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História
Por: Museu da Pessoa, 9 de setembro de 2022

Fiz 86 partos, não morreu uma mãe nem um filho

Esta história contém:

Fiz 86 partos, não morreu uma mãe nem um filho
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Casal paracatuense

Benzinha está na imagem com o seu esposo já falecido. Esta fotografia fica na sala, emoldurada e pendurada na parede. Ela conta que o fotógrafo tirou a foto dela sem um dos brincos, que ela até reclamou, mas ele fotografou mesmo assim. Esta imagem possui um tratamento de retoque em pintura por cima do retrato, colorindo a imagem e destacando alguns detalhes.

crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Fogão de lenha

Benzinha conta que estava recebendo a visita de uma alemã neste dia e enquanto elas estavam conversando, a estrangeira fotografou este momento dela cozinhando odoce de amendoim típico da comunidade, mas ela nem notou. Um tempo depois, ela foi ao centro da cidade e viu esta imagem enorme, pendurada e não gostou, pois a alemã nem tinha avisado nada e nem deixou que ela posasse ou se preparasse para sair bem na foto. No entanto, a imagem foi emoldurada e hoje está pendurada na parede da sala. Benzinha diz que não gosta muito por não estar “bonita”.

período: 01/05/1994
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Memórias das Comunidades de Paracatu

Entrevista de Maria Pereira Araújo (Dona Benzinha)

Entrevistada por Nataniel Torres

Paracatu, 9 de setembro de 2022

Código da entrevista: PCSH_HV1302

Revisor Nataniel Torres

P/1 - Qual o seu nome completo, qual sua data de nascimento e onde a senhora nasceu?

R - Maria Pereira de Araújo, 25 de Setembro de 1929.

P/1 - E qual local a senhora nasceu?

R - Nasci aqui! Sou nascida aqui! Ali no rumo daquele pé de manga ali, tinha uma casa ali.

P/1 - Aqui no Cunha mesmo?

R - É! No Cunha, eu sou nascida e criada aqui.

P/1 - E te contaram como foi o dia do seu nascimento?

R - Não! Isso não fiquei sabendo. Isso aí não falaram com a gente.

P/1 - A senhora tem uma história com os pais da senhora que eles faleceram, não é isso?

R - Tem sim!

P/1 - O que aconteceu, como é que foi essa história dona Benzinha?

R - Eu nem sei! Porque eles não me falaram, naquele tempo a gente não tinha curiosidade de perguntar aos pais, eles não explicavam a gente as coisas. Porque hoje os meninos, os filhos hoje, são muito curiosos, eles querem saber de tudo.

P/1 - E nessa época, quando a senhora cresceu um pouquinho, seus pais já tinham falecido? Quando a senhora começou a entender as coisas.

R - Quando meu pai morreu, eu tinha 11 anos. E a minha mãe, eu tinha 14.

P/1 - Mas a senhora lembra dos seus pais?

R - Lembro, lembro direitinho.

P/1 - A senhora lembra o nome deles?

R - Meu pai era açougueiro, ele matava quatro vacas por semana.

P/1 - Qual o nome do seu pai?

R - Era Camilo Coelho Guimarães.

P/1 - E o nome da sua mãe?

R - Ambrosina Pereira da Silva .

P/1 - Seu pai era açougueiro. E a sua mãe o que ela fazia?

R - Minha mãe era igual a eu, ficava fazendo de tudo, lavando roupa, trabalhando para roça, criando menino em casa. A vida nossa foi assim.

P/1 - E depois que eles faleceram, o que aconteceu com a senhora dona Benzinha?

R - Eu vim para cá, para casa do meu irmão. E aí...

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Título: Fiz 86 partos, não morreu uma mãe nem um filho

Data: 9 de setembro de 2022

Local de produção: Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Entrevistador: Nataniel Torres
Pesquisador: Nataniel Torres
Revisor: Nataniel Torres
Autor: Museu da Pessoa
Vídeomaker: Click Filmes

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