Minha origem
Minha mãe Rosa, no ano de 1949, era uma jovem trabalhadora em uma fábrica de charutos do senhor José Laurindo,casado, sedutor e rico. Ela ficou encantada, dai engravidou daquele homem, o pai que nunca conheci.
Ao invés de alegria começou o sofrimento de Rosa, a barriga crescend...Continuar leitura
Minha origem
Minha mãe Rosa, no ano de 1949, era uma jovem trabalhadora em uma fábrica de charutos do senhor José Laurindo,casado, sedutor e rico. Ela ficou encantada, dai engravidou daquele homem, o pai que nunca conheci.
Ao invés de alegria começou o sofrimento de Rosa, a barriga crescendo, a mesma tentando escondê-la; imaginem tal fato ocorrido na metade do século passado.
A vovó Raimunda levou a futura mamãe para ganhar o neném na casa de um amigo da família na cidade do Senhor do Bonfim – BA; alí eu nasci dia 12 de março de 1950. Por influência daquele amigo o nome do recém-nascido foi escolhido: Francisco Batista dos Santos, alguém fala que significa humildade, simplicidade ou aquele que batiza, ouvi dizer que é um nome português.
Devido a pouca idade e tantas emoções encontradas e desencontradas Rosa entregou Batistinha para a avó criar como filho; assim cresci chamando os meus avós de pai e mãe.
Com um ano de nascido descobriram uma deficiência de nascença, podendo ser paralisia infantil, somente na mão direita, falta de tato e quase imperceptível na
perna direita, aprendi a conviver de modo normal até os dias atuais; um mês depois vovó e mamãe retornaram a Juazeiro. A vida continua.
Aos 7 anos, matriculado na escola da professora conhecida por Ivone, uma senhora simpática, dava aulas particulares as crianças do bairro Santo Antônio em Juazeiro; excelente começo para aprender ler e escrever; nunca esqueci da primeira professora. Transferido para a Escola Pública Santo Antônio, agora a segunda professora Gildete, moça bonita, o meu amor platônico, gostei muito daquela professorinha. Durante todo o tempo fui o primeiro da classe; o ensino daquela época era bem preparado: salários, salas de aula, merenda escolar tudo concorria para o sucesso da educação.
Dali fui para o Colégio Estadual Rui Barbosa, concluindo parte do antigo ginasial.
Em 1967, leitor de uma Revista Mistério Magazine e da série Strell Scatt, entre outras publicações policiais, comecei cursando a distância a profissão de detetive profissional do Instituto de Investigação Científica e Criminais do Rio de Janeiro do Diretor Bechara Ialkh, tudo por curiosidade e gostar de aventuras.
Tomei uma decisão; pedi dinheiro aos familiares, fiz economia e realizei pequenos serviços no exercício da profissão de detetive , juntei o dinheiro para as passagens e fui para o Rio de Janeiro. Um dos objetivos: conhecer a escola de investigações, o pessoal, concluir o curso e possivelmente trabalhar no grande centro onde existe a mina dos problemas.
Morei com parentes, estudei, trabalhei, foi uma grande experiência, aprendi muito, vivi intensamente entre idas e vindas a Juazeiro e o Rio conforme eu gostava de várias aventuras, retornei a Juazeiro após o falecimento dos meus avós.
O relacionamento com minha mãe na verdade não foi fácil, porque nós dois sofremos muito desde o começo; na realidade não foi fácil pra ela e nem pra mim, além do temperamento forte de ambos.
Deixei a residência de minha mãe para morar com a família de um amigo, hoje já falecido: Antônio Welson. Seis meses depois viajei para Salvador onde tinha tios e primos no bairro de Mata Escura; ali voltei a estudar o supletivo do 2° grau, também trabalhei em vários empregos de entregador de jornais, mensageiro e repórter de jornal da Tribuna da Bahia, entre outras atividades.
Resolvi passar os festejos juninos em Juazeiro, quando conheci Zélia, fiquei inerte, repentinamente enamorado, a mulher mãe de duas filhas. Ao retornar a Salvador mantive contato com Zélia através de carta; resultado casei com a mulher em Juazeiro mas fomos morar no bairro Capelinha de São Caetano, na capital baiana.
Por infidelidade conjugal um mês depois, o casamento acabou mais uma vez volto a Juazeiro. Eu era funcionário concursado da prefeitura de Salvador, abandonei o emprego, a situação muito dolorosa o casal brigava demais.
Depois de mais de dez anos, volto a Juazeiro e vou para a casa de Rosa, vocês observaram?! - Chamo a minha mãe de pelo nome porque eu chamava meu avô de pai e minha avó de mãe.
Não demorou muito os desentendimentos cada dia aumentava, tive que sair de casa. - Batista para onde? O amigo Zulmiro no bairro São Geraldo me aceitou em sua residência. - Veja só as idas e vindas da minha vida, quase viro um andarilho.
