, difíceis ou cômicas?
R - Tem histórias assim de produtos, que você chega para o médico e ele diz que está prescrevendo seu produto. “Ah, seu produto estou prescrevendo demais.” E quando você indaga a ele diz de uma apresentação que não existe, entendeu? Outro diz:, “Estou usando muito o creme.” Aí seu produto não tem creme, seu produto só tem comprimidos. Então, o médico às vezes pra facilitar, até para se livrar de você mais rapidamente, ele inventa esse tipo de história.
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É mesmo?
R - Com certeza. E o pessoal do interior é que deve ter mais histórias assim nesse sentido. Histórias cômicas.
Na capital já é mais difícil de ter esse tipo de situações. Apesar de que acontece também. De você chegar, dizer que está prescrevendo um produto seu. “Ah. Estou prescrevendo.”
“Quantas vezes ao dia?”
“Duas.”
E o produto é uma vez ao dia. Então, tem esse tipo de história.
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Você fala: “Olha doutor...”
R - “Ah. Isso aí...”
“Ah esqueci. Realmente é uma vez ao dia.” Ou então são duas vezes.
“Ah. Não estou usando do teu.” Então está usando o do concorrente.
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Como é um dia de trabalho seu hoje?
R - No dia normal você logicamente ajeita seu carro, vai colocando amostras que é com que você vai trabalhar no dia seguinte. Separa suas fichas, as fichas da manhã, as fichas da tarde.Geralmente você inicia seu trabalho num hospital. Por que? Porque dá tempo de você fazer uma quantidade maior de médicos e depois você ir pro consultório. Sempre você inicia num hospital. Por que? Se você for iniciar num consultório, às vezes acontece de você passar uma hora ali, quarenta minutos em outro. Então, você perde muito tempo e você não faz uma boa produção. Então você começa num hospital, você visita dois, três, ou quatro médicos e daí você vai pro consultório. O trabalho de um propagandista é um trabalho bom. Você tem que gostar do que você faz. Não é fácil, porque chega num médico, você não foi convidado, você não está pagando consulta. Então, às vezes você é mal recebido. Não mal recebido em palavras, mas mal recebido em gestos, na receptividade das pessoas que estão no consultório porque acham que você vai tomar o tempo. Então na realidade, existe ainda esse tipo de constrangimento. Você chega: “Boa tarde.” Ninguém fala.
É uma questão de educação e de cultura também. Mas por achar que você vai tomar o tempo dele, na pessoa que está esperando, então eles já ficam mais receosos e às vezes até falam: “Ah os propagandistas chegam, entram na frente. Isso é errado.”Então esse é o seu dia a dia.
Então, se você não gostar do que você faz, realmente você tem que escolher outra coisa. Mas é um trabalho gratificante. Na maioria dos casos, você é bem recebido pelo médico. São exceções aqueles médicos que recebem você mal ou ficam calados. Realmente esses médicos são exceções. Porque isso vai muito da pessoa. Da educação e da cultura de cada um. Se você é uma pessoa educada, é uma pessoa fina, no mínimo você vai receber bem a pessoa que chegou pra você. Mas existem também os médicos mais fechados, que você chega e ele não abre diálogo, não conversa. Isso também acontece no nosso dia a dia.
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Com relação ao Aché qual você acha que é a característica que ele tem?
R - O Aché, eu acho que é a
agarra. Na realidade, eu diria que é uma coisa a vontade de crescer. Eu entrei em 1996. E quando eu entrei no Aché, muitos propagandistas, colegas de outras empresas, falavam: “Ah. O Aché é escola. Você inicia no Aché e depois você vai pra uma multinacional.” Então, o pensamento das pessoas com relação ao Aché era esse. Muitas pessoas falaram pra mim. E surgiram outras oportunidades.Só o que as empresas me ofereciam era o que eu tinha no Aché. Então, eu aprendi a gostar da empresa, e não tinha necessidade de você mudar pra que depois você tinha que fazer tudo de novo pra fazer o nome em outra empresa. Então hoje, já mudou muito esse conceito. As pessoas já respeitam mais, sabem que o nosso salário é equiparado com a maioria da industria farmacêutica, e trabalhar no Aché é um grande prazer.
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O que você acha da iniciativa da empresa de estar fazendo um projeto de memória, de estar contando sua história?
R - Eu acho fantástico. Eu acho que não só o Aché, não só empresas da industria farmacêutica, mas eu aconselharia a toda empresa fazer um trabalho como esse. Porque mostra a história. Vai ficar pra sempre. Está num livro, está no vídeo. Então, é uma coisa que vai ficar pra sempre na empresa.
Então, as pessoas vão ver como a empresa começou, quanta mudança existiu, quais foram as dificuldades, o que mais marcou no Aché. No Aché ou em qualquer empresa. Então eu acho que toda empresa deveria fazer um trabalho como esse. Um trabalho de resgate de sua história, de mostrar para o Brasil e para o mundo o que é a empresa. Porque, o que pode acontecer? Se você não coleta esse material, se você não faz um trabalho em cima do que você tem, em cima do que se passou, você vai ficar sem história. Vai chegar uma hora que você vai dizer: “Quem é o Aché?” E passou com palavras. Com palavras você não vai poder mais explicar, e você vai ter que ter alguma coisa documentada. Se você
não tiver, você se perdeu na história. Então eu acho um trabalho belíssimo o trabalho de vocês. Um trabalho como esse que está se realizando.
P -
Está jóia.
A gente está encaminhando pro final. Você gostaria de deixar mais alguma coisa registrada?
R - Não. Gostaria de deixar registrado as pessoas que inicialmente como o Jéferson, nosso supervisor, agradece-lo e dizer que é um prazer. Ele hoje está na empresa, o Câmara também, que foi o gerente que me acolheu. Dizer que agradeço a eles, de público, a oportunidade que eles me deram de eu trabalhar no Aché.
P -
Está bom então.Obrigado.
R - Obrigado. (risos)Recolher