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História
Por: Museu da Pessoa, 1 de junho de 2014

Histórias de pescador

Esta história contém:

Histórias de pescador

Vídeo

Meu nome é Aldenor Miranda dos Santos. Eu nasci no Pecém, no dia 15 de março de 1948.

O nome do meu pai é Antônio Miranda dos Santos e da minha mãe é Maria Tabosa de Souza. O meu pai era do Pecém; minha mãe de Paracuru. Outra praia que nós temos aqui, a uns 50 quilômetros do Pecém. A minha mãe sempre foi dona de casa. E o pai sempre pescador. Nós tivemos oito irmãos, oito. Os cinco homens, todos eles eram pescadores e as mulheres só como domésticas mesmo.

A infância na região nessa época era muito difícil. A gente tinha muita fartura, em termos de pesca. Meu pai sempre ia pro mar e trazia muito peixe. Mas o que era difícil mesmo, difícil pra todos nós daqui, era dinheiro. Dinheiro é que não tinha, a gente tinha muita dificuldade de pegar em dinheiro. A gente tinha que comprar muitas coisas em retalhos, porque o dinheiro era tão pouco que a gente tinha que comprar óleo, comprava no retalho. Retalho era quando você vai numa mercearia compra três, quatro colher de óleo. Farinha, hoje é no quilo, antes era no litro, um litro de farinha, meio litro de farinha, um quarto de farinha. Rapadura era o mesmo processo, comprava até um quarto de rapadura. Nós chegava a comprar até fosforo.

O pouco peixe que a gente vendia, era muito peixe, agora o valor do dinheiro é que era pouco. Era pra manter as necessidades da casa. Era muita qualidade de peixe. Era muito cavala, muito serra, muito pargo, muito peixe pequeno, biquara, ariacó, guaiúba, era a variedade de peixes menores que a gente pegava bastante.

Meu pai sempre pescava de terceiro. O cara tinha uma embarcação e ele ia pro mar, o que ele produzisse, era metade dele e a metade pro dono da embarcação, sempre foi assim.

Era jangada de piúba, que essa madeira vinha do Norte, vinha do Pará.

Eu comecei a pescar com o meu pai. Eu tinha 15 anos na época. Porque eu comecei a trabalhar com oito anos numa padaria. E nesse tempo eu já comecei a começar o meu salário, 15...

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18 anos

Foto 3x4 para documento.

período: Ano 1966
local: Brasil / Ceará / Mucuripe
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Documento INAMPS

Documento INAMPS.

tipo: Documento
Palavras-chave:

Primeira carteira de trabalho

Primeira carteira de trabalho de pescador de Sr. Aldenor.

tipo: Documento
Palavras-chave:

Aniversário da irmã

Aniversário de Dilma (irmã) e Sr. Aldenor.

período: Ano 2006
local: Brasil / Ceará / Pecém
crédito: Álbum de família
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Casamento do amigo

Casamento do amigo, Leonardo. Sr. Aldenor, filha, esposa (D. Rita) e noivos.

período: Ano 1993
local: Brasil / Ceará / Fortaleza
crédito: Álbum de família
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Dados de acervo

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Projeto CSP

Depoimento de Aldenor Miranda dos Santos

Entrevistado por Eliete Pereira

Pecém, São Gonçalo do Amarante, Ceará 01/06/2014

CSP_HV_013_ Aldenor Miranda dos Santos

Realização Museu da Pessoa

P/1 – Bom dia, seu Aldenor.

R – Bom dia.

P/1 – Seu Aldenor, pra gente começar, eu gostaria que o senhor dissesse o nome completo do senhor.

R – Meu nome é Aldenor Miranda dos Santos.

P/1 – Onde o senhor nasceu, seu Aldenor.

R – Eu nasci no Pecém mesmo, aqui no Pecém.

P/1 – Qual a data de nascimento do senhor?

R – Eu nasci no dia 15 do três, que é de março, de 1948.

P/1 – E o nome dos pais do senhor?

R – O nome do meu pai é Antônio Miranda dos Santos e da minha mãe é Maria Tabosa de Souza.

P/1 – Eles eram daqui, do Pecém?

R – É, o meu pai era do Pecém; minha mãe de Paracuru.

P/1 – Pertinho, então?

R – É, daqui dá uns 50 quilômetros, mais ou menos. É outra praia que nós temos aqui, a uns 50 quilômetros do Pecém.

P/1 – E os pais do senhor faziam o quê?

R – A minha mãe sempre foi aquela dona de casa, doméstica, só como doméstica. E o pai sempre pescador.

P/1 – Ele era pescador também?

R – Pescador.

P/1 – E a família? Vocês tiveram quantos irmãos?

R – É, nós tivemos oito irmãos, oito. Os cinco homens, todos eles eram pescadores e as mulheres só como domésticas mesmo.

P/1 – Ficavam em casa mesmo?

R – Ficavam em casa.

P/1 – E como que era a infância aqui, na região?

R – A infância na região nessa época era muito difícil. As coisas eram muito difícil. A gente tinha muita fartura, em termos de pesca a gente tinha muita fartura. Meu pai sempre ia pro mar e trazia muito peixe. Mas o que era difícil mesmo, difícil pra todos nós daqui, era dinheiro. É.. Dinheiro é que não tinha, a gente tinha muita dificuldade de pegar em dinheiro. A gente tinha que comprar muitas coisas em retalhos, porque o dinheiro era tão pouco que a gente tinha que comprar...

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Título: Histórias de pescador

Data: 1 de junho de 2014

Local de produção: Brasil / Ceará / Pecém

Entrevistador: Eliete Pereira
Autor: Museu da Pessoa

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