Tendo ingressado na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no ano de Mil novecentos e noventa e um como carteiro. Na verdade a história de minha família se confunde com a da ECT devido ao fato que relato abaixo:
- Um dia de forte inverno no Estado de Santa Catarina, e exercendo as minhas ...Continuar leitura
Tendo ingressado na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no ano de Mil novecentos e noventa e um como carteiro. Na verdade a história de minha família se confunde com a da ECT devido ao fato que relato abaixo:
- Um dia de forte inverno no Estado de Santa Catarina, e exercendo as minhas funções laboras, que dentre outras atribuições, era fazer a distribuição das correspondências em bairro (distrito)
a mim confiado, deparei-me com um conflito pessoal e uma solução para um problema que estava atormentando meu casamento.
- O fato é que minha esposa não podia ter filho devido estar com problema de útero infantil, o que a levava não segurar a gravidez ate o nono mês de gestação, e assim, perdia o nenê no início da mesma causando uma série de frustrações por fracasso ou mesmo impossibilidade mesmo que de saúde. Na verdade não conseguia segurar o feto entre o terceiro e quarto mês.
Varias tentativas foram feitas, diversos procedimentos e tratamentos sem sucesso, mas durante uma percorrida diária em meu trabalho me deparei com uma solução. Fui entregar uma correspondência em um berçário e inusitadamente lá era um local que inscrevia casais pretendentes a adoção daquelas crianças. Meu Deus, me considero uma pessoa progressista, mas não havia pensado na possibilidade de adotar uma criança e aventando tal possibilidade, iniciou-se um conflito interno em meu pensamento, pois não dependia apenas da minha vontade, como tratar esta situação com minha companheira, como faze-la compreender que existia uma possibilidade de construir uma família com a chegada de um neném adotado?
Entrei na creche o coração a mil e logo vieram ao meu encontro diversas crianças de 2, 3, 4 e 11 anos, carentes por acreditarem terem chegado a sua vez de ir para casa, mas naquele momento apenas estava construindo uma possibilidade e afinal, estava trabalhando e não poderia utilizar daquele momento para tomar conhecimento e informações de como proceder para êxito de um projeto familiar.
Retornado a unidade operacional minha cabeça não parava de pensar na possibilidade, mas como já relatado, teria que consultar a minha companheira. Ao chegar em casa comum frio de 8 graus não demorei e fui logo falando:
Eu - Esposa você toparia adotar uma criança?
Eu - Quem sabe não é a nossa missão fazer tal gesto?
Esposa - Alexandre você teria coragem de fazer isso?
Esposa – Nós teríamos que incluí-la como filha legitima você toparia mesmo?
Eu – Meu coração não titubeou e respondi: SIM! Eu toparia, mas com seus apoio e consentimento.
Agendamos uma visita na creche e combinamos o seguinte:
- Vamos adotar a primeira criança que os nossos olhos baterem tudo bem?
- Independente de sexo, cor ou outros problemas que por ventura ela possa ter. OK?
A visita esta marcada para o mês seguinte, era um sábado e nos arrumamos e nos encaminhamos muito nervosos ate o local. Afinal quem é que Deus vai colocar em nossas vidas, visto que, estávamos propensos a cumprir com o combinado “ a primeira criança que os olhos batessem seria nossa pretendente a adoção.”
Chegamos de ônibus, pois eu ainda não havia comprado um veículo como eu fazia a distribuição no bairro todos os morados me falavam, e ai carteiro passeando com a esposa no bairro, mas sabiam que eu e minha esposa tínhamos tomado uma decisão que mudaria o rumo de nossas vidas, respondia, sim aqui é tão legal que vim passear com a esposa. Mentira não, omissão, afinal era um problema familiar e não gostaria de revelar sem ser no âmbito familiar.
Bem!
Ao entrarmos na rua da creche, um veiculo do conselho tutelar estava estacionando, ao nos aproximarmos nos deparamos com um senhora carregando no colo um nenê, pronto, era ela, a princesinha que até hoje nos enche de orgulho como pais.
Minha filha legitima sim, por que não, que aos dois meses de idade estava sendo colocada em uma instituição para adoção, foi Deus que nos intercedeu em nossas vidas, mas se não fosse a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos será que eu teria tal oportunidade? Vai saber não é mesmo.
Passados um ano de adoção provisória, finalmente saiu a adoção definitiva, fizemos uma grande comemoração, e logo em seguida minha esposa ficou grávida e fomos abençoados com outra neném, duas irmãs igualmente tratadas e muito amigas.
Hoje já a primeira com 22 anos já esta casada e nos deu dois netinhos lindo, e a segunda com 20 anos esta para se casar este ano de 2013.
Infelizmente minha companheira que participou desta caminhada ao meu lado não vive mais como marido e mulher, mas temos a certeza que fizemos a escolha certa e graças a Deus minhas meninas são motivo de orgulho para todos da família Fluminense.
Obrigado meu Deus por ter me dado discernimento e assertividade.
Obrigado ECT sem você nada disso teria acontecido.Recolher