Geraldo Anselmo Boaventura, meu pai, é um exemplo para mim. Sempre o considerei austero, crítico. Não o entendia até bem pouco tempo... Depois que cresci, o que aconteceu também há muito pouco tempo (tenho 32 anos), percebi que tudo o que fazia era em benefício dos filhos.
Sempre soube agradar os filhos quando queria, sabe ser criança quando quer...
Tem coragem e energia quando precisa. Isso ele tem até hoje. Nunca foi inativo.
É aposentado, mas acho que trabalha mais que eu. Tem 72 anos de idade mas, na aparência e na atividade, tem 40
É diretor de um clube em Jundiaí-SP, onde comanda tudo. Sua base religiosa muito forte faz com que não tema os desrespeitos de hoje em dia...
Às vezes falo que o mundo não é mais como antes. Temo por isso. Ele não. Adora jogar truco (sua parceira é minha mãe, Eliza Eichemberger Boaventura). É alegre, vive cantando e assobiando.
Nunca, mas nunca ouvi uma palavra de desrespeito dele para com minha mãe. Não sabe o que é dificuldade, pois para ele não existe nenhuma. Elas sempre existem.
Trabalhou na Fepasa por 35 anos. Já o critiquei muito por isso. Falo sempre que o mundo está mudado, que temos que procurar o melhor para nós. Ele tem o dom de saber esperar. Isso ele também passa para os filhos e netos.
Quando for pai, quero ser igual a ele, que sempre soube se fazer respeitar sem fazer força, sem gritar, só com o olhar.
Pra ele tenho que cantar aquela música do Ira:
"Só depois de muito tempo entendi aquele homem...
Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho...".
Filho dele, graças a Deus.
A meu pai, meu maior amigo, por Rogério Anselmo Boaventura.