Certa vez, ouvimos miados próximos ao muro de casa, que termina na laje do vizinho. Vimos, então, dois filhotes de gatos, bonitinhos, porém, com rostos esfomeados. Levamos um pouco de pão molhado no leite, mas ao nos aproximarmos, um dos gatinhos fugiu, enquanto outro veio ao nosso encontro &ld...Continuar leitura
Certa vez, ouvimos miados próximos ao muro de casa, que termina na laje do vizinho. Vimos, então, dois filhotes de gatos, bonitinhos, porém, com rostos esfomeados.
Levamos um pouco de pão molhado no leite, mas ao nos aproximarmos, um dos gatinhos fugiu, enquanto outro veio ao nosso encontro “devorando” o pedaço de pão que lhe havíamos trazido. Adotamos o gatinho, que mais tarde descobrimos se tratar de uma gatinha, chamando-a de Mimi. Ela era quase toda preta, com o peito branco, orelhas pontudas, muito carinhosa, pelos lisos e macios - praticamente um bicho de pelúcia. No ano seguinte, adotamos uma cadela da raça akita. Mimi tinha personalidade forte, mas logo se acostumou com ela, ficando “boas amigas”. Mimi virou uma exímia caçadora - diariamente nos trazia ratos, passarinho e baratas. O problema é que o jardim de casa começou virar um enorme cemitério. Resolvemos, então, colocar os “prêmios” no saco de lixo. Além disso, tínhamos que levá-la quase diariamente para caçadas, pois a Mimi subia em árvores, entrava dentro do bueiro, vasculhava o jardim, etc. em busca das “vítimas”. O interessante é que ela não comia os prêmios - simplesmente os caçava e nos trazia (algumas vezes ainda estavam vivos) - pois a alimentávamos com ração adequada, leite e água à vontade e cardeneta de vacinação em dia. Com isso, ela viveu 15 anos "humanos", o que equivale a 105 anos de “vida felina” (considerando que um ano nosso corresponde a 7 anos deles). Após completar 13 anos, minha mãe passou a colocá-la no tronco de uma árvore, o que a obrigava a raciocinar para descer da árvore, além de mantê-la em bom estado físico. Na fase final de sua vida, Mimi começou a ficar menos agitada, continuando a caçar, mas apenas baratas, até que um dia a encontramos no canto do quintal, deitada, imóvel, com uma expressão de tranqüilidade. (Depoimento de setembro de 2008)Recolher