Consegui um emprego de guarda de segurança das indústrias Pinguim, ai conheci Luzia, também funcionária. Ficamos enamorados, rolou uma química. Quando a família dela soube que eu era casado, aconteceu grande rebuliço, mas Luzia queria continuar nosso namoro. Eu nutria forte amor pela moça a família dela buscou a solução ideal. Os principais membros da família reuniram-se com o bispo Dom José Rodrigues; a conclusão foi a seguinte: o bispo decidiu o casamento no religioso; alguns dias depois foi marcado o casamento na igreja catedral. Enquanto isso Luzia, sensibilizada com as péssimas condições de moradia, convenceu seus pais a aceitar o noivo passar o dia em sua casa. Eu trabalhava a noite de vigilante noturno no Curtume Campelo e dormia durante o dia e trabalhava a noite.
A cerimônia religiosa ocorreu muito bonita com a participação das famílias e dos amigos do noivo e da noiva; fomos residir em casa alugada no bairro das Olarias. No bairro Olarias reuni alguns moradores e fundamos a Associação do bairro, a primeira do município e muito combativa proporcionou inúmeros melhoramentos na comunidade. Um grupo de democratas me convidou para participar da fundação do PMDB local, coube a mim a tesouraria da comissão provisória da direção partidária, posteriormente membro nato do diretório municipal em pleno governo da ditadura militar durante os anos setenta.
Meu nome foi colocado na chapa do partido para candidato a vereador; apurado o resultado da votação, em que pese excelente votação de trezentos votos; fiquei como suplente, pois não atingi o quociente para me eleger pelo partido pois já havia elegido dos Moanilton e Paulo César.
Fiquei feliz com o nascimento de minha filha Ana Paula de quem me orgulho bastante e sei que a reciproca é verdadeira.
Mudamos para casa no núcleo habitacional Juazeiro IV; ajudei a fundar a Associação do bairro e fui seu presidente participando de sua diretoria; os moradores mobilizados pelo direito a moradia realizaram diversas assembleias, comissões de lideranças comunitárias, viajaram para Salvador no intuito de reivindicar melhorias. Retornando ao bairro com
sucesso a luta continuava pela anistia, agora participamos de uma marcha a Brasília – DF; uma marcha nacional, a mobilização de quase todos estados da união; com toda luta popular obtivemos a anistia a moradia, nenhum morador paga a casa própria por nossa indicação da câmara de vereadores aprovou por meio de Projeto de Lei o novo nome do bairro que passou a ser chamado de Dom José Rodrigues.
Nasce a minha querida filha, a caçula Poliana, nova alegria na minha família. No momento tenho dois netos Aleica e Arlei, filhos de Ana Paula casada com Adelmo; a família é muito unida e feliz.
Ainda fui candidato por mais três vezes sem ganhar as eleições, mas as votações sempre foram boas. Não fiquei decepcionado.
Procurando ganhar a vida de modo sério um verdadeiro trabalhador; vejamos empresas da construção civil, jornais “Últimas Notícias Vip” e Tribuna da Bahia, Hospital Dom Malam em petrolina – PE, 15ª DIRES órgão da Secretária do Estado da Bahia e atualmente funcionário concursado da prefeitura de Juazeiro. Em 2015 eu vou buscar a aposentadoria, por tempo de serviço e idade.
Em 2009 participei do concurso de Antologia Literária, O que a Bahia tem? Com a obra um defunto cachaceiro, lançado pela Editora Litteris na IX Bienal Internacional do Livro da Bahia no Centro de Convenções, também lancei o livro "Um Passeio pelo Riso" na Bienal, posteriormente "Um Passeio pelo Riso" foi lançado pelo selo do Clube de Autores. Em 2011 foi publicado o livro Lendas do Rio São Francisco. A obra "Um Passeio pelo riso" foi exibido por três domingos no programa Domingão do Faustão na rede Globo de Televisão. Em 2013 participei do livro agenda Diário do Escritor com uma poesia Sonho do Beijo.
Sou leitor assíduo das obras de Jorge Amado, Gabriel Garcia Marques, Agatha Cristie e Richard S. Prather. Fiz uma reciclagem profissional em 2012; novo curso de detetive particular, exerço a profissão nas horas vagas e comprando equipamentos eletrônicos porque pretendo trabalhar com uma equipe competente de detetives particulares.
Sou abençoado e sortudo, pois em 2006 ganhei R$ 30.000,00 no sorteio do título de capitalização da Aplub mais conhecido como Vale da Sorte.
Aos 63 anos ainda tenho muito a realizar para contar a vocês, principalmente na área da profissão do sigilo.
Eu tinha tudo para dar errado, mas superei; um verdadeiro vencedor e de muita sorte; uma pessoa com laços fortes com a família, bem humorado, com facilidade de fazer amigos em todos os níveis sociais.
Esse cara sou eu, como diz o rei Roberto Carlos.Recolher