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Por: Museu da Pessoa,

Lugar de mulher é onde ela quiser

Esta história contém:

Lugar de mulher é onde ela quiser

Vídeo

Eu senti que não era mais o caminho que eu queria, que eu estava perdendo muita coisa na minha vida por causa das 12 horas de trabalho. Foi quando eu pensei e falei: "Não, eu quero dar outro para minha vida". Eu não quero ficar aqui no transporte, a mesmice, onde eu não possa aplicar o que eu tenho de conhecimento, onde eu sei que eu não vou seguir para lugar nenhum, porque ali onde eu estava já tinha sido promovida, eu estacionei, não ia mais para lugar nenhum. E eu decidi sair da empresa e dar outra na minha vida.

Fiz uma entrevista [para uma empresa do porto de Santos] e logo em seguida me ligaram dizendo que eu tinha sido aprovada. Aí bateu um frio na barriga, um pânico, porque era um universo novo, o pensamento que eu tinha de porto era aquele pensamento machista, aqueles homens estivadores, alguns broncos, alguns mais estudados, e bateu aquele medo, aquele tudo, meio de felicidade, tristeza, tudo junto. E aí eu falei: "Eu vou lá. Vou buscar, vou ver como que é".

Comecei a trabalhar, comecei a matar os fantasmas, que o porto não era tudo aquilo que me assustava, que os homens não tinham cara de mau, e fui buscando o meu espaço nessa primeira empresa. Daí com seis meses de empresa, eu fui chamada para poder treinar do lado de uma função que se chamava assistente de transporte.

Eles ali dominavam a logística do transporte. E eu fui treinar. Treinei, fui bem aceita, quando eu tive um ano de empresa, eu tive a oportunidade de começar a tirar férias deles, sozinha, eu fui a primeira mulher nessa função. E tirei as férias deles. Eu passava trabalho, distribuía trabalho para uma equipe de 50 homens, e eram só homens, não tinha motorista mulher, e eu era a única mulher ali no meio deles.

E eu fui desempenhando, desempenhando, quando acabou a quarta férias eu ganhei a minha primeira promoção. Essa promoção foi tão gratificante que ela me empurrou para fazer outra faculdade, aí eu queria mais. A gana veio, aí eu queria mais. Eu tinha...

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Dados de acervo

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Depoimento de Rosemeyre da Conceição Duarte

Entrevistado por Fernanda Regina e Luiza Gallo

São Paulo, 29/09/2020

PCSH_HV938

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Fernanda Regina

P/1 – Bom, qual o seu nome completo, data e o local de nascimento?

R - Rosemeyre da Conceição Duarte, nasci em Santos, São Paulo, dia 08/01/1974.

P/1 - E quais são os nomes dos seus pais?

R - Valdemar Pires Duarte e Iracema da Conceição Santana Duarte.

P/1 - E o que eles faziam?

R - O meu pai era dono de autoescola e minha mãe era do lar.

P/1 - Você tem irmãos?

R - Tenho. Do primeiro casamento da minha mãe nós somos em três, eu e mais dois, uma irmã e um irmão, e aí eles se separaram quando eu tinha seis anos, depois de um bom tempo, quando eu tinha 15 anos, minha mãe casou de novo e desse casamento eu tenho mais duas irmãs.

P/1 - E como era a sua casa de infância?

R - A minha casa de infância, quando eu nasci, minha mãe morava perto de uma pedreira que tinha em São Vicente, e por motivos de saúde, porque eu nasci com problema de audição, eu não podia morar com ela, então eu fui morar com a minha vó, mas minha mãe estava lá presente, tipo assim, nas fotos que eu vejo, tudo, ela vivia na casa da minha vó tomando conta de mim. Aí depois de um certo tempo, quando melhorou tudo, minha mãe tentou... Eles contam né, que minha mãe tentou me levar de volta para casa dela, só que eu estava tão habituada na casa da minha vó que eu chorava e queria ficar com a minha avó. Então bem dizer eu fui criada pela minha vó e pelo meu vô e a casa de infância da vó e do vô é pura nostalgia, né? Era aquela casa... Aquele chalé antigo e dois corredores laterais, lá no fundo tinha aquele pé de goiaba, que eu subia e descia, era maravilhoso. Pé de carambola, de amora. E o carinho dos avós nada se compara. Às vezes eu sentia falta assim um pouquinho de pai e mãe, eles estavam lá, mas não eram tão presentes, porque logo veio a minha...

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Título: Lugar de mulher é onde ela quiser

Local de produção: Brasil / Santos

Autor: Museu da Pessoa

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